Hepatite A
Transmissão
A
transmissão é feita por alimentos mal-preparados e água
contaminadas por fezes
contendo
o vírus (transmissão fecal-oral), além da possível presença de
fômites no ciclo. Pode ocorrer em surtos epidêmicos (água
contaminada), tendo relação com menores condições
socioeconômico-educacionais. Geralmente acomete a população
infantil.
Epidemiologia
Apresenta a
característica de não cronificar, mas pode apresentar casos
arrastados. A forma fulminante é muito rara (0,6% dos casos) e
aumenta seus casos com o aumento da idade. Mais de 40% dos casos de
hepatite são causados pelo HAV, e 50% da população adulta já o
terá encontrado.
No
Brasil, 75% da população adulta já teve contato com o vírus
(apresentando sorologia IgG-anti HVA positiva). Os anticorpos são
protetores para toda vida, não há manifestações por
imunocomplexos. A distribuição da doença é mundial.
Em
1995, pelo menos em algumas áreas urbanas portuguesas, apenas 43%
da população com 25 anos de idade tinha tido contato com o vírus
da hepatite A.
Em
2005 houve um surto de hepatite A neste mesmo país, 67% destes
casos antingiram ciganos portugueses.
Dentre
as crianças e adolescentes portugueses analisados entre 1999 e
2003, mostraram sinais de terem sido infectados em algum momento de
sua vida (anticorpos
HAV):
1,6% aos cinco anos, 3,9% aos oito anos e 32,5% aos quatorze anos.
No Brasil, mais de
57% dos casos ocorre entre crianças com menos de 10 anos e é
cerca de 15% mais frequente em homens (na razão 10:8,5). É menos
comum na região Sudeste (0,88 a 5,0 casos a cada 100mil hab.) e
mais comum na região Norte (11,37 a 36,18 casos a cada 100mil
hab.). Entre 1999 e 2011 foram registrados um total de 138.305
casos pelo SUS.
Progressão
O
vírus é ingerido com os alimentos ou água. O período de
incubação
dura
cerca de um mês. No intestino
infecta
os enterócitos
da
mucosa
onde
se multiplica. Daí dissemina-se pelo sangue,
e depois infecta principalmente as células para as quais mostra a
preferência, os hepatócitos
dofígado.
Este tropismo é devido à abundância nessas células dos
receptores membranares a que o vírus se liga durante a invasão.
Os vírions produzidos são secretados nos canais biliares e daí,
via ampola
de Vater,
no duodeno,
sendo expelidos nas fezes.
Apresenta período de
incubação curto: 2-6 semanas. O vírus pode ser isolado nas fezes
15 dias antes dos sintomas e até 15 dias após sua resolução.
Diagnóstico
Clinicamente
se analisam sintomas como icterícia,
inchaço do fígado e outros sinais de infecção
viral.
O diagnóstico confirmatório é por detecção indireta de
anticorpos
específicos
anti-HAV
do
tipo IgM
e
IgG
em
exame de sangue.
Sinais e sintomas
Os
sintomas se dão tanto devido aos danos do vírus como à reacção
destrutiva para as células
infectadas
pelo sistema
imunitário.
Mais de metade dos doentes são assintomáticos, particularmente
crianças.
Os
sintomas mais comuns são:
- Dor abdominal;
- Urina mais escura;
- Fadiga (Cansaço);
- Dor nas articulações;
- Diarréia que se mantém durante cerca de um mês.
Em
99% dos casos segue-se a recuperação e cura após alguns dias de
repouso. Em 1% dos casos os sintomas podem ser muito mais graves e
de desenvolvimento rápido, a denominada hepatite fulminante.
Ocorre icterícia mais intensa e encefalopatia
(devido
à não regulação pelo fígado da amônia
sanguínea
neurotóxica), com distúrbios psiquiátricos e degradação das
funções mentais superiores, seguida de morte em 80% dos casos. Na
hepatite por HAV ao contrário da Hepatite
B ou
C,
não há casos de doença crônicas.
Quando acomete
adultos a doença é muito mais sintomática, prolongada e com
risco muito maior de agravar do que na criança.
Tratamento
Assim como em outras
doenças virais comuns, o próprio organismo combate a doença
sendo o tratamento mais comum apenas dos sintomas. É importante
repouso e beber muita água.
Pessoas que vivam no
mesmo domicílio que o paciente infectado ou que estejam em más
condições de saúde podem receber imunoglobulina policlonal para
protegê-los contra a infecção.
O consumo de álcool
deve ser abolido até pelo menos três meses depois que as enzimas
hepáticas voltaram ao normal.
Prevenção
- Respeito às medidas de higiene universais: hábito de higienização das mãos, alimentar-se com alimentos de origem esclarecida, ingerir água tratada (uso de cloro na desinfecção da água).
- Cuidados de saneamento básico: (esgoto, fossas sépticas).
- Vacinação de maiores de 1 ano, em duas doses, com 6 meses entre elas.
- Imunização passiva por imunoglobulinas humanas não específicas para prevenir casos secundários, quando existência de caso índex.
A vacina está
disponível pelo SUS, em Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais (CRIE), é são importantes para
crianças e também para doadores de órgãos, imunodeprimidos,
emigrantes de países com alto índice e para quem teve outra
doença hepática recente.
História
Na década de 70 e
80, Portugal era o país da Europa ocidental com maior número de
casos de hepatite A com uma prevalência altíssima nas crianças.
Graças a campanha de vacinação e ao tratamento de água
atualmente o número de casos é moderado.
Nos
países que falam português a prevalência é alta com 15 a 150
casos para cada 100.000 habitantes por ano.
Hepatite B
A
hepatite
B é
uma doença
infecciosa
inflamatória
do
fígado
causada
pelo vírus
da hepatite B (HBV)
que afeta seres
humanos e
alguns outros primatas.
Originalmente conhecida como "hepatite do soro", a doença
tem causado epidemias em regiões da Ásia
(com
120 milhões de casos só na China
em
2010), naÁfrica,
no norte da América do Norte e na América do Sul. Cerca de um
terço da população mundial foi infectada pelo vírus em algum
momento de suas vidas, incluindo 350 milhões de pessoas que são
portadoras crônicas. Segundo a OMS, 600 mil morrem todos os anos
em decorrência da hepatite B.
O
primeiro episódio da doença provoca inflamação
do fígado,
vômitos, icterícia
(amarelamento)
e, raramente, morte. Já a hepatite B crônica pode eventualmente
causar cirrose
ou
mesmo câncer.
A infecção pode ser prevenida através da administração em três
doses da vacina
contra hepatite B.
O vírus da hepatite
D (HDV)
só ataca células já infectadas pelo HBV, piorando assim o
prognóstico dos doentes com hepatite B crônica.
Causa
O
vírus da hepatite B é um hepadnavírus
-
hepa,
de hepatotrópico (atraído para o fígado) e dna,
porque é um vírus
de DNA -
e tem um genoma circular de DNA de cadeia dupla parcial. Os vírus
replicam através de uma forma intermediária de RNA
por
transcrição
reversa,
que, na prática, os relaciona com os retrovírus.
Embora a replicação tenha lugar no fígado, o vírus propaga-se
para o sangue, onde as proteínas virais e anticorpos contra eles
são encontrados em pessoas infectadas.
Transmissão
O
vírus existe no sangue,
saliva,
sémen,
secreções vaginais e leite
materno
de doentes ou portadores assintomáticos. Sua transmissão pode ser
realizada por contatos diretos com saliva, sangue ou outros fluidos
corporais,
através de relações
sexuais,
transfusão
de sangue ou
partilha de seringas
para
injeção de drogas.
O vírus é muito mais resistente e de transmissão muito mais
fácil que o HIV
e
persiste mais tempo nesses instrumentos, mas é destruído pela
lavagem cuidadosa e esterilização
pelo
calor. Resiste por vezes ao pH
baixo
(ácido),
calor moderado e temperaturas baixas. É capaz de sobreviver no
ambiente exterior por pelo menos uma semana.
O
vírus pode ser transmitido através da exposição a sangue ou
fluidos corporais, tais como sêmen
e
secreções vaginais,
contaminados. O DNA
viral
também já foi detectado na saliva, lágrimas e na urina de
portadores crônicos. A infecção
perinatal,
ou seja durante o parto, é uma das principais vias de transmissão
em áreas endêmicas, com cerca de 20% de risco de transmissão
para mães HBsAg positivas e 90% caso também seja HBeAg positiva.
Quanto mais cedo a gestante começar o tratamento, menor o risco de
transmissão.
Grupos
vulneráveis incluem profissionais de saúde, pessoas que recebem
transfusões
ou
fazem diálise
em
países sem o devido controle, acupuntura,
tatuagem, viajantes a locais endêmicos e residentes de
instituições. Entretanto, o vírus da hepatite B não pode ser
transmitido através de aperto de mão, compartilhamento de
talheres ou copos, beijo, abraço, tosse ou espirro.
O
agente delta ou vírus da hepatite
D é
transmitido de doentes com ambos HBV e HDV para doente com HBV
crónico apenas pelas mesmas vias e nos mesmos grupos de risco.
Epidemiologia
Cerca
de 5% da população mundial terá a doença ou será portadora sem
sintomas. Nos Estados
Unidos há
300 000 novos casos por ano e 4000 mortes. Em todo o mundo existem
cerca de 240 milhões de portadores da hepatite B crônica,
tornando-a uma das piores pandemias atualmente. Cerca de 25% (1 em
cada 4) dos adultos infectados crônicos durante a infância
morreram de câncer ou cirrose.
Os
grupos mais vulneráveis são os de indivíduos que praticam sexo
desprotegido e utilizadores de drogas intravenosas. A imunização
(vacina
contra hepatite B)
protege eficazmente contra a doença.
No Brasil
Entre
1999 e 2011, a região Sudeste concentrou 36,6% dos casos e a
região Sul concentrou 31,6% das notificações.
No
Brasil, a taxa de infectados passou de 0,3%, em 1999, para 6,9%, em
2010. A região Sul registra os maiores índices de novos casos
desde 2002, seguida da região Norte. Um total de 120.343 foram
notificados no país nesse período. A via sexual é a forma
predominante de transmissão sendo responsável por 52,7% dos
casos.A
região amazônica também possui altos índices de infectados.
A vacina está
disponível para todas as idades em quase todos os postos de saúde
do país e é a medida mais eficaz de prevenção.
Em Portugal
Em
2005 houve 36 mil novos casos notificados, um grande progresso
comparado a média de 120 mil novos casos em pesquisas passadas. A
melhora está associada aos progressos feitos pelo plano nacional
de vacinação que vacinaram cerca de metade da população. O
distrito de Bragança apresenta os valores mais baixos de
imunização com 26,7% e o de Faro os mais altos valores com 59,5%
de imunizados.
Na África
Na
África subsariana, assim como grande parte da Ásia e do Pacífico,
os portadores crônicos representam 8% a 10% da população. Nestas
regiões, o câncer do fígado causado pela hepatite B está entre
as três primeiras causas de morte por câncer.
Diagnostico
O
diagnóstico da hepatite B deve não só identificar as pessoas com
anticorpos
contra
a doença, mas também diferenciar aqueles que já tiveram a doença
aguda, mas estão nessa altura curados, dos com hepatite crónica
que necessitam de vigilância e tratamento. São usadas técnicas
elaboradas de detecção de antigénios
e
anticorpos diferentes que surgem em diferentes estágios da doença.
O episódio agudo é diagnosticado pela detecção no sangue de
antigénios HBs e HBe, e anticorpos anti-HBc além de transaminases
(enzimas que existem no interior dos hepatócitos
e
só saem para o sangue com destruição destes: indicadores de
hepatite) simultaneamente. A infecção passada resolvida
caracteriza-se por anticorpos anti-HBs e anti-HBc do tipo IgG.
A imunidade efectiva da vacina é determinada pela detecção de
anticorpos anti-HBs do tipo IgG,
mas não anti-HBc. O doente crónico apresenta no sangue antigénios
HBe e HBs altos e anticorpos anti-HBc do tipo IgG
mas
não anti-HBs. Além disso, pode ter transaminases elevadas
(hepatite activa) e testes para a presença de vírus no sangue
(PCR)
positivos.
Sinais e sintomas
Durante
o período de incubação da doença o portador permanece
assintomático, esse período dura entre 30-180 dias, enquanto que
o período da infecção vai de 2-12 meses. Após a incubação, em
25% dos casos ocorre uma hepatite de progressão rápida com
episódio
agudo caracterizado
por alguns dos seguintes sintomas:
- Icterícia (pele e conjunctiva dos olhos amarelas);
- Febre;
- Fadiga (Cansaço);
- Dores no abdômen;
- Anorexia (Falta de apetite);
- Colúria (Urina escura);
- Fezes claras;
- Náuseas com ou sem vômito;
Cerca
de 75% poderão ser assintomáticos mas mesmo assim em risco de
desenvolvimento de cronicidade. Estes sintomas duram de duas
semanas a três meses. O que sucede a seguir depende da resposta do
sistema
imunitário.
Conforme
os anos passam, caso o organismo não combata adequadamente o vírus
(cerca de 10% dos casos), o vírus segue danificando o fígado e
pode causar :
- Carcinoma hepatocelular (Câncer de fígado);
- Esplenomegalia (aumento do baço);
- Ascite (acúmulo de líquidos na cavidade abdominal) e;
- Encefalopatia hepática (danos no cérebro);
Progressão
Se
os linfócitos
T
citotóxicos forem agressivos, a doença é resolvida e o doente
curado. Se forem muito agressivos, pode ocorrer hepatite
fulminante e
morte. Se a resposta for insuficiente, ocorre estado de portador ou
hepatite crónica. O sistema imunitário ineficaz e ainda em
desenvolvimento dos bebês leva 90% deste grupo desenvolva a forma
crônica (recorrente) da doença. Crianças pequenas tem entre 20 a
50% de desenvolver a forma crônica enquanto adultos tem apenas 5 a
10%.
Em 1% dos casos a
hepatite é fulminante e pode ser mortal. Cerca de 90% dos
indivíduos infectados resolvem a infecção após o episódio
agudo ou assintomático de forma completa e curam-se. Contudo em
10% dos casos a infecção torna-se crónica. Mesmo dentro deste
décimo de casos crónicos, alguns se tornam portadores infecciosos
sem sintomas, outros têm uma hepatite não progressiva com
replicação viral mínima e apenas alguns desenvolvem um curso
progressivo. A seguinte discussão refere-se à progressão nestes
indivíduos, que sofrem da "verdadeira" hepatite B, com
cronicidade e alto risco de complicações.
A
comorbidade com o vírus da hepatite D pode transformar o curso
benigno de uma hepatite B numa doença altamente agressiva (curso
fulminante mortal) e piora o prognóstico daqueles que já têm
curso progressivo, diminuindo a sua esperança
de vida.
O
HBV infecta e multiplica-se nas células sem as destruir, e maior
parte dos danos e sintomas da hepatite que provoca são devidos à
resposta
citotóxica necessária
e por vezes eficaz desenvolvida pelo sistema
imunitário contra
as células humanas infectadas. O reconhecimento das células
infectadas é feito pela detecção de proteínas
virais
que são expressas na membrana
celular da
célula-hóspede e, portanto expostas ao exterior. A tendência
para a cronicidade da hepatite B é devida à infecção latente
que o vírus pode produzir em algumas células. Ele é capaz de
integrar o seu genoma de ADN nos cromossomas humanos, e lá
permanecer sem se multiplicar perfeitamente escondido do sistema
imunitário,
enquanto os virions em multiplicação activa são destruídos.
Mais tarde, em resposta a determinados estímulos, pode voltar a
ficar activo. Além disso, a elevada taxa de mutação do vírus
permite mudanças na conformação das suas proteínas externas,
que tornam a resposta imunitária específica menos eficaz.
O
fígado responde de duas formas à destruição das suas células.
Inicialmente os hepatócito
regeneram
o tecido perdido, mais tarde com os danos repetidos inicia-se
também a produção de tecido
conjuntivo fibroso
pelos fibrócitos.
Com danos contínuos, a capacidade de regeneração dos hepatócitos
é insuficiente, e a fibrose torna-se predominante, levando à
cirrose
hepática com
insuficiência
hepáticadevido
ao pequeno número de hepatócitos, que não se podem multiplicar
devido à resistência do tecido conjuntivo modelado à sua volta.
A cirrose hepática é uma condição inevitavelmente fatal, e
mesmo o transplante de fígado só permite a vida durante alguns
anos devido à rejeição progressiva do órgão estranho.
A
replicação aumentada dos hepatócitos aumenta a probabilidade de
outra complicação: o carcinoma
hepatocelular.
A maioria das mutações
genéticas
que resultam no cancro
(tumor) ocorrem
durante a replicação celular, em que o processo de cópia do DNA
conduz quase sempre a alguns erros. Com a regeneração contínua
do tecido do fígado devido à destruição das células pelo vírus
(e resposta imunitária) esses erros acumulam-se. Outro mecanismo
de mutação é a própria inserção mais ou menos aleatória do
genoma do vírus nos cromossomas:
se algum gene
ou
região regulatória for interrompida, genes antitumorais podem ser
inactivados ou genes pró-tumorais (oncogenes)
hiperactivados. O resultado é que a infecção crónica pelo HBV é
uma das mais importantes causas do carcinoma
hepatocelular -
o cancro de longe mais comum do fígado,
e de mau prognóstico.
A
sobreinfecção de doentes com hepatite B crónica com agente delta
pode levar à encefalopatia
hepática (deterioração
das funções intelectuais devido à incapacidade do fígado de
controlar os níveis deamónia,
uma substância tóxica no sangue) mais facilmente e exacerba todos
os sintomas.
Tratamento
No
caso agudo o tratamento é predominantemente para aliviar os
sintomas (paliativo), pois em 90-95% dos casos o próprio organismo
elimina a doença. Vários agentes antivirais têm sido usados no
tratamento dos indivíduos com hepatite crônica, dentre eles
destacam-se o intérferon
alfa,
a lamivudina,
o famciclovir
e
oadefovir
dipivoxi.
Pesquisas mostram que um grande número de fatores influenciam a
eficiência do tratamento antiviral sendo bastante difícil
descobrir qual será eficiente e qual não. Para piorar o vírus
frequentemente desenvolve resistência aos remédios com menos
efeitos colaterais nos primeiros anos (40% no caso da lamivudina).
A
escolha do tratamento vai depender do resultados de AgHbs,
AgHbe/anti Hbe, DNA-VHB, ALT/AST e da histologia. Mesmo com o
tratamento ainda há risco de cirrose e câncer hepático. Novos
tratamentos e pesquisas estão sendo feitos para desenvolver
medicamentos mais eficientes.
Entre
0,2 e 0,3% dos casos crônicos são fulminantes ou subfulminante e
precisam ser tratados em UTI e requer transplante de fígado
urgente.
OBS:
SEMPRE QUE PRECISAR DE AJUDA PROCURE UM MEDICO
Prevenção.
A
prevenção pela vacina
é
a melhor forma de combater a doença. Essa vacina é constituída
pelos antigénios HBs, sem nenhuma partícula viral. Administra-se
por inoculação. Se a pessoa após alguns meses apresentar
anticorpos anti-HBs em suficiente número, não necessitam de mais
injeções, mas aqueles com menor resposta requerem novas
inoculações, geralmente três, espaçadas. Em muitos países a
vacina é obrigatória. Três vacinas são eficazes para imunizar
95% dos casos.
Não há vacina
contra a hepatite D (HDV), mas como ela só infecta doentes
crónicos com Hepatite B a vacina do HBV previne a D também. Em
doentes com hepatite B é importante sempre usar camisinha e nunca
compartilhar seringas.
Usar sempre
camisinha, não compartilhar objetos perfurantes ou cortantes e
fazer exames pré-natal também são importantes medidas
preventivas.
Novos tratamentos
Em
2012, cientistas portugueses desenvolveram uma vacina oral para
hepatite B que também pode ajudar no seu tratamento. Porém ainda
não está disponível ao público e não há previsão de quando
será comercializada.
História
O
relato mais antigo de uma epidemia causada pelo vírus da Hepatite
B foi feito por Lurman em 1885.
Um surto de Varíola ocorreu no Bremen em 1883
e
1889
empregados
das docas foram vacinados com linfa de outras pessoas. Após várias
semanas, e até oito meses depois, 191 dos trabalhadores vacinados
ficaram doentes com Icterícia e foram diagnosticados como sofrendo
de hepatite do soro. Outros empregados que tinham sido inoculados
com diferentes lotes de linfa permaneceram saudáveis. O artigo de
Lurma, agora apontadado como um exemplo clássico dum estudo
epidemiológico, provou que a linfa contaminada foi a fonte do
surto. Mais tarde, numerosos surtos semelhantes foram reportados
após a introdução, em 1909, de agulhas hipodermicas que foram
usadas, e mais importante reutilizadas, para administrar
"Salvarsan" para o tratamento da sífilis. O vírus não
foi descoberto até 1965 quando Baruch Blumber, então trabalhador
no "National Institutes of Health (NIH)", descobriu o
Antigénio Australia (que mais tarde veio a ser conhecido como
sendo o antigénio de superfície Hepatite B, ou HBsAg) no sangue
de aborígenes australianos. Apesar de se suspeitar da existência
do vírus desde que MacCallum publicou a sua pesquisa em 1947. Em
1970, D.S. Dane e outros descobriram a particula vírica através
de um microscópio electrónico. No início de 1980, o genoma do
vírus foi sequenciado, e as primeiras vacinas estavam a ser
testadas.
Hepatite C
hepatite
C é
uma doença
infecciosa causada
pelo vírus
da hepatite C (VHC)
e que afeta sobretudo o fígado. A
infecção é muitas vezes assintomática, embora a infecção
crónica possa levar à fibrose
do
fígado e por fim à cirrose,
que normalmente só se manifesta passados vários anos. Em alguns
casos, os indivíduos com cirrose contraem Insuficiência
hepática ou
cancro
do fígado,
podendo haver ainda complicações que representam risco imediato
de vida, como varizes
esofágicas ougástricas.
O
contágio com VHC é feito através de contacto sanguíneo,
associado sobretudo ao uso de seringas,
material médico mal esterilizado
e
transfusões
sanguíneas.
Estima-se que em todo o mundo sejam afectadas pela hepatite C 130 a
170 milhões de pessoas. A existência da hepatite C foi proposta
durante a década de 1970 e demonstrada em 1989.
A
doença afecta apenas o ser humano e os chimpanzés.
O
vírus permanece no fígado em cerca de 85% dos casos de infecção.
Esta infecção crónica pode ser tratada com medicação: a
terapia convencional consiste numa combinação de peginterferona
e
ribavirina,
os quais podem ser complementados com boceprevir
ou
telaprevir
em
determinados casos. A taxa de sucesso do tratamento situa-se entre
os 50 e 80%. Os indivíduos que desenvolvam cirrose ou cancro do
fígado podem vir a necessitar de Um
ansplante de fígado.
AHepatite C a principal causa de transplantes de fígado, embora o
vírus normalmente se volte a manifestar mesmo depois do
transplante. Não existe ainda uma vacina eficaz contra a doença.
Sinais e sintomas
Infecção aguda
A
infecção da hepatite C manifesta-se através de sintomas agudos
em 15% dos casos.Os sintomas são geralmente pouco intensos e
imprecisos, entre os quais a falta de apetite, fadiga, náuseas,
dores musculares ou nas articulações e perda de peso.A maior
parte dos casos de infecção aguda não tem relação com a
icterícia.A
infecção desaparece por si própria e de forma espontânea em 10
a 50% dos casos, o que ocorre com mais frequência em indivíduos
jovens do sexo feminino.
Infecção crónica
Cerca
de 80% daqueles que são expostos ao vírus contraem uma infecção
crónica.
Durante
as primeiras décadas, a maior parte dos infectados não nota
qualquer sintoma significativo,
embora
a hepatite Ccrónica esteja associada à fadiga.Após vários anos,
a doença torna-se a principal causa de cirrose
e
de cancro
do fígado.Cerca
de 10 a 30% dos indivíduos infectados desenvolve cirrose num prazo
de 30 anos.A cirrose é mais frequente entre os que estão
igualmente infectados com a hepatite
b
ou
o VIH,
entre alcoólicos
e
em indivíduos do sexo masculino.Os que desenvolvem cirrose
apresentam um risco vinte vezes maior de contrair um
hepatocarcinoma,
ao ritmo de 1 a 3% ao ano,
e
no caso de estar associado ao excesso de álcool o risco aumenta
para 100 vezes.A hepatite C está na origem de 27% dos casos de
cirrose e de 25% dos casos de hepatocarcinoma em todo o mundo.
A
cirrose hepática pode levar à hipertensão
portal,
acumulação
de líquidos no abdómen,
susceptibilidade
a hemorragias,
varizes (sobretudo no estômago e esófago), icterícia,
e um síndroma de alteração psíquica conhecido como
encefalopatia
hepática.
É uma das causas mais comuns na requisição de transplantes
hepáticos.
Extrahepáticos
Ainda
que muito raramente, a hepatite C está associada ao Síndrome
de Sjögren
(um
transtorno auto-imune), à trombocitopenia,
ao lichen
planus,
à diabetes
mellitus
e
a transtornos linfoproliferativos das células
B.Estima-se
que a trombocitopenia se manifeste entre 0,16% a 45,4% dos
indivíduos com hepatite C crónica.Têm também sido apontadas
associações prováveis com o prurigo
nodularis
e
com aglomerulonefrite
membranoproliferativa.A
infecção por hepatite C está ainda associada a uma condição
conhecida como crioglobulinemia,
uma inflamação dos vasos sanguíneos pequenos e médios causada
pela deposição de complexos
imunes
envolvendo
crioglobulinas.
Virologia
O
vírus
da hepatite C
(VHC)
é um Vírus
ARN
de
senso positivo, de reduzida dimensão, de estirpe única e
encapsulado.É
um membro do género hepacivírus
da
família Flaviviridae.Existem
sete principais genótipos
de
VHC, ordenados de um a sete.Nos Estados Unidos, cerca de 70% dos
casos têm origem no genótipo 1, 20% no genótipo 2, sendo
atribuído a cada genótipo restante cerca de 1% dos casos.O
genótipo 1 é igualmente o mais comum na América do Sul e na
Europa.
Contágio
A
principal forma de contágio em países
desenvolvidos
é
através da partilha de seringas, enquanto que nos países
em desenvolvimento
o
contágio tem origem sobretudo em transfusões
sanguíneas
e
práticas clínicas pouco seguras.A causa do contágio é
desconhecida em cerca de 20% dos casos,embora se acredite que
possam ser contabilizados na partilha de seringas.
Partilha de seringas
A
partilha de seringas é um dos maiores comportamentos de risco para
a transmissão da hepatite C em grande parte do mundo.Entre 77
países que dispõem de dados, 25 deles revelaram ter taxas de
prevalência de hepatite C entre a população de toxicodependente
de 60% a 80%,e doze deles superior a 80%.
Acredita-se
que dez milhões de toxicodependentes estejam infectados com a
doença. A China (1,6 milhões), Estados Unidos (1,5 milhões) e a
Rússia (1,3 milhões) são os países com o maior número absoluto
de infecções.A incidência de hepatite C entre reclusos nos
Estados Unidos, por exemplo, é dez a vinte vezes maior do que a
verificada na generalidade da população. Tem sido apontada como
causa a existência de múltiplos comportamentos de alto risco
dentro das prisões como a troca de seringas durante o consumo de
drogas e tatuagem
com
equipamento não esterilizado.
Contágio em meio hospitalar
As
transfusões
sanguíneas,
as transfusões de produtos sanguíneos, ou o transplante
de órgãos
sem
o devido rastreio do vírus da hepatite C representam um avultado
risco de infecção.O rastreio universal de VHC tornou-se
obrigatório no Canadá em 1990e nos Estados Unidos em 1992.Esta
medida reduziu o risco de contágio de uma em cada 200 unidades de
sangue
para
entre uma em cada 10.000 a 10.000.000 unidades de sangue.Embora
muito residual, o risco de contágio continua a existir, já que
entre o momento em que um potencial dador de sangue é infectado e
a possível detecção da doença através de análises tem que
decorrer um período de 10 a 70 dias, dependendo do método
usado.Devido ao elevado custo financeiro dos testes, alguns países
ainda não rastreiam a presença dehepatite C.
Indivíduos
que tenham sido alvo de uma lesão provocada por uma agulha
contaminada com VHC têm uma probabilidade de 1,8% de vir a
contrair a doença.O risco é maior se a agulha em questão é oca
ou o golpe é profundo.Embora baixo, existe também algum risco na
exposição de mucosas ao sangue infectado, não havendo no entanto
qualquer risco se a exposição ao sangue infectado ocorrer na pele
intacta.
O
equipamento hospitalar tem igualmente sido referido como um dos
meios de transmissão da hepatite C, através da reutilização de
seringas, da reutilização de recipientes para administração de
medicamentos, de sacos de infusão, e de equipamento cirúrgico mal
esterilizado, entre outros factores de risco.A ausência ou
insuficiente implantação de medidas estritas de prevenção em
instalações clínicas ou dentárias, públicas ou privadas, é
apontada como a principal causa da disseminação do VHC no Egito,
o país com a maior taxa de infecção em todo o mundo.
Relações sexuais
A
probabilidade da transmissão da hepatite C através de contacto
sexual é uma questão controversa.Embora haja uma associação
entre comportamentos sexuais de risco e a hepatite C, desconhece-se
se a transmissão da doença se deve à própria actividade sexual
enquanto factor de risco ou ao consumo não admitido de drogas.A
maioria das conclusões sustenta que não haja risco para
casaisheterossexuais
monogâmicos.No
entanto, são factores de risco as práticas sexuais que envolvam
um maior risco de trauma da mucosa anogenital, como o sexo
penetrativo anal,
ou práticas que sejam realizadas quando haja uma doença
sexualmente transmissível
concorrente,
como o VIH
ou
úlceras genitais.Nos Estados Unidos, o uso de preservativo
enquanto
método de protecção contra a hepatite C, é apenas recomendado
no contexto de múltiplos parceiros sexuais.
Piercings e tatuagens
Uma
tatuagem
representa
um risco duas a três vezes maior de contrair hepatite C.Isto pode
dever-se tanto à má esterilização do equipamento como à
própria contaminação da tinta usada.As tatuagens ou piercings
realizados
antes de meados da década de 80, de forma clandestina ou de forma
não profissional são um motivo de preocupação adicional, uma
vez que é provável que não tenham sido usados quaisquer
mecanismos de esterilização. O risco também aparenta ser maior
consoante a dimensão da própria tatuagem.Estima-se que cerca de
metade dos reclusos partilhem equipamento de tatuagem não
esterilizado.Mas é raro para os tatuadores em estudios licenciados
estarem ligados diretamente com as infecções virais.
Partilha de objectos de uso pessoal
Determinados
objectos de uso pessoal, como lâminas de barbear, escovas de
dentes ou material de manicura e pedicura, podem estar contaminados
com sangue. A partilha destes objectos pode eventualmente levar à
exposição ao VHC.Deve haver cuidados redobrados na presença de
qualquer estado clínico que envolva hemorragias,
como feridas e cortes.O VHC não se transmite através do simples
contacto físico, como um abraço, beijo ou partilha de utensílios
de cozinha ou de refeição.
Transmissão vertical
A
transmissão
vertical
da
hepatite C de uma mãe infectada para o filho ocorre apenas em
menos de 10% das gravidezes.Não há medidas que possam diminuir o
risco.Não é ainda claro o momento em que durante a gravidez se dá
o contágio, mas pensa-se que possa ocorrer entre a gestação e o
parto.Os trabalhos de parto longos estão associados a um maior
risco de transmissão.Não há ainda provas de que a amamentação
transmita
o VHC embora, como medida preventiva, a mãe portadora da doença
seja aconselhada a evitar amamentar caso os mamilos se apresentem
gretados, haja hemorragias locais,ou se se verifique que os níveis
virais estão altos.
Epidemiologia
Estima-se
que vivam entre 130 e 170 milhões de pessoas com hepatite C
crónica, o que corresponde a 3% da população mundial.Anualmente,
são registados 3 a 4 milhões de novos casos, e mais de 350.000
pessoas morrem a cada ano devido a doenças relacionadas com a
hepatite C.O número de infecções cresceu significativamente ao
longo do século XX como consequência do contágio relativo ao
consumo de drogas injectáveis, medicação intravenosa ou
equipamento médico mal esterilizado.
Entre
os portadores crónicos da doença, o risco de contrair cirrose
durante
um prazo de vinte anos varia consoante os estudos efectuados, mas
estima-se que seja entre 10% e 15% para os homens e entre 1% e 5%
para as mulheres. Desconhece-se a explicação para esta diferença.
Uma vez contraída cirrose, o taxa de risco de contrair
hepatocarcinoma
é
de 1% a 4% ao ano.
Nos
Estados Unidos, cerca de 2% da população é portadora do vírus
da hepatite C,e anualmente são registados de 35.000 a 185.000
novos casos. A taxa de novas infecções tem vindo a diminuir de
forma significativa no Ocidente desde a década de 1990 como
consequência do rastreio de sangue em transfusões.As mortes
anuais devidas ao VHC nos Estados Unidos variam entre 8000 a 10000,
esperando-se que este número aumente à medida que são registados
as manifestações da doença em indivíduos infectados antes dos
rastreios sanguíneos serem norma.
A
prevalência é maior em alguns países de África
e
da Ásia.Entre
os países com uma taxa significativamente elevada de infecções
conta-se o Egipto (22%), o Paquistão (4,8%) e a China
(3,2%).Acredita-se que o caso Egípiio esteja ligado a uma campanha
nacional para o tratamento da esquistossomose,
actualmente descontinuada, em que foram usadas seringas de vidro
esterilizadas de forma imprópria.
Diagnóstico
Estão
disponíveis vários testes de diagnóstico de hepatite C, entre
eles a detecção do anticorpo
do
VHC através do ELISA,
o Western
blot,
e a análise quantitativa da reacção
em cadeia da polimerase
(RCP)
do ARN
do
VHC.O ARN do vírus consegue ser detectado pela RCP normalmente
entre uma a duas semanas depois da infecção, enquanto que métodos
com base na detecção de anticorpos só possam ser feitos passado
muito mais tempo, uma vez que os anticorpos demoram
comparativamente muito mais tempo a ser formados.
Define-se
como hepatite C crónica qualquer infecção em que o VHC persista
por mais de seis meses, tendo como base a presença ou não do seu
ARN.As infecções crónicas são geralmenet assintomáticas
durante as primeiras décadas,e descobertas frequentemente através
da investigação de altos
níveis de enzimas hepáticas
ou
durante exames de rotina em grupos de alto risco. Os exames não
conseguem distinguir entre infecções agudas ou crónicas.
Serologia
A
detecção de Hepatite C tem normalmente início com um exame
sanguíneo
que
detecte a presença de anticorpos do VHC, recorrendo-se a um
imunoensaio enzimático.Caso o resultado seja positivo, é
realizado um novo teste que confirme o imunoensaio e que determine
a carga
viral.
A verificação do imunoensaio anterior é feita com recurso a um
ensaio de imunoblot recombinante, e determina-se a carga viral
através da reacção em cadeia da polimerase do ARN do VHC.Caso
não se detecte o ARN do vírus mas o imunoblot seja positivo,
significa que a pessoa já teve anteriormente uma infecção que
entretanto desapareceu, quer de forma espontânea quer com recurso
a tratamento. Caso o imunoblot seja igualmente negativo, significa
que o primeiro imunoensaio estava errado e se tratou de um falso
positivo.É preciso entre seis e oito semanas a partir da data de
infecção para que o imunoensaio possa apresentar resultados
positivos.
Os
níveis de enzimas durante a fase inicial da infecção variam
bastante
e,
em média, só começam a subir sete semanas depois da infecção.O
nível de enzimas hepáticas pouca relação tem com a intensidade
da doença.
Biópsia
Para
determinar o grau de deterioração e a evolutividade do processo
inflamatório do fígado recorre-se à biópsia
hepática;
existem, no entanto, riscos associados a este exame.As alterações
normalmente observadas são linfócitos
dentro
do parênquima,
gânglios
linfáticos
no
hilo
hepático
e
alterações nos canais
biliares.Estão
disponíveis uma série de exames sanguíneos para tentar
determinar o grau de fibrose hepática e diminuir a necessidade da
realização de uma biópsia.
Rastreio
Acredita-se
que apenas 5% a 50% dos indivíduos infectados nos Estados Unidos e
Canadá estão conscientes de que são portadores da doença.O
rastreio é recomendado em grupos de alto risco, que incluem também
pessoas tatuadas.O rastreio é igualmente recomendado em indivíduos
com níveis elevados de enzimas, já que este é normalmente o
único indício de hepatite crónica.
Tratamento
O
VHC induz infecção crónica em 50% a 80% dos indivíduos
infectados. Entre estes, a taxa de sucesso do tratamento é de 40%
a 80%.Em casos raros, a infecção pode desaparecer sem qualquer
tratamento.Os portadores de hepatite C crónica são aconselhados a
evitar bebidas alcoólicas e medicamentos que apresentem toxicidade
para o fígado,para além de ser recomendada a vacinação contra a
hepatite
A
e
hepatite
B.Para
aqueles que têm cirrose, recomenda-se também a vigilância do
hepatocarcinoma
através
de ecografia.
Medicação
Regra
geral, recomenda-se o tratamento para todos aqueles em que se sejam
detectadas anormalidades no fígado como resultado da infecção de
VHC.Actualmente, o tratamento é a administração combinada de
interferão
alfa peguilado
com
o fármaco antiviral ribavirina
durante
um período de 24 ou 48 semanas, dependendo do genótipo
do
VHC.Quando administrado em conjunto com a ribavirina, o interferão
alfa peguilado 2a aparenta superior ao interferão alfa peguilado
2b, embora as provas não sejam ainda determinantes.Registam-se
melhorias em 50% a 60% dos pacientes.A combinação deboceprevir
ou
telaprevir
com
a ribavirina e e o interferão alfa peguilado melhora a resposta
antiviral ao genótipo 1 da hepatite c.Os efeitos secundários
deste tratamento são bastante comuns, com cerca de metade dos
pacientes a manifestarem sintomas semelhantes aos da gripe e cerca
de um terço a manifestar problemas de ordem emocional.O tratamento
durante os primeiros seis meses é mais eficaz do que aquele que
seja feito depois da infecção se ter tornado crónica.Se o
indivíduo contrair uma nova infecção e esta não tiver sido
eliminada ao fim de oito a doze semanas, é recomendada a
administração de interferão peguilado durante 24 semanas.Em
pacientes com talassemia,
a ribavirina aparenta ser eficaz, mas aumenta a necessidade de
transfusões.
Medicina alternativa
Existem
várias terapias
alternativas
cujos
proponentes advogam ser benéficas no tratamento da hepatite C,
como o cardo-leiteiro,
ginseng
ou
a prata.No
entanto, nenhuma terapia alternativa mostrou ainda ser capaz de
melhorar os resultados da doença, e não existe qualquer evidência
de que as terapias alternativas tenham qualquer acção sobre o
vírus.
Prognóstico
A
resposta ao tratamento varia consoante o genótipo do vírus. A
resposta é positiva em 40% a 50% dos indivíduos infectados com o
genótipo 1 depois de 48 semanas de tratamento.Em
indivíduos infectados com o genótipo 2, a resposta é positiva em
70% a 80% dos casos após 24 semanas de tratamento. Para
o genótipo 4 a resposta positiva é de 65% após 48 semanas de
tratamento. As evidências para o tratamento do genótipo 6 são
escassas, e as que existem são apenas para 48 semanas de
tratamento com a mesma dosagem usada nos casos de genótipo 1.
Prevenção
À
data de 2011, não existe ainda qualquer vacina
que
ofereça protecção contra a contracção da hepatite C. No
entanto, existem algumas em fase de desenvolvimento que mostram
resultados promissores. A aplicação de múltiplas medidas de
contenção, como os programas de troca de seringas e o tratamento
da toxicodependência, reduzem o risco da transmissão do vírus
entre toxicodependentes em cerca de 75%.O rastreio de dadores de
sangue é importante quando feito à escala nacional, assim como o
é a adesão das unidades de saúde aos princípios básicos de
precaução, como a esterilização.Em países onde não haja
quantidade suficiente de seringas esterilizadas, a administração
de medicamentos deve ser feita oralmente em vez de por via
intravenosa.
História
Em
meados da década de 1970, Harvey
J. Alter,
coordenador da Secção de Doenças Infecciosas no Departamento de
Medicina de Transfusão nos Institutos
Nacionais da Saúde,
e a sua equipa de investigação demonstraram que a maior parte dos
casos de hepatite registados após transfusões de sangue não se
deviam aos vírus quer da hepatite
A
quer
da B.
Apesar desta descoberta e do esforço internacional para a
identificação do vírus, inicialmente descrito como "vírus
da hepatite não-A e não-B", tal só seria conseguido mais de
uma década depois. Em 1987, Michael Houghton, Qui-Lim Choo, e
George Kuo da Chiron
Corporation,
em colaboração com D.W. Bradley do Centro
de Controle e Prevenção de Doenças,
recorreram a uma nova abordagem baseada na clonagem
molecular
de
modo a identificar o organismo ainda desconhecido e criar um teste
de diagnóstico.Em 1988, a existência do vírus foi confirmada por
Alter ao verificar a sua presença numa cultura de vírus não-A e
não-B. Em Abril de 1989, a descoberta do VHC foi publicada ao
longo de dois artigos na revista Science.A
descoberta veio permitir melhorias substanciais no diagnóstico e
no tratamento antiviral.Em 2000, Alter e Houghton froam laureados
com o Prémio
Lasker para a Investigação Clínica em Medicina,
pelo seu trabalho de pioneirismo na descoberta do vírus da
hepatite C e pelo desenvolvimento de métodos de diagnóstico, que
reduziram o risco de hepatite associada à transfusão de sangue
nos Estados Unidos de 30% em 1970 para virtualmente zero em 2000.
A
Chiron deu entrada de vários pedidos de patente sobre o vírus e
respectivos métodos de diagnóstico.Em 1990, a CDC desistiu de
registar uma patente concorrente, depois da Chiron ter oferecido
uma indemnização no valor de 1,9 milhões de dólares à empresa
e 337.500 dólares a Bradley. Em 1994, o próprio Bradley processou
a Chiron, procurando invalidar a patente, incluir-se a si como
co-autor e obter o direito a royalties.
Viria, no entanto, a desistir do caso em 1998 depois de ter perdido
num tribunal de recurso.
Impacto social
Em
28 de Julho de cada ano celebra-se o Dia
Mundial de Combate à Hepatite.O
impacto económico da hepatite C é bastante significativo, quer a
nível individual, quer a nível social. Nos Estados Unidos, o
custo médio da doença ao longo da vida foi estimado em 33.407
dólares em 2003,e o custo de um transplante hepático em 200.000
dólares em 2011.No Canadá, o custo de um tratamento antiviral
ascendia em 2003 a 20.000 CAD
e
nos Estados Unidos entre 9200 e 17600 dólares em 1998.Em muitas
regiões do mundo, torna-se impossível comportar o tratamento com
antivirais, quer por falta de seguro de saúde, quer pelo
tratamento antiviral não estar coberto pela apólice.
Investigação
À
data de 2011, haviam cerca de cem fármacos para a hepatite C em
fase de desenvolvimento.
Entre
eles encontram-se vacinas, imunomoduladores
e
inibidores de ciclofilina.Estas
inovações e potenciais tratamentos são resultado da melhor
compreensão do vírus da hepatite c
Hepatite D
Hepatite
D ou
Delta,
é uma doença viral caracterizada por reação inflamatória no
fígado,
esse vírus é considerado um vírus satélite ou seja ele não é
autônomo e depende da presença do vírus da hepatite
B
para
infectar uma pessoa.
Causa
O agente delta é um
RNA-vírus "incompleto" (um dos menores vírus RNA animais,
tão pequeno que é incapaz de produzir seu próprio envelope
protéico e de infectar uma pessoa), constituído de uma fita
incompleta de RNA. Ele é deficiente em quase todas as proteínas
necessárias à replicação e só pode multiplicar-se em células já
infectadas pelo vírus da hepatite B, utilizando as enzimas
codificadas por ele além dos recursos da célula humana.
O
HDV é um vírus com 35 nanômetros e um genoma
de
RNA
circular
minúsculo (apenas 1700 bases) de sentido negativo. Codifica apenas
duas proteínas e usa a proteína HBs no seu envelope. Uma
curiosidade interessante sobre o vírus é que o próprio genoma de
RNA funciona como uma enzima não proteica (é uma ribozima)
e cliva os seus próprios produtos transcritos.
É assim um vírus que
parasita outro vírus, o qual parasita a célula humana. Mas os
maiores danos são causados não à replicação do HBV mas às
células humanas. A infecção do doente crónico com Hepatite B do
HDV piora o prognóstico significativamente.
Progressão e sintomas
A infecção pode
ocorrer como co-infecção (simultaneamente com o vírus da hepatite
B) ou como uma forma de superinfecção (portador crônico da
hepatite B que então se infecta com o vírus da hepatite D), essa
última de pior prognóstico, podendo ser severa com hepatite
fulminante. Geralmente encontrado em pacientes portadores do vírus
HIV e está mais relacionado à cronificação da hepatite e também
à hepatocarcinoma.
Na fase aguda da
infecção ocorre esteatose microvesicular e necrose granulomatosa
eosinofílica por ação citotóxica direta do vírus e a atividade
necroinflamatória costuma ser severa.
Diagnóstico
Pesquisa sorológica do
antígeno delta e anti-delta (IgM para infecções agudas ou crônicas
ativas e IgG para as crônicas - o anticorpo IgG não é protetor) e
HDV-RNA.
Transmissão
As mesmas da hepatite
B. Transmitida pelo sangue durante sexo sem camisinha, durante o
parto, em compartilhamento de seringas ou por sangue não tratado em
transfusões. Também pode ser transmitida pelo compartilhamento de
objetos de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de
dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou ao
fazer tatuagem, colocar piercings ou fazer acupuntura caso a agulha
não seja esterilizada.
Prevenção
A vacina da hepatite B
previne 95% dos casos de co-infecção pela hepatite D. No Brasil
essa vacina está disponível para todas as idades em quase todos os
postos de saúde e é tão segura que pode ser administrada inclusive
nas primeiras horas de vida de um bebê.
Hepatite E
A hepatite E é
uma doença
infecciosa hepática
a qual não se cronifica. Etiologicamente é causada
por um RNA-vírus,
o vírus
E
(HEV), da família
caliciviridae,
de tamanho aproximado de 32 nm
a 34 nm.Do
contato com o vírus até o início dos sintomas há uma brecha de 15
a 60 dias. Considera-se como uma
hepatite
benigna e auto-limitada
(quando não ligada à gravidez). O quadro clínico da hepatite E é
semelhante a hepatite
A, incluindo sintomas
como indisposição, dores no abdomem,
anorexia
artralgia e febre. Em 2010
foi registrado o primeiro
caso de hepatite E aguda no Brasil,
detectado pelo Laboratório de Hepatites Virais do Instituto
Oswaldo Cruz.
Transmissão
Transmissão
fecal-oral, de características epidêmicas (com casos relatados na
Índia, Egito, Costa Rica, Rússia, Argentina) associada a más
condições sanitárias. Ocorre principalmente através da água
contaminada, mas existe uma mínima possíbilidade de transmissão de
pessoa para pessoa.1
A
infecção devido a alimentos contaminados é pouco frequente.
Prognóstico
É na maioria benigno.
Mas apresenta pior prognóstico em gestantes com quadros fulminantes,
com mortalidade de aproximadamente 20%.
Diagnóstico
O
diagnóstico é obtido por pesquisa anti-HEV IgM/IgG por Elisa
ou
pesquisa de partículas virais nas fezes.
BOM PESSOAL VALE RESSALTAR QUE ESSE TEXTO É SOMENTE UMA FORMA DE SE TIRAR DÚVIDAS. SE VOCÊ NECESSITAR DE AJUDA., PROCURE UM MÉDICO.
FONTE: WIKIPÉDIA: A INCICLOPÉDIA LIVRE.
DICA IMPORTANTE: Objetivando padronizar condutas, informamos que o Programa Nacional de Imunizações não tem como rotina a recomendação da dosagem de anti-HBS após a vacinação de hepatite B, exceto em casos especiais tais como: pacientes hemodialisados, pacientes HIV positivos, profissionais de risco para acidentes com utensílios contaminados com o vírus da hepatite B, pessoas que tenham relações sexuais com parceiros HBSAg positivos e crianças filhas de mães HBSAg positivas.
DICA IMPORTANTE: Objetivando padronizar condutas, informamos que o Programa Nacional de Imunizações não tem como rotina a recomendação da dosagem de anti-HBS após a vacinação de hepatite B, exceto em casos especiais tais como: pacientes hemodialisados, pacientes HIV positivos, profissionais de risco para acidentes com utensílios contaminados com o vírus da hepatite B, pessoas que tenham relações sexuais com parceiros HBSAg positivos e crianças filhas de mães HBSAg positivas.
No caso do médico solicitar o
anti-HBS após o esquema completo de vacinação, o exame deve ser
realizado no período oportuno, ou seja, de 30 a 60 dias após a
última dose do esquema vacinal. Se o anti-HBS for não reagente (<
de 10 UI/ml), repete-se o esquema vacinal completo (3 doses) apenas
mais uma vez. Se de 30 a 60 dias após a administração do 2º
esquema vacinal o resultado do anti-HBS permanecer não reagente, a
pessoa é considerada não respondedora.
Atenção:
Caso a dosagem do anti-HBS seja realizada fora deste período (30 a
60 dias após a última dose do esquema) o resultado abaixo de 10
UI/ml, poderá ter duas interpretações:
1.
Paciente não respondedor (paciente suscetível);
2.
O paciente pode ter respondido no tempo ideal e ter havido apenas uma
queda de marcador (paciente não suscetível). ESTES DADOS FORAM LIBERADOS PELO NOSSO COLEGA ELMAR DE CAMPO BOM