sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA: COMO PROCEDER!!!!!

                                          

(PCR) PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA:

As causas da PCR são variadas, normalmente resultando de: choque circulatóriochoque sépticotraumadoença cardiovascular entre diversas outras causas.
Desde a antiguidade diversos médicos perceberam a importância em elaborar um tratamento para PCR, muitas técnicas foram criadas (p. ex. colocava-se a pessoa em PCR em cima de um cavalo e o deixava trotar; colocava-se um barril em cima do peito da pessoa em PCR ...), todas elas tinham como base fundamental a compressão torácica. Desde a década passada, entretanto, a AHA (American Heart Association) reuniu os maiores pesquisadores do mundo para a formação de um protocolo de atendimento univesal, daí foi criada a Reanimação cardiorrespiratória (RCP) e dois livros o BLS (Basic Life Suport) e o ACLS (Advanced Cardiology Life Suport). Esses protocolos universalizaram o atendimento de emergência ao paciente cardivascular grave.
Caso não haja retorno à circulação espontânea e o paciente não seja submetido a ressuscitação cardiopulmonar, a lesão cerebral começa a ocorrer em cerca de 3 minutos e após 10 minutos de ausência de circulação as chances de ressuscitação são próximas a zero.

PÓS PCR SE NÃO REALIZADO MEDIDAS DE RCP ACONTECE:
MORTE BIOLÓGICA IRREVERSÍVEL; Deterioração irreversível dos órgãos e sistemas, que se segue à PCR, quando não se instituem as manobras de circulação e oxigenação.
MORTE ENCEFÁLICA:Necrose do tronco e do córtex cerebral pela falta de oxigenação por mais de 5 minutos
 SITUAÇÕES COM MAIOR RISCO DE EVOLUIR PARA UMA PCR: Cardiopatias (destas, a doença aterosclerótica coronária é a mais importante , Hipertensão arterial,  Diabetes, Antecedentes familiares de morte súbita, Anóxia, Afogamento, Pneumotórax hipertensivo,  Hemopericárdio,  Choque, Obstrução das vias aéreas, Bronco espasmo e Reação anafilática.
 PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS QUE PRECEDEM UMA PCR
Dor torácica
Sudorese
Palpitações precordiais
Tontura
Escurecimento visual
Perda de consciência
Alterações neurológicas
Sinais de baixo débito cardíaco
Parada de sangramento prévio
SINAIS CLÍNICOS DE UMA PCR
 INCONSCIENCIA
AUSENCIA DE MOVIMENTO RESPIRATORIO
AUSÊNCIA DE SINAIS DE CIRCULAÇÃO
Ausência de pulsos em grandes artérias
( femoral e carótidas)
COMO IDENTIFICAR A PARADA CÁRDIO-RESPIRATÓRIA
TODO PACIENTE QUE APRESENTA OS três QUADRO CLINICOS
 ESTIVER INCONSCIENTE E NÃO RESPONSIVOS
OS MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS ESTÃO AUSENTES.
OS PULSOS ESTIVEREM AUSENTES
CONCEITO DE MORTE SÚBITA
QUANDO OS TRÊS QUADRO CLINICOS ESTIVER PRESENTE
O PACIENTE ESTIVER INCONSCIENTE E NÃO RESPONSIVOS
OS MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS ESTÃO AUSENTES.
OS PULSOS ESTIVEREM AUSENTES
MAS NAO APRESENTA QUALQUER SINAL OU SINTOMA NAS 3 HORAS ANTECCEDENTES
MECANISMO DE SUSPEITA DE PCR
O PACIENTE COM RISCO POTENCIAL DE PCR
APRESENTA O MAU FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS E APARELHOS ORGÂNICOS, ESSENCIAL PARA A MANUTENÇÃO DA VIDA, QUE REFLETEM NA PIORA DOS SINAIS VITAIS PRINCIPALMENTE:
CORAÇÃO, CÉREBRO E RINS.
A PIORA DESSES ÓRGÃO EVOLUI PARA PARADA CARDIACA
SINAIS VITAIS QUE SÃO USADO COMO REFERENCIA PARA SUSPEITR PCR:
PRESSÃO ARTERIAL
FREQUÊNCIA DO PULSO OU FREQUÊNCIA CARDÍACA;
TEMPERATURA AXILAR;
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA;
ESTADO DE CONSCIÊNCIA;
IMPORTANTE;
CIANOSE, PALIDEZ, E MIDRÍASE(dilatação da pupila)
SÃO SINAIS QUE APARECEM
 MINUTO APÓS A PCR
E TAMBEM:
DPOC(Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) COM CIANOSE(coloração azul-arroxeada da pele) CRÔNICA;
ANEMIAS ACENTUADAS POREM ACIANÓTICOS;


Ritmos de parada cardiorrespiratória:

A parada cardiorrespiratória pode ocorrer na presença de 3 ritmos cardíacos diferentes:
    Fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso: ritmo de PCR mais frequente em PCR fora do hospital, responsável por cerca de 80% dos episódios; caracteriza-se por um ritmo cardíaco rápido, irregular e ineficaz;
    Assistolia: ausência de ritmo cardíaco, nesse ritmo há interrupção da atividade elétrica do músculo cardíaco;
    Atividade elétrica sem pulso: nesse ritmo existe a presença de atividade elétrica no músculo cardíaco porém os batimentos não são eficazes e não há circulação sanguínea.


Elementos de SBV
- Não responsivo
- Sem respiração ou com respiração anormal
- Sem pulso (verificação de pulso carotídeo em até 10 seg).
Sequência de RCP
C – A – B
Freqüência de compressão
Pelo menos 100/min
Profundidade de compressão
Pelo menos 5 cm
Retorno da parede torácica
Permitir retorno total antero posterior
Interrupções das compressões
Interrupções em no máximo 10 seg
Vias aéreas
- Elevação modificada da mandíbula (trauma)
- Inclinar a cabeça e elevar o queixo (clinico)
Relação compressão-ventilação
30:2 independente da quantidade de socorristas
Desfibrilação
- Instalar o DEA à vítima assim que estiver disponível


AVISO IMPORTANTE:

Se você é treinado para realizar RCP ou profissional de saúde, sua técnica empregada será diferente, podendo ser realizado as ventilações após cada sequência de compressão, devendo-se manter uma relação de 30:2. Mas atenção, agora a sequência será: C – A – B: compressão – abertura das vias aéreas – respiração. Não existe mais o passo de “ver-ouvir-sentir”. Para mais informações, entre em contato através do e-mail contato@lifesavers.com.br.

Parada cardíaca é uma condição na qual o coração pára de bater quando o músculo cardíaco não recebe o sangue – e, conseqüentemente, o oxigênio e os nutrientes – de que necessita. Quando um adulto subitamente perde a consciência, este adulto pode estar em parada cardíaca. O fluxo sanguíneo ao cérebro e corpo é interrompido. Se o coração não puder bombear sangue ao cérebro, a pessoa perde a consciência. Quando a parada cardíaca é acompanhada de parada respiratória é estabelecida a parada cardiorrespiratória, devendo-se imediatamente ser instituído a ressuscitação cardiopulmonar (RCP).
O principal objetivo da RCP é realizar a compressão torácica até que uma equipe de emergência treinada possa oferecer suporte cardíaco avançado. Quanto menor o tempo entre a parada cardíaca e o início da RCP, maiores serão as chances de sobrevivência da vítima. Pesquisas mostram que os pontos cruciais para a sobrevivência em caso de parada cardíaca são (figura 1):
  • Acesso rápido à vítima por socorristas treinados em RCP.
  • Rápida aplicação da RCP.
  • Rápida desfibrilação com desfibrilador externo automático (DEA).

Elo de sobrevida da American Heart Association
Figura 1 –A corrente de sobrevivência da American Heart Association em vítimas adultas. Os 5 elos ou ações na corrente de são: 1) rápido reconhecimento da situação de emergência e ativação da equipe do sistema de atendimento de emergência, 2) RCP imediata, 3) desfibrilação imediata, 4) suporte avançado imediato e 5) suporte após-PCR.

SUPORTE BÁSICO DE VIDA
A RCP é apenas uma parte do suporte básico de vida, termo usado para descrever os procedimentos de primeiros socorros necessários para preservar a vida em uma situação de emergência. Os principais passos na sequência do suporte básico de vida preconizados pela American Heart Association são:
  1. Determinar a responsividade
  2. Ativar o serviço de resgate
  3. Fazer compressões torácicas efetivas
NÚMERO 1 – DETERMINAR A RESPONSIVIDADE
Para determinar a ausência de resposta, encoste nos ombros da vítima de forma enfática e pergunte em tom audível “Você está bem?”. Você não está procurando uma resposta, mas sim algum tipo de reação – contrações das pálpebras, movimento muscular, virar-se para o som e assim por diante. Se não houver resposta a vítima não está responsiva (figura 2). O paciente com desconforto respiratório, também chamado de gasping também deve receber os cuidados iguais aos pacientes não responsivos.Não leve mais que 30 segundos nesta etapa.
Nas novas diretrizes da American Heart Association em 2010, não é considerado um passo formal a detecção da responsividade. Eles consideram este passo um ato implícito ao prestar socorro. É enfatizado apenas 2 passos: chamar ajuda e compressão torácica efetiva, chamado de hands only – somente mãos (para socorristas leigos não treinados); ou 3 passos: chamar ajuda, compressão torácica efetiva e ventilação (para socorristas leigos treinados ou profissionais de saúde).
Figura 2 – Determinando a responsividade.

NÚMERO 2 – ATIVAR O SERVIÇO DE RESGATE
Se a vítima não estiver responsiva, ative o serviço de resgate imediatamente. Em grande parte do território nacional já existe o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) acionado pelo número 192. A pessoa que faz a chamada deve fornecer o local da emergência, o número do telefone de onde está chamando, o que aconteceu, o número de vítimas envolvida (se houver mais de uma), que cuidados de emergência estão sendo ministrados e qualquer outra informação solicitada.Em quanto não chega o socorro faça a etapa nº 3

NÚMERO 3 – REALIZANDO AS COMPRESSÕES TORÁCICAS
As compressões torácicas ajudam o sangue a circular com base em dois princípios: primeiro, elas elevam a pressão na cavidade torácica, fazendo o coração bombear; segundo, elas fornecem compressão direta no próprio coração.
Para as compressões torácicas externas, a vítima deve estar na posição de decúbito dorsal (deitada de costas), sobre superfície firme e plana. As roupas da vítima não impedem você de fornecer compressões torácicas eficazes, mas podem impedir o posicionamento correto das mãos; se necessário, afaste as roupas.
Ajoelhe-se perto dos ombros da vítima, a distância entre seus joelhos deve ser a mesma que entre seus ombros.


POSICIONANDO AS MÃOS
O posicionamento correto das mãos sobre o tórax da vítima é essencial para se evitar a ocorrência de lesões internas decorrentes das compressões torácicas e para a perfeita efetividade da manobra. Suas mãos devem ficar sobre a extremidade inferior do esterno. Para esta posição, trace uma linha imaginária entre os mamilos, o ponto médio localiza-se no exato local que sua mão deverá posicionar-se para as compressões torácicas. Nesse ponto, o esterno é flexível – é possível comprimi-lo sem fraturá-lo.
Coloque o “calcanhar da mão” no esterno com a outra mão por cima, com os dedos de ambas as mãos apontando na direção oposta à sua. Entrelace os dedos ou estenda-os, mantendo-os afastados do tórax da vítima (figura 3, 4 e 5).

Posicionamento correto das mãos.
Figura 3 – Posicionamento correto das mãos para as compressões torácicas na RCP.

Posicionamento incorreto das mãos.
Figura 4 – Posicionamento incorreto das mãos para as compressões torácicas na RCP. Pode danificar a caixa torácica e os órgãos adjacentes.

Colocação alternativa das mãos.
Figura 5 – Colocação alternativa das mãos para as compressões torácicas na RCP.

REALIZANDO AS COMPRESSÕES TORÁCICAS
Para fazer as compressões torácicas, proceda da seguinte forma (figura 6, 7, 8 e 9):
  1. Com as mãos corretamente posicionadas, endireite os braços deixando-os retos, firme os cotovelos e posicione os ombros diretamente acima das mãos. Seu nariz, ombros e cicatriz umbilical devem estar quase alinhados em uma reta. Nessa posição, os impulsos recairão diretamente sobre o esterno da vítima.
  2. Pressione direto para baixo, usando o peso da parte superior do corpo para comprimir o esterno da vítima – aproximadamente 4 a 5 cm – o que forçará o sangue do coração. Pode ser necessário comprimir mais o tórax de uma pessoa obesa ou musculosa e menos em uma pessoa muito magra ou pequena.
  3. Libere completamente a pressão para permitir o retorno do tórax e que o sangue volte para o coração. Deixe o tórax voltar para a posição normal após cada compressão, mas nunca retire as mãos do esterno.
  4. Mantenha as mãos sobre o tórax da vítima durante toda a compressão – não as levante, nem troque de posição. As compressões torácicas devem ser fortes, rápidas e rítmicas; não deve haver movimentos bruscos, golpes ou movimentos de parada-início durante o procedimento.
  5. Faça compressões torácicas ao ritmo de no mínimo 100 compressões por minuto.

Figura 6 – Faça as compressões torácicas adequadamente.

Figura 7 – Compressão forte e rápida com aprofundamento de 4 a 5 cm do esterno.

Figura 8 – Compressão torácica durante RCP.
Figura 9 – A técnica da RCP difere para adultos, crianças e bebês.

REVISANDO
Se estiver sozinho, determine a ausência de resposta, ative o serviço de resgate (SAMU 192) e inicie as manobras de compressões torácicas:
  1. Posicione as mãos corretamente sobre o tórax da vítima na extremidade inferior do esterno (localizada como ponto médio na linha imaginária traçada entre os mamilos).
  2. Faça no mínimo 100 compressões torácicas fortes e rápidas. Conte em voz alta para manter o controle das compressões.
  3. Aplique as compressões até a chegada do DEA (desfibrilador esterno automático) ou que a vítima comece a se mexer ou até os profissionais de saúde do serviço de emergência assumirem o caso.

O QUE É UM DEA?
O desfibrilador externo automático (DEA) é um dispositivo médico computadorizado. Um DEA pode examinar o ritmo cardíaco de uma pessoa. Ele pode reconhecer um ritmo que necessite de um choque e pode avisar ao socorrista quando um choque é necessário. O DEA usa mensagens sonoras, luzes e mensagens de texto para indicar ao socorrista os passos a tomar (figura 10).
Figura 10 – Desfibriladores externos automáticos (DEA) de diversos modelos (modelo em vermelho apenas para treinamento).

Os DEA são muito precisos e fáceis de usar, Os socorristas leigos, com poucas horas de treinamento, podem operar um DEA de maneira segura. Quando um adulto não responder, você deverá telefonar para o serviço de resgate (SAMU 192) e pedir um DEA; depois deve iniciar a RCP. Se a vítima adulta não responsiva não tiver respiração normal, você deve usar um DEA. A RCP imediata e o uso de um DEA em poucos minutos darão à vítima a melhor chance de sobrevivência.
Hoje, no estado e na cidade de São Paulo é lei a obrigatoriedade de manter DEA em aeroportos, shopping centers, centros empresariais, estádios de futebol, hotéis, hipermercados e supermercados, casas de espetáculos e locais de trabalho com concentração acima de 1.000 pessoas ou circulação média diária de 3.000 ou mais pessoas, os clubes e academias com mais de 1.000 sócios, as instituições financeiras e de ensino com concentração ou circulação média diária de 1.500 ou mais pessoas (Lei Municipal N. 14.621, de 11 de dezembro de 2007 e Lei Estadual N. 12.736, de 15 de outubro de 2007).
Há muitas marcas diferentes de DEA. Mas você usará os mesmos passos básicos para operar todos os DEA. Você liga o DEA. Então, você aplica ao tórax despido da vítima as 2 pás auto-adesivas. Depois que o DEA estiver conectado à vítima, ele analisa o ritmo cardíaco para ver se é necessário um choque. Você deve “afastar todos” da vítima. Isso significa que você deve ter certeza de que ninguém toque na vítima enquanto o DEA estiver analisando o ritmo cardíaco. O DEA pode lhe indicar para aplicar um choque (“choque recomendado”). Uma vez que você afastou todos da vítima e se assegure que ninguém a esteja tocando, você pressiona o botão CHOQUE para fornecer o choque. Depois do choque, o DEA mandará você continuar as manobra de RCP com as compressões torácicas, sendo que após de 2 minutos ele irá avisá-lo para parar a RCP e irá novamente analisar o ritmo cardíaco para verificar a necessidade de outro choque. Algumas vezes o DEA avisa “choque não recomendado”. Isto pode significar que a vítima tem um ritmo normal (caso ela esteja respirando, tossindo ou movimentando) ou que o tratamento da parada cardíaca não seja o choque, sendo necessário imediatamente as compressões torácicas.

PASSOS PARA O USO DO DEA

  1. Ligar o DEA.Você faz isso pressionando um botão ou abrindo a tampa do DEA. Então, o DEA lhe indicará o que fazer a seguir. Caso você esteja com outra pessoa além da vítima, continue a RCP enquanto o outro socorrista aplica as pás auto-adesivas na vítima.
  2. Aplicar as pás auto-adesivas no adulto.Remova a roupa do tórax da vítima. Abra o pacote das pás para adultos do DEA e retire o plástico de proteção das mesmas. Aplique o lado adesivo das pás diretamente na pele do tórax da vítima. O desenho no pacote das pás mostra onde colocá-las. Para a maioria dos DEA, você coloca uma pá na parte superior direita do tórax, abaixo da clavícula da vítima. Você colocará esta pá justamente à direita do esterno. Coloque a outra pá do lado esquerdo do tórax da vítima, uns poucos centímetros abaixo da axila esquerda (figura 11).
  3. “Afastar” todos do paciente e permitir que o DEA analise o ritmo cardíaco.Quando você “afasta” todos da vítima, você se assegura de que ninguém a esteja tocando. Então, o DEA pode analisar o ritmo cardíaco. Alguns DEA indicam para apertar um botão para iniciar a análise. O DEA lhe indica, a seguir, se é necessário um choque. O DEA usará uma mensagem sonora ou uma luz que se acende de forma intermitente ou uma mensagem de texto.
  4. “Afaste” todos do paciente e aperte o botão CHOQUE.Se o DEA fornecer uma mensagem de “choque recomendado”, “afaste” todos da vítima e depois pressione o botão de CHOQUE. Quando o choque é fornecido, os braços e outros músculos da vítima se sacudirão. Reinicie imediatamente as manobras de RCP com as compressões torácicas (na velocidade 100 compressões/minutos) até o momento do DEA indicar para se afastarem da vítima para nova análise do ritmo cardíaco (em geral, após 2 minutos).

Lembre-se, deixe o DEA aplicado no tórax da vítima até que os socorristas do serviço médico de resgate cheguem. Você deve deixá-lo aplicado mesmo se a vítima tiver retornado à respiração ou se movimentando.
Figura 11 – Uso do desfibrilador externo automático (DEA).

SITUAÇÕES ESPECIAIS COM O DEA

Água:não aplique um choque se a vítima estiver molhada ou deitada na água. A água pode fazer com que o choque flua sobre a pele de uma pá a outra. Se isto acontecer, a energia não vai para o coração. Nesta situação, mova a vítima para fora da água. Limpe seu tórax rapidamente com uma toalha, antes de aplicar as pás. Você deve manter uma toalha pequena no estojo portátil do DEA. Se a vítima estiver deitada em uma pequena poça de água, mas seu tórax estiver seco, você pode aplicar os choques.
Adesivos medicamentosos:você não deve colocar as pás do DEA sobre um adesivo medicamentoso. O adesivo pode bloquear parte do choque, de modo que o mesmo não seja eficaz. Além disso, podem ocorrer queimaduras. Neste caso, se a vítima tiver um adesivo medicamentoso no lugar onde você deve colocar a pá do DEA, retire-o e limpe o tórax, antes de colocar a pá.
Marca-passo ou desfibrilador implantado:algumas vítimas têm um marca-passo ou desfibriladores implantados. Estes dispositivos produzem uma protuberância dura sob a pele do tórax. Você não deve colocar uma pá do DEA sobre esta protuberância, porque ela bloqueará o fornecimento da energia do choque no coração. Se você observar esta protuberância, coloque a pá pelo menos 2,5 cm distante.
Muito pêlo no peito: se a vítima tiver muito pêlo no peito, as pás auto-adesivas podem aderir ao pêlo, em vez de na pele do tórax. Se isto acontecer, pressione firmemente as pás. Se isto não resolver o problema, puxe as pás rapidamente com a intenção de depilar o local e limpe o tórax (certifique-se que o DEA possui outro par de pás). Se ainda houver pêlo no lugar onde você colocará as pás, raspe a área com a lâmina do estojo portátil do DEA. Depois, coloque um novo conjunto de pás.

RESUMO DO SUPORTE BÁSICO DE VIDA PARA O SOCORRISTA LEIGO SEM TREINAMENTO
Para obter mais informações sobre 
outros programas da American 
Heart Association,
entre em contato conosco:
www.heart.org/cpr
Destaques das Diretrizes da
American Heart Association 2010
para RCP e ACE

PRIMEIROS SOCORROS!!!!! NOÇÕES BÁSICAS.

         
Primeiros Socorros

1. DEFINIÇÃO:


Os primeiros socorros referem-se ao atendimento temporário e imediato de uma pessoa que está ferida ou adoeceu repentinamente. Trata-se de procedimentos de emergência, os quais devem ser aplicados à vítimas de acidentes,  mal súbito, hemorragias, corte, fraturas, entorses,  ou que esteja com  perigo de vida, com o intuito de manter sinais vitais, os procedimentos não substituem o médico, a enfermeiro ou a equipe técnica. Na verdade, um dos principais fundamentos dos primeiros socorros é a obtenção de assistência médica em todos os casos de lesão grave. O socorro tende a ser prestado sempre que a vítima não tem condições de cuidar de si própria, recebendo um primeiro atendimento e logo acionando-se o atendimento especializado.
Em outras palavras, é o atendimento imediato sem os recursos disponíveis para o suporte avançado à vida.

2. A IMPORTÂNCIA DOS PRIMEIROS SOCORROS

A grande maioria dos acidentes pode ser evitada, porém, quando eles ocorrem, alguns conhecimentos simples podem diminuir o sofrimento, evitar complicações futuras e até mesmo salvar vidas.
O fundamental é saber que, em situações de emergência, deve-se manter a calma e ter em mente que a prestação de primeiros socorros não exclui a importância de um atendimento especializado. Além disso, certifique-se de que há condições seguras o bastante para a prestação do socorro sem riscos para você. Não se esqueça que um atendimento de emergência mal feito pode comprometer ainda mais a saúde da vítima.

3. OBJETIVOS

Os objetivos principais da prática de Primeiros Socorros são:

• Evitar o agravamento do quadro clínico da vítima;
• Preservar a vida;
• Reduzir a ansiedade e o estresse da situação;
• Estimular a recuperação;
• Promover conforto à vítima.

4. PROCEDIMENTOS

Quem chega ao acidente logo que este aconteceu em geral se depara com cenas de sofrimento, nervosismo, e outras situações que exigem providências imediatas.Avalie a cena e a vítima antes de tocá-la, ou seja: faça uma varredura do local com os olhos rapidamente para ver se não há fios desencapados, risco de explosões etc.: não colocando a tua vida e as demais em risco evitando maiores danos e mais vítimas.
Para que possamos prestar um socorro de emergência correto e eficiente, precisamos dominar as técnicas de primeiros socorros. Se a pessoa de maior experiência e conhecimento for você, solicite a ajuda das demais pessoas, com calma e firmeza, demonstrando a cada uma o que deve ser feito, de forma rápida e precisa.
Transmita confiança, tranqüilidade e segurança ao acidentado, informando que o auxílio já está a caminho. Aja rapidamente, porém, dentro dos seus limites, usando os conhecimentos básicos de primeiros socorros.
Sinalize o local e procure torná-lo seguro. Não mexa no acidentado, a menos que o local ofereça riscos de mais danos.
Chame ajuda, acionando o Corpo de Bombeiros (193) ou o serviço de emergência da Secretaria de Saúde do Município (192).

HEMORRAGIA:

Hemorragia ou sangramento é a perda de sangue do sistema circulatório. A resposta inicial do sistema cárdio-circulatório à perda aguda de sangue é um mecanismo compensatório, isto é, ocorre vasoconstrição cutânea, muscular e visceral, para tentar manter o fluxo sanguíneo para os rins, coração e cérebro, órgãos mais importantes para a manutenção da vida. Ocorre também um aumento da freqüência cardíaca para tentar manter o débito cardíaco. Assim, a taquicardia é muitas vezes o primeiro sinal de choque hipovolêmico ( choque por diminuição do volume de sangue no organismo).
 

 COMO PROCEDER:

      Utilizando gase ou tecido limpo, realiza-se pressão sobre o local onde o sangramento é mais intenso. O tempo de compressão variará conforme a avaliação do paciente, podendo variar de três a cinco minutos, passado este tempo pode ser avaliada a compressão e a lesão. Enquanto se realiza a hemostasia, deve ser iniciado o transporte do paciente até um atendimento médico adequado.   
Compressão à distância:

      Caso o sangramento se mantenha após duas ou três revisões, deve-se analisar a possibilidade de compressão à distância, sobre a área do vaso que alimenta a região do sangramento. 

Medidas auxiliares para hemostasia:

  Para minimizar a perda sanguínea, o local do sangramento deve ficar em posição superior ao coração.
-   O paciente deve ser mantido aquecido para evitar que entre em choque.
-    O paciente deve ter sua pressão e pulso verificados freqüentemente,  para avaliar eventuais hemorragias internas ou se a hemostasia está apresentando eficácia.
-    Manter o paciente deitado com a cabeça ao nível do corpo ou mais baixa.

Locais de hemorragias e pontos de pressão para hemostasia:

-    Cabeça: compressão no local sangrante.
-    Braço e antebraço: compressão no local sangrante.
-    Mão: compressão no local sangrante .
-    Dedo: compressão no local sangrante e na base do dedo.
-    Tórax ou abdome: compressão no local sangrante  ( estar atento à possibilidade de perfurações ).
-    Coxa e perna: compressão no local sangrante e na artéria femural.
-     Pé: compressão no local sangrante e no tornozelo. 
    Ao fazer a compressão local deve-se tomar cuidado na assepsia para evitar infecções.

Em casos mais graves acione a emergência, em caso menos grave dirija-se com a vítima para o pronto atendimento mais próximo ou Hospital.

DESMAIO:

Desmaio, ou síncope, é a perda abrupta e transitória da consciência e do tônus postural (da capacidade de ficar em pé), seguida de recuperação rápida e completa.
Na maior parte dos casos, os desmaios ocorrem por causa da diminuição do fluxo sanguíneo no cérebro. De modo geral, costumam ser de curta duração e bom prognóstico. Trata-se de um evento clínico comum, que atinge mais as pessoas idosas, os portadores de cardiopatias e as mulheres jovens. O problema é que, na queda associada ao desmaio, com frequencia as pessoas podem sofrer traumatismos e fraturas ósseas.

Causas:

O desmaio em si não é uma doença, mas pode ser manifestação de inúmeras alterações orgânicas, tais como:
  1. Doenças cardiovasculares: arritmias, distúrbios hemodinâmicos, paradas cardiorrespiratórias, porque comprometem o fluxo normal do sangue para os tecidos, em especial para o cérebro.
  2. Distúrbios metabólicos: hipoglicemia (falta de açúcar no sangue causada por jejum prolongado ou diabetes descompensado), anemia intensa, hemorragias, desidratação e desequilíbrio na composição dos sais minerais da corrente sanguínea.
  3. Uso de medicações: diversos medicamentos, entre eles os diuréticos, podem provocar desmaios, quando usados em doses mais altas.
  4. Hipotensão ortostática: a queda brusca da pressão arterial provocada pela mudança repentina de posição (a pessoa estava sentada ou deitada e fica em  pé de repente). A hipotensão ortostática frequentemente está associada à desidratação, ao uso de diuréticos a aos distúrbios cardiovasculares.
  5. Outras causas: cansaço extremo, emoções súbita, nervosismo intenso, dores fortes e permanência prolongada em lugares fechados e quentes.
Sintomas:

Existem alguns sintomas que prenunciam a perda da consciência e do tônus postural. Os mais indicativos são palidez, fraqueza, suor frio, náusea e ânsia de vômito, pulso fraco, tontura, visão turva, pressão arterial baixa e respiração lenta.

Diagnóstico:

É fundamental identificar a causa do desmaio para instituir o tratamento.  Além do levantamento da história e da avaliação clínica do paciente, o médico pode recorrer a exames específicos de sangue, neurológicos e de imagem.

Tratamento:

Toda a pessoa que sofreu um desmaio, por mais rápido e aparentemente inofensivo que seja, deve ser levada a um serviço de saúde para avaliação o mais depressa possível.
A única coisa que se pode fazer, depois que ela recuperar a consciência e se estiver bem, é dar-lhe água, suco, chá ou água com açúcar. Sob nenhum pretexto, deve ser oferecido qualquer tipo de bebida que contenha álcool.

Recomendações:

* Se a pessoa começou a desfalecer, tente apoiá-la antes que caia. Ajude-a a sentar-se numa cadeira ou poltrona e a colocar a cabeça entre os joelhos. Peça que inspire e expire profundamente até que o mal estar passe. Não permita que se levante sozinha.
* Se ocorreu o desmaio, deite a pessoa o mais confortavelmente possível, com a cabeça e ombros em posição mais baixa que o restante do corpo. Vire sua cabeça de lado para evitar que aspire secreções que possam sufocá-la. Nunca a faça aspirar álcool ou amoníaco nem jogue água em seu rosto para reanimá-la. Quando recobrar a consciência, não permita que se levante sozinha. Faça-a ficar alguns minutos sentada para readaptar-se à posição vertical.

CORTES:


Cortes são ferimentos que ocorrem com muita frequência no ambiente doméstico. A pessoa está lidando na cozinha e se machuca com a faca, com um caco de vidro do copo que quebrou, escorrega no chão molhado, leva um tombo feio, bate a cabeça numa quina ou um objeto pesado despenca sobre sua cabeça. Em 2011, apenas nos hospitais do SUS, foram atendidas mais de 27 mil pessoas que se feriram dessa forma em casa.

Tipos e cuidados:

Quando os cortes são superficiais, o organismo se encarrega de cicatrizá-los. Na corrente sanguínea, existem plaquetas e proteínas encarregadas de formar coágulos para interromper a circulação, assim que algum vaso se rompe. No entanto, algumas medidas simples tomadas no momento do acidente podem acelerar processo de recuperação.A primeira é lavar as mãos com água e sabão (qualquer sabão) antes de prestar o atendimento para não levar germes para a área afetada. Os dois passos seguintes são comprimir o local com gaze ou pano limpo até estancar o sangue e lavar o ferimento, também com água e sabão, para remover resíduos de sujeira. Tudo isso feito com muito cuidado para não agravar a lesão.
Se os cortes forem mais profundos, o mais urgente é estancar o sangramento. Às vezes, porém, é tanto sangue que se torna quase impossível ver o local por onde ele escapa. Nesse caso, deve-se limpar a região com um pano embebido em água até encontrar o local do ferimento. Depois é só pressioná-lo com gaze ou com um pano limpo para estancar o fluxo de sangue. Se isso não acontecer em cinco ou dez minutos, no máximo, a pessoa deve ser encaminhada para socorro médico. Cortes muito profundos com sangramento abundante exigem atendimento médico de urgência.

Cortes na cabeça:

Cortes na cabeça necessitam de cuidados especiais. De modo geral, eles provocam sangramento abundante por causa do grande número de vasos sanguíneos concentrados nessa parte do corpo. Se o corte for superficial, quase sempre é suficiente lavar o local com água e sabão e comprimir o ferimento para que o sangue estanque em, no máximo, dez minutos. Já os cortes mais profundos podem necessitar de pontos que devem ser dados por um médico.
Ocasionalmente, a pancada que provocou o corte na cabeça pode também ter provocado sangramento em algum vaso situado no interior do cérebro ou nas membranas que o envolvem, as meninges. Esses casos precisam ser diagnosticados depressa, porque o sangue extravasado pode comprimir estruturas cerebrais de importância vital para a sobrevivência.
Se o hospital em que a pessoa foi atendida não possui um aparelho de tomografia computadorizada para diagnóstico imediato, é indispensável redobrar a atenção nas primeiras 24 horas depois do acidente. A pessoa deve permanecer acordada, especialmente se for uma criança. Caso apresente dor forte de cabeça, desequilíbrio ao andar, visão dupla, vômitos, pupilas dos olhos de tamanhos diferentes, sonolência, confusão mental, desmaio, sangramentos pelo nariz ou ouvido precisa ser encaminhada para assistência médica sem perda de tempo, porque esses sintomas são sugestivos de complicações neurológicas.

Recomendações:

* Nunca aplique álcool, pomadas ou produtos desinfetantes no local do ferimento. Apenas lave a área com água e sabão;
* Não assopre o ferimento para não contaminar a região com os germes que habitam normalmente nossa boca;
* Não utilize algodão para estancar o sangue, porque as fibras grudarão na ferida, o que tornará mais difícil a sua remoção;
* Procure assistência médica, se surgirem sinais de infecção (vermelhidão, calor, dor, inchaço e pus) na região do ferimento;
* Certifique-se da necessidade de tomar uma dose de reforço da vacina antitetânica se o ferimento foi provocado por um objeto enferrujado ou sujo de terra;

* Não se assuste se o sangue do ferido respingar em você. Nenhum germe poderá penetrar sua pele, se ela estiver íntegra. Entretanto, se sua pele estiver ferida e a pessoa acidentada não tiver condições de ajudar a estancar o sangramento, tente improvisar uma luva ou outro material de proteção para evitar o contato do sangue com sua pele machucada.

MORDEDURA HUMANA E ANIMAL:
Mordeduras Humanas e Animais
Podem gerar infecções como celulite, abscesso e osteoartrite. Em geral são polimicrobianas, por bactérias anaeróbias, aeróbias e facultativas.
Fatores de risco para infecções pós-mordida:
-intervalo de tempo entre o acidente e o atendimento maior que 8h;
-região acometida muito vascularizada(mãos e pés);
-tipo de lesão(puntiformes, profundas, com esmagamento);
-presença de contaminantes grosseiros(fezes, saliva, sujidades);
-doença preexistente(desnutrição, imunodeficiência, diabetes etc.);
-natureza do agressor: risco pós-mordida por cão: 4 a 10%; gato: 50 a 80%; humana: 15 a 30%.

Cuidados com a ferida:

Toda mordida humana ou animal é a princípio contaminada.
Abordagem
Tempo do acidente
<8h >8h
Limpeza local
Retirar sujidades, irrigar com grande volume de solução salina, em alta pressão.
Idem
Cultura da lesão
Não, somente com sinais de infecção.
Sim, exceto em lesões>24h e sem sinais de infecção.
Desbridamento
Se houver tecido necrótico.
Idem
Sutura da lesão
Controverso: avaliar em lesões de cabeça e face, não em lesões puntiformes, nas mãos ou infectadas.
Não
Avaliar risco de tétano
Sim
Sim
Avaliar risco de raiva
Sim
Sim
Avaliar risco de hepatite B (mordidas humanas)
Sim
Sim
Avaliar risco de HIV (mordidas humanas)
Sim
Sim

Indicações de antibioticoprofilaxia:

- mordida humana ou de gato, suturada ou não;
- mordida de cão sem cuidados após 8 horas do acidente;
- mordida nas mãos, qualquer agressor;
- ferimento profundo, difícil acesso para irrigação ou desbridamento;
- vítima com doenças de risco preexistentes.

Doenças infecciosas transmitidas por mordedura:
Doença
Agente etiológico
Animal 
Arranhadura do gato
Bartonella henselae
Gato
Tularemia
Francisella tularensis
Coelho e gato
Mordedura do rato
Streptobacillus moniliformis, Spirillum minus
Rato
Peste
Yersinia pestis
Gato e rato
Esporotricose
Sporothrix schenckii
Gato
Blastomicose
Blastomyces dermatitidis
Cão e gato
Brucelose
Brucella canis
Cão
Encefalopatia por Herpesvirus
Herpesvirus simiae
Primatas
Leptospirose
Leptospira spp.
Rato e gato
Hepatites B e C
Vírus da hepatite B e C
Homem
Herpes simples 1 e 2
Herpes simplex virus
Homem
S.I.D.A.
HIV
Homem
Raiva
Vírus da raiva
Cão, gato, morcego e outros
Sífilis
Treponema pallidum
homem
Tétano
Clostridium tetani
Homem e outros animais

Profilaxia da Raiva Humana

 Somente animais mamíferos são suscetíveis ao vírus da raiva, portanto, capazes de transmitir a doença.
A doença é endêmica em todo o Brasil, embora com incidência variável. Em humanos ocorreram 3 casos em 2008 e 2 casos em 2009, quase todos no Nordeste do país. (Fonte: COVEV/CGDT/DEVEP/SVS/MS)
 Cães e Gatos: acidentes com estes animais domésticos devem ser avaliados pelos critérios: estado clínico do animal e circunstâncias do acidente, se domiciliados ou não, e possibilidade de observação do animal.
 Outros Animais:

Animais de Baixo Risco: ratos, cobaias, hamsters, coelhos e outros roedores urbanos. Geralmente não requerem profilaxia da raiva.

 Animais de Médio Risco: bovídeos, equídeos, caprinos, suínos, bovinos e macacos criados em cativeiro; Esses acidentes devem ser avaliados em conjunto com veterinários sobre a necessidade da profilaxia.
 Animais de Alto Risco: morcegos e outros mamíferos silvestres.

 Classificação do acidente:

 a)Contato indireto:

- manipulação de utensílios contaminados;
  • lambedura de pele íntegra.
 B) Leve:

  • arranhadura e mordedura superficial em tronco e membros(exceto pés ou mãos).
 C) Grave:

- mordeduras, arranhaduras ou lambeduras de feridas  na cabeça, pescoço, pés ou mãos;
- mordeduras ou arranhaduras múltiplas, puntiformes e/ou profundas;
- lambeduras de mucosas;
- acidentes com morcegos.
 Abordagem do acidente
 A vacina disponível contra raiva no Brasil é a obtida em cultura de células. Existem as vacinas celulares produzidas em culturas de células diplóides humanas (VCDH) ou de células VERO (VCV).





Condições do animal agressor
Cão ou gato sem suspeita de raiva no momento da agressão
Cão ou gato clinicamente suspeito de raiva no momento da agressão
Cão ou gato raivoso, desaparecido ou morto; animais silvestres (incluindo os domiciliados), morcegos e outros.
Tipo de agressão
Contato indireto
Lavar com água e sabão.Não tratar.
Lavar com água e sabão.Não tratar
Lavar com água e sabão.Não tratar
Acidentes leves
Lavar com água e sabão.Observar o animal por 10 dias após o acidente: se permanecer sadio no período, encerrar o caso;Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, dar 5 doses da vacina.
Lavar com água e sabão.Iniciar tratamento com 2 doses, uma no dia 0 e outra no dia 3.Observar o animal por 10 dias após o acidente: se a suspeita de raiva for descartada após o período, suspender o tratamento e encerrar o caso;
Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, completar até 5 doses da vacina. Uma dose entre o dia 7 e 10 e outras nos dias 14 e 28.
Lavar com água e sabão.Iniciar imediatamente o tratamento com as 5 doses da vacina.
Acidentes graves
Lavar com água e sabão.Iniciar tratamento com 2 doses, uma no dia 0 e outra no dia 3.Observar o animal por 10 dias após o acidente: se permanecer sadio, suspender o tratamento e encerrar o caso;
Se o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, completar até 5 doses da vacina. Uma dose entre o dia 7 e 10 e outras nos dias 14 e 28.
Lavar com água e sabão.Iniciar tratamento com soro e 5 doses, da vacina.Observar o animal por 10 dias após o acidente: se a suspeita de raiva for descartada após o período, suspender o tratamento e encerrar o caso.
Lavar com água e sabão.Iniciar imediatamente o tratamento com o soro e as 5 doses da vacina.
Se houver disponibilidade local pode-se encaminhar o cérebro do animal morto, avaliando o sacrifício do animal raivoso ou suspeito, para diagnóstico laboratorial de raiva. Sendo negativo, habitualmente em torno de 48h, pode-se interromper o tratamento em curso.
A região glútea não deve ser utilizada.
Estas vacinas induzem resposta imune ativa, com a produção de anticorpos neutralizantes. A resposta requer sete a dez dias para desenvolver-se e geralmente persiste durante dois anos.
Em acidentes graves está indicado o soro ou a imunoglobulina humana anti-rábica o mais precocemente possível.
O soro anti-rábico e as imunoglobulinas humanas anti-rábicas conferem imunidade passiva rápida, que persiste durante período curto de tempo, com meia-vida dos anticorpos de aproximadamente 21 dias.
Nestes casos, quando possível, é recomendável a pesquisa de anticorpos contra a raiva.
Na reexposição é desnecessário o uso simultâneo de soro ou de imunoglobulina humana anti-rábica.
 Considerações sobre o tratamento:

Cuidados com os ferimentos: a lavagem deve ser abundante, com água corrente, sabão ou outros detergentes, devendo eliminar todas as sujidades. A sutura deve ser evitada, e se indicada, deve ser antecedida por infiltração local do soro anti-rábico, 1 hora antes.

A profilaxia do tétano deve ser providenciada segundo a norma vigente.

As vacinas produzidas em culturas de células apresentam menor reatogenicidade e apesar do custo mais elevado, vêm substituindo a vacina Fuenzalida-Palacios, preparada a partir da inoculação do vírus selvagem em cérebro de camundongos recém-nascidos, havendo o risco de induzir reações desmielinizantes.
O soro anti-rábico é infiltrado no local da lesão, e se a quantidade pela dose for insuficiente para infiltrar toda a lesão, dilui-se em soro fisiológico. Somente na impossibilidade anatômica de se infiltrar toda a dose, a menor parte possível deve ser aplicada na região glútea.
EM QUALQUER SITUAÇÃO A PROCURA POR UMA MÉDICO SE FAZ NECESSÁRIO PARA ORIENTAÇÃO E TRATAMENTO.

FRATURAS:

Fratura óssea: definição, causas, sinais e sintomas, tipos de fraturas, diagnóstico, tratamento e evolução



Fratura óssea: definição, causas, sinais e sintomas, tipos de fraturas, diagnóstico, tratamento e evolução
O que é fratura óssea?
Uma fratura óssea é a perda da continuidade de um osso, que o divide em dois ou mais fragmentos. As fraturas ósseas são acontecimentos muito frequentes. Embora haja várias causas acidentais de fraturas, cerca de 40% das fraturas acontecem no ambiente doméstico. Algumas fraturas são tão simples que nem chegam a ser percebidas ou resolvem-se espontaneamente, mas outras podem ser tão graves que acarretam risco de morte. Fraturas podem ocorrer aleatoriamente a todas as pessoas, mas há uma maior incidência em certos grupos específicos, tal como em mulheres após a menopausa, devido à osteoporose (diminuição da densidade do osso pela menor produção de hormônios estrogênicos) e em idosos, devido ao maior número de quedas e à fragilidade óssea e muscular.
Quais são as principais causas de uma fratura óssea?
Os traumatismos que incidem sobre os ossos com forças superiores a sua capacidade de deformação são as causas mais frequentes de fraturas. Isso acontece, sobretudo, em quedas, pancadas e acidentes, mas há também fraturas que ocorrem devido a impactos mínimos ou até espontaneamente, chamadas fraturas patológicas, as quais se devem a um anormal enfraquecimento dos ossos, devido à osteoporose ou a tumores ósseos.
Quais são os principais sinais e sintomas de uma fratura óssea?
As queixas mais comuns são dores, inchaço, incapacidade total ou parcial de movimentos, deformidades e posturas anormais, sinais do traumatismo, como hematomaslesões cutâneas, etc. Nas fraturas expostas ou complicadas podem aparecer outros sinas e sintomas além desses, dependendo do tipo de evento.
Quais são os principais tipos de fraturas ósseas?
Há uma grande variedade de fraturas. Elas podem ser múltiplas ou únicas, por encurtamento muscular violento ou por torção, completas ou incompletas, oblíquasepifisárias, fechadas ou abertas, etc. Podem ainda ser classificadas segundo outros critérios:
  • Segundo as suas causas:
    • Fraturas traumáticas: representam a maioria das fraturas e são causadas pela aplicação sobre o osso de uma força maior que sua resistência. Podem ocorrer no local do impacto (por exemplo, uma fratura de úmero por uma pancada) ou à distância (por exemplo, uma fratura da clavícula quando se apoia com a mão, após uma queda). Podem ocorrer também por uma contração muscular violenta ou serem devidas à aplicação repetida e frequente de pequenas forças sobre um osso, enfraquecendo-o progressivamente.
    • Fraturas patológicas: muitas vezes ocorrem espontaneamente ou em razão de traumatismos mínimos sobre um osso previamente fragilizado por osteoporose ou por um tumor ósseo.
  • Segundo a lesão envolvida:
    • Fraturas simples: apenas o osso é atingido e não há perfuração da pele ou lesão de outras estruturas adjacentes.
    • Fraturas expostas: a pele é rompida e o osso fica exposto ao exterior. Nesse tipo de fratura com frequência ocorre infecção bacteriana e mesmo que ela ainda não esteja presente, justifica-se o uso preventivo de antibióticos.
    • Fraturas complicadas: quando são atingidas outras estruturas além dos ossos, como vasos sanguíneos, nervos, músculos, etc.
Usa-se chamar de politraumatizado ao paciente que tenha sofrido ao mesmo tempo várias fraturas num mesmo ou em diversos ossos. Fraturas cominutivas são aquelas em que o osso se parte em vários pequenosfragmentos.
Como o médico diagnostica uma fratura óssea?
Em geral um exame radiográfico é suficiente para confirmar uma fratura e para classificar o seu tipo. Conforme as circunstâncias do caso e se for necessária cirurgia, outros exames laboratoriais podem estar indicados para avaliar o estado geral do paciente. Em alguns casos, exames de imagens mais precisos, como aressonância magnética, por exemplo, podem ser necessários para diagnóstico e/ou acompanhamento do caso.
Como o médico trata as fraturas ósseas?
O tratamento das fraturas ósseas depende do tipo e das características delas, mas a cirurgia deve ser considerada como a última opção, reservada para casos especiais como fraturas expostas ou complicadas. O tratamento conservador procura favorecer condições para que ocorra o processo natural de reparação do osso e é variável conforme o osso que tenha sido atingido e o tipo de lesão em causa. Nas fraturas em que tenha havido desvio ósseo é necessário fazer-se a redução da fratura, exercendo tração sobre o membro afetado e fazendo com que as extremidades ósseas voltem a ficar alinhadas e na sua posição anatômica natural. Depois desse alinhamento, o membro afetado deve ser imobilizado, para que não haja dor e possa ocorrer uma reparação da fratura, o que pode ser feito por vários meios. O mais frequente é que seja usada uma tala gessada ou o suporte com ligaduras elásticas. Conforme o osso atingido ou o tipo de fratura, essa imobilização pode variar de três a oito semanas, ou ainda mais. Concomitantemente, podem ser usadosanalgésicos e anti-inflamatórios para alívio da dor e da inflamação local. Alimentos que contenham cálcio favorecem a consolidação óssea.
O tratamento cirúrgico fica reservado para aqueles casos em que não possa ser feito um tratamento conservador e ele também procura restabelecer o alinhamento normal do osso e manter esse alinhamento até a reparação da fratura. Adicionalmente, permite também corrigir algumas lesões de partes moles, como vasos sanguíneos rompidos, por exemplo. O restabelecimento da continuidade óssea por meio cirúrgico pode ser feito com a utilização de placas, parafusos, varetas endomedulares ou fios metálicos.
Quais são as complicações que podem ocorrer nos casos de fraturas ósseas?
A imobilização de um membro fraturado motiva uma perda mineral do osso e, se for nos membros inferiores, há uma tendência à formação de trombos.
Uma das sequelas mais frequentes das fraturas é a consolidação viciosa, em que o osso cicatriza numa posição anatômica incorreta.
Fraturas expostas podem levar a uma infecção óssea especialmente grave devido à baixa irrigação sanguínea e escassez de células vivas nos ossos.
Na pseudoartrose os topos da fratura não se juntam após um determinado período de tempo. O tratamento da pseudoartrose exige correção cirúrgica.
Algum tempo depois de uma fratura pode ocorrer necrose (morte de parte do osso), se ocorrer interrupção dos vasos sanguíneos que levam sangue a essa parte do osso.
Como evoluem as fraturas ósseas?
  • Após a redução habitualmente há uma diminuição da dor.
  • Na maioria das vezes as fraturas são curadas sem deixar sequelas.
  • Uma possível consequência de uma imobilização deficiente ou de removê-la antes da hora é a formação de uma pseudoartrose.
  • A imobilização às vezes longa de um membro ou segmento corporal pode levar a uma atrofia muscular e posterior dificuldade de executar a função correspondente, pelo que uma fisioterapia deve ser iniciada de imediato
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