Acidente
vascular cerebral
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
O
acidente
vascular cerebral (sigla:
AVC), ou acidente
vascular encefálico (acrônimo:
AVE), vulgarmente chamado de derrame
cerebral,
é caracterizado pela perda rápida de função neurológica,
decorrente do entupimento (isquemia)
ou rompimento (hemorragia)
de vasos sanguíneos cerebrais. É uma doença
de
início súbito na qual o paciente pode apresentar paralisação ou
dificuldade de movimentação dos membros de um mesmo lado do corpo,
dificuldade na fala ou articulação das palavras e déficit visual
súbito de uma parte do campo visual. Pode ainda evoluir com coma e
outros sinais.
Trata-se
de uma emergência médica que pode evoluir com sequelas ou morte,
sendo a rápida chegada no hospital importante para a decisão
terapêutica. No Brasil, a principal causa de morte são as doenças
cardiovasculares (cerca
de 1 a cada 3 casos), com o AVC representando cerca de 1/3 das mortes
por doenças vasculares, principalmente em camadas sociais mais
pobres e entre os mais idosos. É o problema neurológico mais comum
em algumas partes do mundo gerando um dos mais elevados custos para
as previdências sociais dos países.
Dentre
os principais fatores de risco para AVC
estão:
a idade avançada, hipertensão
arterial (pressão
alta), tabagismo,
diabetes,
colesterol
elevado,
acidente isquêmico transitório (AIT) prévio, estenose
da
válvula
atrioventricular e
fibrilação
atrial. 
COMO É O CÉREBRO E SEU FUNCIONAMENTO?
O
cérebro é envolto por umas peles" bem finas, que lhe dão
proteção chamadas meninges. A mais extensa é a dura-mater, depois
vem a aracnóide e a pia-mater. Todas estão dentro de uma caixa
óssea" que é o crânio.
Para compreendermos
melhor, vamos "dividir" o cérebro ao meio, na direção do
nariz para a nuca, e teremos a metade direita e esquerda. Cada
metade, por sua vez, apresenta regiões com determinadas funções
conhecidas (figuras 2 e 3). Assim, existem aquelas responsáveis
pelos movimentos de partes do nosso corpo (motricidade),pelas
sensações, pela coordenação dos movimentos, pela expressão
verbal (fala) e compreensão da mesma.
Em
geral, as funções motoras e sensitivas são "cruzadas" ,
ou seja, a metade direita do cérebro comanda a metade esquerda do
corpo e vice-versa. Em outra palavras, se houver uma lesão na metade
direita do cérebro, na área correspondente ao movimento da mão,
por exemplo, teremos uma diminuição da força da mão esquerda.
Existem regiões que apresentam muitas funções diferentes, como o
"tronco cerebral".Nele, por exemplo, está o centro
que comanda a nossa respiração, além de passar todos os comandos
que vêm do cérebro.
Nosso
cérebro, como todo o resto do organismo, necessita de oxigênio e
"alimento" para trabalhar normalmente. Estas substâncias
chegam a ele através do sangue, que circula dentro dos vasos
sanguíneos (artérias e veias).
Artérias
são os vasos que levam sangue do coração para todo o organismo,
enquanto que as veias fazem o contrário.
Os
acidentes
vasculares do cérebro podem
ser basicamente decorrentes da obstrução de uma artéria que irriga
o cérebro (ou seja, por isquemia)
ou podem ser por vazamento de sangue de um vaso sanguíneo (ou seja,
hemorrágico). Cabe ressaltar que o termo "derrame" não é
apropriado, visto que em apenas uma parte dos AVCs (na verdade a
minoria deles) ocorre um derramamento de sangue no parênquima
encefálico.

QUANDO DESCONFIAR QUE UMA PESSOA ESTÁ APRESENTANDO UM AVC?
O AVC manifesta-se de modo diferente em cada paciente, pois depende da área do cérebro atingida, do tamanho da mesma, do tipo (Isquêmico ou Hemorrágico), do estado geral do paciente, etc.
De maneira geral, a principal característica é a rapidez com que aparece as alterações; em questão de segundos a horas (de maneira abrupta ou rapidamente progressiva). Podemos chamar a atenção para aquelas mais comuns:
Fraqueza ou adormecimento de um membro ou de um lado do corpo, com dificuldade para se movimentar;Alteração da linguagem, passando a falar "enrolado" ou sem conseguir se expressar, ou ainda sem conseguir entender o que lhe é dito;perda de visão de um olho, ou parte do campo visual de ambos os olhos dor de cabeça súbita, semelhante a uma "paulada, sem causa aparente, seguida de vômitos, sonolência ou coma; perda de memória, confusão mental e dificuldades para executar tarefas habituais (de início rápido).Estas alterações não são exclusivas do AVC. Apenas servem de alerta de que algo está acontecendo, devendo procurar auxílio médico imediatamente.
Devemos chamar a atenção para aqueles pacientes mais idosos, acamados por quaisquer motivos, inclusive por um "derrame" prévio. Neste caso, eles têm vários fatores de risco e é muito comum passarem desapercebidas estas alterações. É importante prestarmos atenção na capacidade habitual de movimentos de seus membros, como eles costumam falar, na quantidade e horário normal de sono. Se houver piora (por exemplo, "antes erguia a mão até a cabeça, agora o faz pouco ou nem movimenta"), levar ao médico e, de preferência, prestar estas informações a ele.
O que fazer diante da suspeita de AVC?
A identificação rápida dos sintomas é muito importante para o diagnóstico e o tratamento adequado, além de redução de incapacidades. Dirija-se imediatamente a um serviço hospitalar especializado. Não perca tempo! Cada minuto é importante, pois quanto mais tempo entre o surgimento dos sintomas e o início do tratamento adequado maior a lesão no cérebro.
Diagnóstico:
Nos dois tipos de AVC uma vez que o sangue, contendo nutrientes e oxigênio, não chega a determinadas áreas do cérebro, ocorre a perda das funções dos neurônios, causando os sinais e sintomas que dependerão da região do cérebro envolvida. O AVC atinge pessoas de todas as idades, sendo raro na infância. Deve ser considerado como um ataque cerebral, pois é a causa mais frequente de morte e incapacidades na população adulta brasileira.
Existe outra condição chamada "Ataque Isquêmico Transitório" (AIT ou TIA, do Inglês) que consiste na interrupção temporária do fluxo sanguíneo, causando sinais e sintomas iguais ao AVC que, porém revertem-se espontaneamente em um curto período de tempo. O ataque isquêmico transitório deve ser encarado como um aviso de que algo está errado. Sua causa precisa ser descoberta e tratada, antes que o AVC ocorra.
Sinais e sintomas:
Os sinais e sintomas do AVC se iniciam de forma súbita e podem ser únicos ou combinados, de acordo com a lista abaixo:
Enfraquecimento, adormecimento ou paralisação da face, braço ou perna de um lado do corpo.
Alteração de visão: turvação ou perda da visão, especialmente de um olho; episódio de visão dupla; sensação de "sombra" sobre a linha da visão.
Dificuldade para falar ou entender o que os outros estão falando, mesmo que sejam as frases mais simples.
Tontura sem causa definida, desequilíbrio, falta de coordenação no andar ou queda súbita, geralmente acompanhada pelos sintomas acima descritos.
Dores de cabeça fortes e persistentes.
Dificuldade para engolir.
O diagnóstico do AVC é clínico, ou seja, é feito pela história e exame físico do paciente. Os principais sintomas são:2
Dificuldade de mover o rosto;
Dificuldade em movimentar os braços adequadamente;
Dificuldade de falar e se expressar;
Fraqueza nas pernas;
Problemas de visão.
Durante um exame pode-se pedir ao paciente que sorria, levante os dois braços e repita uma frase (como "trinta e três"). Diante desses sintomas, quanto mais rápido o socorro, menor a probabilidade de sequelas. Outros sintomas menos específicos, como queda do estado geral e coma, também elevam o risco de AVC.

Exames diagnósticos:
Os médicos recomendam que a hipótese seja confirmada por um exame de imagem, tomografia computadorizada e ressonância magnética, que permitem ao médico identificar a área do cérebro afetada e o tipo de AVC.3
A tomografia pode ser o exame inicial de escolha por sua disponibilidade e rapidez. Serve principalmente para diferenciar o AVC por entupimento/isquemia do hemorrágico, o que muda radicalmente a conduta médica. Uma tomografia normal dentro das primeiras 24 horas de um AVC isquêmico é algo esperado e confirma o diagnóstico, pois a maioria dos ataques isquêmicos não provoca lesões visíveis tão precoces nesse exame. Apenas lesões extensas ou mais antigas podem ser vistas na tomografia no AVC isquêmico ou, ainda, sinais indiretos de AVC como edema cerebral. Já o AVC hemorrágico costuma vir com imagem na tomografia indicando vazamento de sangue. Pode-se, ainda que menos comum, usar mão da retirada por punção lombar do líquor para o diagnóstico de AVC hemorrágico com tomografia normal.
Embora mais precisa que a tomografia, a ressonância magnética não costuma mudar a conduta médica e pode ainda atrasar o tratamento correto, o que pode ter impacto na recuperação do paciente. Contudo, é uma opção que pode ser útil em casos selecionados.
Quais são as complicações da doença?
Elas se dividem em complicações neurológicas ou clínicas. São elas:
Complicações Neurológicas
- Edema cerebral
- Hidrocefalia
- Hipertensão intracraniana
- Transformação hemorrágica
- Convulsões
Complicações Clínicas
- Aspiração de secreções
- Hipoventilação
- Pneumonias
- Isquemia miocárdica
- Arritmias cardíacas
- Trombose venosa profunda
- Tromboembolismo pulmonar
- Retenção ou infecções urinárias
- Úlceras de decúbito
- Desnutrição
- Contraturas e rigidez das articulações
TIPOS DE AVC:

AVC
isquêmico:
É o tipo de AVC
mais comum, presente em cerca de 80% dos casos. Ocorre pela falta de
fluxo sanguíneo cerebral, levando ao sofrimento e enfarte do
parênquima do sistema nervoso. Essa queda no fluxo sanguíneo pode
ser decorrente de:
Uma
obstrução arterial: um trombo
ou,
mais comumente, um êmbolo;
Queda
na pressão de perfusão sanguínea, como nos estados de choque;
Uma obstrução
na drenagem do sangue venoso, como na trombose venosa, causando
dificuldade de entrada do sangue arterial no cérebro.
Nos primeiros
momentos do AVC isquêmico não há morte de tecido cerebral, mas a
falta de suprimento sanguíneo provoca a rápida degeneração do
tecido cerebral, um tecido metabolicamente muito ativo e que demanda
muito oxigênio e glicose para manter seus neurônios vivos. A área
central do acidente vascular morre em pouco tempo, pois está
praticamente sem nenhum fluxo de sangue. Todavia, existe uma região
ao redor do infarto central que possui um fluxo de sangue reduzido,
que se mantém viável por mais tempo. A essa área dá-se o nome de
penumbra. É na penumbra, uma área parcialmente perfundida, mas
ainda viável, que deve-se concentrar os esforços terapêuticos. É
por isso também que o tempo do início do ataque vascular cerebral
até a reversão da obstrução de sangue é importante na evolução
do AVC isquêmico.
O
AIT
ou
ataque
isquêmico transitório pode
ser considerado um tipo de AVC isquêmico. Corresponde a uma isquemia
(entupimento) passageira que não chega a constituir uma lesão
neurológica definitiva e não deixa sequela. Ou seja, é um episódio
súbito de deficit sanguíneo em uma região do cérebro com
manifestações neurológicas que se revertem em minutos ou em até
24 horas sem deixar sequelas (se deixar sequelas por mais de 24
horas, passa a se chamar acidente isquêmico vascular por
definição). Constitui
um fator de risco muito importante, visto que uma elevada porcentagem
dos pacientes com AIT apresentam um AVC nos dias subsequentes.
É possível que a definição de AIT venha a sofrer alterações,
pois com exames mais acurados já é possível identificar
lesões/sequelas cerebrais antes imperceptíveis em alguns AITs e,
além disso, estudos clínicos mostram que a maioria dos AITs dura
menos de 1 hora. Assim, o AIT que dura mais de uma hora provavelmente
será um AVC e talvez possa provocar uma lesão cerebral, mesmo que
imperceptível.

O Acidente Vascular Cerebral lsquêmico pode ocorrer nas seguintes situações:
Trombose arterial: é a formação de um coágulo de sangue (como se
o sangue "endurecesse", parecendo uma gelatina) dentro do
vaso (figura 6), geralmente sobre uma placa de gordura
(aterosclerose), levando a uma obstrução total ou parcial. Os
locais mais freqüentes são as artérias carótidas e cerebrais.
Assim, se houver obstrução total da carótida direita, por exemplo,
"a parte da frente da metade direita do cérebro" estará
comprometida, determinando problemas (paralisia, perda de
sensibilidade etc.) na metade esquerda do corpo.
Embolia cerebral: surge quando um coágulo (formado num coração
doente por arritmia, problema de válvula, etc.) ou uma placa de
gordura (ateroma), que se desprende ou se quebra geralmente da
artéria carótida, correm através de uma artéria até encontrar um
ponto mais estreito, não conseguindo passar e obstruindo a passagem
do sangue .
A
isquemia pode ser definitiva ou temporária. Neste caso, o sangue
volta a passar após um período de minutos a horas.
Arterites:
inflamação da artéria, levando à obstrução da luz, ocasionada
por vírus, alteração na imunidade (sistema de defesa do organismo)
etc.
Vasoespasmo:
é uma reação descontrolada do vaso (artéria) que diminui muito o
seu calibre a ponto de não permitir a passagem adequada de sangue.
Isto pode ocorrer diante de uma aumento exagerado da pressão
arterial (crise hipertensiva), complicação de uma enxaqueca (raro),
ou de uma hemorragia bubaracnóidea.
Mais
raro ainda seria uma compressão do lado de fora do vaso, por um
tumor, uma vértebra fraturada ou um tiro na região do pescoço.
Redução
do fluxo sangüíneo: uma parada cardíaca ou um sangramento intenso
em qualquer parte do corpo podem levar a um sofrimento de determinada
região do cérebro, causando isquemia.
Aneurisma:
dilatação localizada de uma artéria. cuja parede se torna mais
fina neste ponto. podendo romper-se.
É o acidente vascular cerebral menos comum presente em cerca de 20% dos casos, mas não menos grave. Ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano. O sangue em contato com o parênquima nervoso tem ação irritativa. Além disso, a inflamação e o efeito de massa ou pressão exercida pelo coágulo de sangue no tecido nervoso prejudica e degenera o cérebro e a função cerebral. Pode ser divido em dois tipos, O sangramento intraparenquimatoso ou a hemorragia subaracnóidea:
O sangramento intraparenquimatoso ocorre por ruptura dos aneurismas de Charcot-Bouchard, pequenas formações saculares das artérias cerebrais na transição da substância branca com o córtex cerebral que se formam pela hipertensão arterial descontrolada ou não tratada.A hemorragia subaracnoide ocorre por sangramento de aneurismas cerebrais (defeito ou formações saculares das artérias) no espaço licórico ou subaracnóideo. Eles tem provavelmente origem congênita.
Fatores de risco para AVC |
Existem
diversos fatores considerados de risco para a chance de ter um AVC,
sendo o principal a hipertensão
arterial sistêmica
não controlada e, além dela, também aumentam a possibilidade o
diabete melitus, doenças reumatológicas, trombose,
uma arritmia
cardíaca
chamada fibrilação
atrial,
estenose
da
válvula
mitral,
entre outras.
Principais
fatores de risco
Hipertensão
arterial: é
o principal fator de risco para AVC. Na população, o valor médio
é de "120 por 80" (ou o que popularmente é conhecido
como 12 por 8); porém, cada pessoa tem um valor de pressão, que
deve ser determinado pelo seu médico. Para estabelecê-lo, são
necessárias algumas medidas para que se determine o valor médio.
Quando este valor estiver acima do normal daquela pessoa, tem-se a
hipertensão arterial. Tanto a pressão elevada quanto a baixa são
prejudiciais; a melhor solução é a prevenção. Deve-se entender
que qualquer um pode se tornar hipertenso. Não é porque aferiu
(mediu) uma vez, estava boa e nunca mais tem que se preocupar. Além
disso, existem muitas pessoas que tomam corretamente a medicação
determinada porém uma só caixa. A pressão está boa e, então,
cessam a medicação. Ora, a pressão está boa justamente porque
está seguindo o tratamento. Geralmente, é preciso cuidar-se
sempre, para que ela não suba inesperadamente. A hipertensão
arterial acelera o processo de aterosclerose,
além de poder levar a uma ruptura de um vaso sanguíneo ou a uma
isquemia.
Doença cardíaca:
qualquer doença cardíaca, em especial as que produzem
arritmias, podem determinar um AVC. "Se o coração não bater
direito"; vai ocorrer uma dificuldade para o sangue alcançar o
cérebro, além dos outros órgãos, podendo levar a uma isquemia.
As principais situações em que isto pode ocorrer são arritmias,
infarto do miocárdio, doença de Chagas, problemas nas válvulas,
etc.
Colesterol:
o
colesterol é uma substância existente em todo o nosso corpo,
presente nas gorduras animais; ele é produzido principalmente no
fígado
e
adquirido através da dieta rica em gorduras. Seus níveis
alterados, especialmente a elevação da fração LDL (mau
colesterol, presente nas gorduras saturadas, ou seja, aquelas de
origem animal, como carnes, gema de ovo etc.) ou a redução da
fração HDL (bom colesterol) estão relacionados à formação das
placas de aterosclerose.
Tabagismo: O
hábito é prejudicial à saúde em todos os aspectos,
principalmente naquelas pessoas que já têm outros fatores de
risco. O fumo acelera o processo de aterosclerose, diminui a
oxigenação do sangue e aumenta o risco de hipertensão arterial.
Consumo excessivo
de bebidas alcoólicas: quando isso ocorre por muito tempo, os
níveis de colesterol se elevam; além disso, a pessoa tem maior
propensão à hipertensão arterial.
Diabetes: é uma
doença em que o nível de açúcar (glicose) no sangue está
elevado. A medida da glicose no sangue é o exame de glicemia. Se um
portador desta doença tiver sua glicemia controlada, tem AVC menos
grave do que aquele que não o controla.
Idade:quanto
mais idosa uma pessoa, maior a sua probabilidade de ter um AVC. Isso
não impede que uma pessoa jovem possa ter.
Sexo: até
aproximadamente 50 anos de idade os homens têm maior propensão do
que as mulheres; depois desta idade, o risco praticamente se iguala.
Obesidade: aumenta
o risco de diabetes, de hipertensão arterial e de aterosclerose;
assim, indiretamente, aumenta o risco de AVC.
Raça: é mais freqüente na raça negra.
História de doença vascular anterior: pessoas que já tiveram AVC, "ameaça de derrame", infarto do miocárdio (coração) ou doença vascular de membros (Trombose etc.), tem maior probabilidade de ter um AVC.
Sangue muito concentrado: isso ocorre, por exemplo, quando a pessoa fica desidratada gravemente ou existe um aumento dos glóbulos vermelhos. Este último ocorre em pessoas que apresentam doenças pulmonares crônicas (quer dizer, por muitos anos), ou que vivem em grandes altitudes. Em ambos os casos, o organismo precisa compensar a falta de oxigênio, aumentando a produção dos glóbulos vermelhos, para não deixar "escapar" qualquer oxigênio que chega aos pulmões.
Anticoncepcionais hormonais: os mais utilizados são as pílulas mas o médico deve avaliar e orientar cada caso. Atualmente se acredita que as pílulas com baixo teor hormonal, em mulheres que não fumam e não tenham outros fatores de risco, não aumentam a probabilidade de aparecimento de AVC.
Sedentarismo: a falta de atividades físicas leva à obesidade, predispondo ao diabetes, à hipertensão e o aumento do colesterol.(Determine seu Nível de Aptidão Física).
"Para entendermos como se combinam todos estes fatores, imaginem um cano (Tubo) por onde passa a água. Agora, vamos acrescentando lama a esta água e a velocidade da mesma começará a diminuir. A lama corresponderia aos constituintes do sangue. Finalmente, vamos colocar uns obstáculos de "cimento colante" dentro deste tubo (correspondendo as placas de aterosclerose); Logo, vamos notar que a lama vai começar a aderir a este cimento, aumentando ainda mais as dificuldades para a água passar".
Condições
de vida: Uma
pesquisa da Associação Americana Derrame, sugere que homens
solteiros ou infelizes no casamento correm mais risco de sofrer AVC.
Malformação
arteriovenosa cerebral: Distúrbio
congênito dos vasos sanguíneos do cérebro nos sítios onde exista
uma conexão anormal entre as artérias e as veias.

Prevenção:
Como todas as doenças vasculares, o melhor tratamento para o AVC é identificar e tratar os fatores de risco como a hipertensão, aterosclerose, o diabetes mellitus, o colesterol elevado, cessar o tabagismo e o etilismo, além de reconhecer e tratar problemas cardíacos. A essa prática se dá o nome de prevenção primária.
Se
houver atendimento médico rápido, dentro de um determinado tempo, a
área afetada poderá ser normalizada. A essa prática de prevenção
que se baseia no atendimento médico eficiente se dá o nome de
prevenção
secundária.
Caso
ocorram sequelas, deve ser iniciado um programa de reabilitação e
cuidados com o paciente que inclui equipe multidisciplinar, ou seja,
com vários profissionais de diferentes áreas da saúde -
fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, técnicos em enfermagem,
enfermeiros e médicos. A reabilitação é um tipo de prevenção
terciária do
paciente.
Tratamento
da PA no AVC isquêmico:
O manejo da pressão
arterial no AVC isquêmico é altamente polêmico, uma vez que tanto
pressões muito altas como muito baixas podem ser fatais. Ambas as
situações podem apresentar um potencial de morbi-mortalidade, pois
a hipertensão pode estar associada à transformação hemorrágica e
recorrência do AVC, enquanto a hipotensão é suspeita de levar a
uma baixa perfusão, provocando lesões definitivas da zona da
penumbra isquêmica e levando a um pior prognóstico. O tratamento de
redução da PA desses pacientes já foi associado a uma melhora de
prognóstico e há um aumento da eficiência e segurança do
tratamento trombolítico mas outros estudos correlacionam a redução
da PA, assim como a hipotensão do AVC com um pior prognóstico
neurológico, com maior morbidade e mortalidade. Alguns especialistas
chegam a sugerir o aumento induzido da pressão arterial em pacientes
hipotensos com AVC. A causa desse aparente paradoxo não é bem
esclarecida, e suspeita-se que diferentes modalidades e
circunstâncias do AVC determinem um papel diferente para a pressão
arterial no prognóstico do paciente.
A maioria dos
neurologistas concorda que pressões excessivamente elevadas (PAS >
220 mmHg) estão associadas a um prognóstico pior, mas a hipotensão
(PAS < 60 mmHg) parece ser igualmente deletéria. Vários estudos
sugerem que uma redução moderada da pressão, se acompanhada por
tratamento trombolítico, pode reduzir significantemente a
morbi-mortalidade. Os mesmos estudos tendem a concordar que a redução
da pressão, se não acompanhada por trombólise, pode não ser
segura.
Em presença dessas
incertezas, o protocolo de manejo da PA em pacientes com AVC
isquêmico agudo se baseia essencialmente na opinião de
especialistas, que recomendam reduzir a PA em casos nos quais esta se
encontra excessivamente elevada (PAS>220 mmHg), ou quando a
redução for associada ao tratamento trombolítico. Nos demais casos
a redução da PA não é recomendada.
A gravidade das
sequelas dependem de quanto tempo demorou para o paciente ser
atendido, sendo que quanto mais rápido o tratamento apropriado
comece menos sequelas o paciente provavelmente sofrerá.
Tratamento psicológico:
O AVC geralmente causa um impacto significativo na vida funcional, cognitiva e social do paciente, sendo comum que o paciente desenvolva transtornos psicológicos após o derrame. Entre 10 e 34% desenvolvem depressão maior, agravando ainda mais o prejuízo funcional, cognitivo e social do paciente. Quanto maior o prejuízo na qualidade de vida e dificuldade de adesão ao tratamento mais importante é o acompanhamento psicológico e psiquiátrico para a reabilitação da vítima do derrame.

Tratamento dietoterápico:
Mudanças nos hábitos alimentares durante a recuperação
Regularizar os horários das refeições para que se possa aumentar o fracionamento.
É recomendado realizar refeições pequenas e frequentes, de 6 a 8 refeições por dia, sendo elas: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia;
Comer devagar;
Selecionar uma grande variedade de alimentos;
Os alimentos devem ser bem cozidos e servidos em consistência pastosa na forma de papas, purês, cremes e mingaus;
Usar caldo de carne e molhos para umedecer carnes e legumes.
Evitar a ingestão de líquidos durante as refeições, a fim de evitar a sensação de plenitude gástrica;
Beber bastante líquido no intervalo das refeições, ao longo do dia;
Os líquidos devem ser espessados e sorvidos lentamente;
Espessar os líquidos com cereais infantis, batatas amassadas, flocos de batata, ou amido de milho.
Oferecer alimentos em temperatura baixa e nunca alimentos quentes para evitar náuseas;
Para aumentar o aporte calórico e evitar a perda de peso, acrescentar: óleos (ricos em gordura monoinsaturada), azeite, margarinas, queijos cremosos, molhos, açúcar, mel e farinhas às preparações;
Aumentar a ingestão de frutas, sendo que estas devem ter suas fibras abrandadas pelo calor ou devem ser servidas amassadas para facilitar a deglutição;
Dar preferência ao leite e derivados desnatados;
Evitar alimentos gordurosos, ingestão de alimentos fonte de gordura saturada e trans como carne vermelha, frituras e queijos amarelos;
Moderar o consumo de café, álcool, chá preto, chá mate, chocolate, refrigerante e alimentos condimentados;
Evitar esforçar-se após as refeições (20 a 30 minutos após a ingestão de alimentos);
A última refeição do dia deve ser realizada cerca de 3 horas antes de deitar;
Evitar roupas apertadas, especialmente após as refeições;
OBS: Os AVCs têm tendência de se repetirem. Em cerca de 25% dos casos há a ocorrência
de um novo AVC dentro de cinco anos.
Exames diagnósticos:
Os médicos recomendam que a hipótese seja confirmada por um exame de imagem, tomografia computadorizada e ressonância magnética, que permitem ao médico identificar a área do cérebro afetada e o tipo de AVC.3
A tomografia pode ser o exame inicial de escolha por sua disponibilidade e rapidez. Serve principalmente para diferenciar o AVC por entupimento/isquemia do hemorrágico, o que muda radicalmente a conduta médica. Uma tomografia normal dentro das primeiras 24 horas de um AVC isquêmico é algo esperado e confirma o diagnóstico, pois a maioria dos ataques isquêmicos não provoca lesões visíveis tão precoces nesse exame. Apenas lesões extensas ou mais antigas podem ser vistas na tomografia no AVC isquêmico ou, ainda, sinais indiretos de AVC como edema cerebral. Já o AVC hemorrágico costuma vir com imagem na tomografia indicando vazamento de sangue. Pode-se, ainda que menos comum, usar mão da retirada por punção lombar do líquor para o diagnóstico de AVC hemorrágico com tomografia normal.
Embora mais precisa que a tomografia, a ressonância magnética não costuma mudar a conduta médica e pode ainda atrasar o tratamento correto, o que pode ter impacto na recuperação do paciente. Contudo, é uma opção que pode ser útil em casos selecionados.
Quais são as complicações da doença?
Elas se dividem em complicações neurológicas ou clínicas. São elas:
Complicações Neurológicas
- Edema cerebral
- Hidrocefalia
- Hipertensão intracraniana
- Transformação hemorrágica
- Convulsões
Complicações Clínicas
- Aspiração de secreções
- Hipoventilação
- Pneumonias
- Isquemia miocárdica
- Arritmias cardíacas
- Trombose venosa profunda
- Tromboembolismo pulmonar
- Retenção ou infecções urinárias
- Úlceras de decúbito
- Desnutrição
- Contraturas e rigidez das articulações
tive um avc dia02/12/16 fiquei 15 dias internado,estou em recuperçao,o dificil é ter que largar o seu trabalho e objetos pessoais, no inicio é uma sensaçãode 2 morte sem dor!
ResponderExcluirOlá. Obrigado por compartilhar sua experiência apesar de não ser muito agradável a sensação o importante é ficar bem ,fazer o tratamento e seguir a risca o que o médico propôs. Ficou com alguma seqüela?
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