ENTENDENDO
MELHOR O ESTRESSE (STRESS)
Terminologia
Estresse,
tradução do inglês stress, é uma palavra que, definitivamente, se
incorporou ao cotidiano das pessoas.
Expressões
idiomáticas e gírias, como “sem estresse” ou “não se
estresse”, tornaram-se comuns. Até mesmo as mais corriqueiras
situações do dia-a-dia estão associadas a estresse. Pressões no
ambiente de trabalho (chefe cobrador, competição entre colegas,
prazos para resultados), problemas de relacionamento em casa
(conjugal, pais/filhos), avaliações a que a pessoa deve ser
submetida (provas escolares, concursos, exames médicos que,
potencialmente, podem detectar alguma doença), insegurança e
violência urbana e, até mesmo, o trânsito, dentre inúmeras
outras, podem levar a pessoa a sentir-se “estressada”.
Origem
e significado da palavra estresse- o termo é originário da
física e significa a força aplicada a um determinado material capaz
de superar a resistência oferecida por este material a fim de
preservar sua estrutura.
Outro
termo importante no estudo do estresse é o termo estressor
ou
esgotador,
que indica um evento ou acontecimento que exige do indivíduo uma
reação adaptativa à nova situação; a essa reação se dá o nome
de coping
(ing.
lidar). Tais reações de coping ou adaptação podem ser funcionais
ou
disfuncionais,
conforme cumpram ou não sua função na superação da situação na
adaptação a ela
- Os estressores, dependendo do grau de sua nocividade e do tempo necessário para o processo de adaptação, dividem-se em
- acontecimentos biográficos críticos (ing. life events): são acontecimentos (a) localizáveis no tempo e no espaço, (b) que exigem uma reestruturação profunda da situação de vida e (c) provocam reações afetivo-emocionais de longa duração. Esse acontecimentos podem ser positivos e negativos e ter diferentes graus de normatividade, ou seja, de exigência social. Exemplos são casamento, nascimento de um filho, morte súbita de uma pessoa, acidente, etc;
- estressores traumáticos: são um tipo especial de acontecimentos biográficos críticos que possuem uma intensidade muito grande e que ultrapassam a capacidade adaptativa do indivíduo ;
- estressores quotidianos (ing. daily hassels): são acontecimentos desgastantes do dia a dia, que interferem no bem-estar do indivíduo e que veem essas experiências como ameaçadoras, dolorosas, frustrantes ou como perdas. São exemplos: problemas com peso ou aparência, problemas de saúde de parentes próximos que exigem cuidados, aborrecimentos com acontecimentos diários (cuidados com a casa, aumento de preços, preocupações financeiras, etc.);
- estressores crônicos (ing. chronic strain): são (a) situações ou condições que se estendem por um período relativamente longo e trazem consigo experiências repetidas e crônicas de estresse (exemplos: excesso de trabalho, desemprego, etc.) e (b) situações pontuais (ou seja com começo e fim definidos) que trazem consigo consequências duradouras (Exemplo: estresse causado por problemas decorrentes do divórcio).
- Exemplos de estressores:
- desprezo amoroso;
- dor e mágoa;
- luz forte;
- níveis altos de som;
- eventos: nascimentos, morte, guerras, reuniões, casamentos, divórcios, mudanças, doenças crónicas, desemprego e amnésia;
- responsabilidades: dívidas não pagas e falta de dinheiro;
- trabalho/estudo: intimidação ("bullying"), provas, tráfego lento e prazos pequenos para projetos;
- relacionamento pessoal: conflito e decepção;
- estilo de vida: comidas não-saudáveis, fumo, alcoolismo e insônia;
- exposição de estresse permanente na infância (abuso sexual infantil).
Teorias do estresse
As
várias teorias do estresse, antes de serem teorias concorrentes, são
teorias complementares, que se baseiam umas nas outras.
Reação de emergência
Uma
das primeiras teorias do estresse, apresentada pelo fisiologista
Walter Cannon em 1914, ainda antes de a palavra ser utilizada com o
sentido atual, foi a chamada "teoria da luta ou fuga"
(fight-or-flight).
Segundo essa teoria em situações de emergência o organismo se
prepara para "o que der e vier", ou seja, para lutar ou
fugir, segundo o caso. Esse tipo de reação foi observado em animais
e em humanos. Estudos empíricos puderam observar um outro tipo de
reação, chamado "busca de apoio" (tend-and-befriend),
observado pela primeira vez em mulheres. Essa outra reação ao
estresse caracteriza-se pela busca de apoio, proteção e amizade em
grupos.
Síndrome geral de adaptação
Essa
teoria, chamada general
adaption syndrome em
inglês, é a teoria original de Seyle (1936), segundo a qual o
organismo reage à percepção de um estressor com uma reação de
adaptação (ou seja, o organismo se adapta à nova situação para
enfrentá-la), que gera uma momentânea elevação da resistência do
organismo. Depois de toda tensão deve seguir um estado de
relaxamento, pois apenas com descanso suficiente o organismo é capaz
de manter o equilíbrio entre relaxamento e excitação necessário
para a manutenção da saúde. Assim se o organismo continuar sendo
exposto a mais estressores, não poderá retornar ao estágio de
relaxamento inicial, o que, a longo prazo, pode gerar problemas de
saúde (exemplo: problemas circulatórios).
Esse processo atravessa três fases:
Reação
de alarme: a glândula hipófise
secreta
maior quantidade do hormônio
adrenocorticotrófico que
age sobre as glândulas
suprarrenais.
Estas passam a secretar mais hormônios glicocorticoides,
como o cortisol.
Este por sua vez inibe a síntese proteica e aumenta a quebra de
proteínas nos músculos, ossos e nos tecidos linfáticos.
Todo esse processo provoca um aumento do nível de aminoácidos
no
sangue,
que servem ao fígado
para
a produção de glucose, aumentando assim o nível de açúcar
no
sangue - a excessiva produção de açúcar poder levar a um choque
corporal. Outra consequência da inibição da síntese de proteínas
é
a inibição do sistema
imunológico.
Estágio
de resistência: caracterizado pela secreção de somatotrofina
e
de corticoides.
Gera, com o tempo, um aumento das reações infecciosas.
Estágio
de esgotamento: não cessando a fonte de estresse, as glândulas
suprarrenais se deformam. Doenças de adaptação podem aparecer.
O modelo estresse vulnerabilidade
De
acordo com o modelo
estresse vulnerabilidade o
irromper de um transtorno mental ou de uma doença física está
ligado, de um lado, à presença de uma predisposição genética ou
adquirida no decorrer da vida (vulnerabilidade) e, de outro, à
exposição a estressores. Quanto maior a predisposição, menor
precisa ser o nível de estresse para que um distúrbio qualquer
irrompa. A relação entre vulnerabilidade e estresse, no entanto, é
mediada pela resiliência,
ou seja, a capacidade do indivíduo de resistir ao estresse.
Importante para este tema é o conceito de salutogênese.
Embora
a reação mais descrita seja a de fuga-ou-luta, no ano 2000 surgiu
uma nova visão sobre o fenômeno, distinguindo a forma de reagir dos
homens e mulheres. Estas seriam menos propensas a lutar ou fugir,
apresentando reação de cuidado com a prole, mediada por
neurotransmissores diferentes dos que atuam nos homens.
FONTE:
WIKIPEDIA A ENCICLOPÉDIA LIVRE
O
estresse na biologia– Indivíduos das mais diferentes espécies
estão sob constante ameaça, produzida por pressões do meio em que
vivem. Estas pressões são representadas por uma ampla gama de
situações que podem por em risco a sobrevivência do indivíduo.
Podem ser bem específicas para cada espécie, e mesmo para
indivíduos da mesma espécie (o que pode ser perigoso para um pode
não ser para outro). Variações de temperatura e outras condições
climáticas, disponibilidade de alimentos, ameaça por predadores de
outras espécies ou mesmo membros agressivos da mesma espécie, etc.
Estas e tantas outras situações fazem parte das pressões do
dia-a-dia sobre os indivíduos de todas as espécies.
Os
organismos nascem, se desenvolvem, e se reproduzem em um estado de
equilíbrio fisiológico. Este equilíbrio nada mais é do que um
conjunto de condições ideais para o funcionamento das células,
representado por uma série de fatores, como composição química,
temperatura, quantidade de nutrientes, ausência de substâncias
tóxicas, etc., no meio em que estas células vivem (meio interno),
fatores estes continuamente monitorados por sensores específicos que
informam o sistema nervoso das condições. Tecnicamente, a
manutenção deste equilíbrio recebe o nome de homeostasia.
Constantemente, este equilíbrio é desafiado por forças externas e
internas do organismo (mecânicas, térmicas, químicas, agentes
externos como vírus e bactérias, crescimento desordenado de células
provocando tumores). As alterações das condições idéias são
imediatamente percebidas e corrigidas por uma série de ações do
organismo.
Estresse
seria a situação que desafia o equilíbrio do meio interno
(homeostasia). A aplicação deste termo da física na biologia
começou na década de 1940, e logo se difundiu. Porém, até hoje, o
termo gera confusões pois é empregado tanto para designar a
situação que ameaça o equilíbrio (estressor), quanto a resposta
do organismo para restabelecer o equilíbrio ameaçado (resposta ao
estresse). O indivíduo “estressado” seria aquele que está na
vigência de uma resposta ao estresse produzida por um estressor.
Nos
organismos, em geral, os estressores podem ser de natureza física,
química ou vegetativa (frio, calor, radiação, trauma, exercício
físico, perda de sangue, variações abruptas de açúcar no sangue,
etc) e constituem uma ameaça concreta à sobrevivência do
organismo. Os estressores de natureza social adquirem diferentes
formas específicas das espécies (em humanos são representadas por
pressões no trabalho ou relacionamento, crises vitais como a perda
de um ente querido, casamento /separação, etc.). Os estressores
podem também ser de natureza psicológica, onde não há,
necessariamente, a presença de uma ameaça real (receio, frustração,
medo ou apreensão produzidos por pensamentos, memórias ou
fantasias).
Estes
estressores podem ser agudos (exposição por tempos limitados) ou
crônicos (exposição prolongada ou contínua). As respostas
fisiológicas e comportamentais ao estresse nos permitem, também,
lidar com situações de crise como desastres, competição em
diferentes níveis (trabalho, esporte, escola, etc.), prestar exame
ou concurso, falar em público, dentre tantas outras. Por outro lado,
uma resposta inadequada a um estressor pode levar à doença, com
ameaça à vida. O estímulo estressor mobiliza processos funcionais
e comportamentais para manter o equilíbrio. É fundamental para a
adequação desta resposta que estes processos sejam desativados
quando cessa o estímulo estressor.
A
doença pode surgir devido a uma ausência de resposta ao estímulo
estressor, ou, quando a resposta ocorre sem a posterior desativação,
após a cessação do estímulo estressor. As manifestações de uma
resposta inadequada ao estímulo estressor se compõem de um conjunto
de percepções variadas, e podem ser referidas como ansiedade,
irritabilidade, inabilidade de concentração em tarefas
corriqueiras, distúrbios de sono, disfunções sexuais, sensação
de cansaço exacerbado, etc.
Considerando
estes aspectos da biologia do estresse, em humanos o estresse é
modernamente definido como uma ameaça – real ou imaginária –
que desafia o equilíbrio do organismo.
- Componentes da resposta ao estresse
o
aviso do estímulo estressor é processado no cérebro que ativa a
resposta para combater o estressor. Nos primórdios dos estudos sobre
a reação de estresse, esta resposta foi chamada de luta-ou-fuga. Ou
seja, o organismo identifica uma ameaça (estressor) e avalia qual a
resposta mais adequada para o momento: enfrentar (luta) ou se afastar
(fuga) da ameaça. Para realizar qualquer uma das escolhas é
fundamental o organismo ter energia disponível para consumo
imediato. Para isso, serão mobilizados no cérebro componentes
neurais (parte do sistema nervoso autônomo, tecnicamente chamado de
sistema nervoso simpático) e hormonais (hormônio liberador de
corticotrofina-CRH).
A
resposta nervosa se inicia, imediatamente, com o sistema simpático
estimulando a glândula adrenal (também chamada de supra-renal) a
secretar adrenalina na circulação sanguínea, o que irá aumentar a
liberação de noradrenalina dos nervos simpáticos que inervam
diversos órgãos. Estas duas substâncias exercerão uma série de
efeitos sobre vários sistemas, como aumento dos batimentos cardíacos
e da força de contração do coração (o que fará o sangue que
transporta nutrientes e oxigênio chegar mais rápido aos músculos,
disponibilizando energia mais rapidamente), maior liberação de
energia dos estoques (glicogênio e tecido adiposo), etc.
A
resposta hormonal é iniciada com a ação do hormônio liberador de
corticotrofina (CRH) sobre uma pequena glândula que está junto ao
cérebro (hipófise) ativando a liberação de outro hormônio
chamado de corticotrofina (ACTH) na circulação. A corticotrofina,
por sua vez, irá atuar na glândula adrenal para que esta aumente a
liberação de outro hormônio na circulação, o cortisol (também
chamado de glicocorticóide ou corticóide). O cortisol vai atuar,
principalmente, na mobilização dos estoques de energia para
enfrentar a luta-ou-fuga. Vocês já perceberam que a resposta
hormonal é mais complexa, com um número maior de passos e hormônios
intermediários; isto torna esta resposta mais lenta que a resposta
dos nervos (simpático).
A
essência da resposta ao estresse é a maior disponibilização de
energia para a luta-ou-fuga e qualquer uma das duas consome a energia
disponibilizada. Todos os organismos, de unicelulares a humanos,
apresentam algum tipo de resposta ao estresse e, quanto mais complexo
o animal (e, consequentemente, seu sistema nervoso), mais complexa
será a resposta ao estresse. O desenvolvimento evolutivo desta
resposta é fruto de um ambiente heterogêneo, com predadores,
competição por recursos naturais, como água e alimentos, condições
de abrigo e clima desfavoráveis – a capacidade de resposta ao
estresse facilitou a adaptação a estas condições adversas,
permitindo a evolução das espécies. O individuo ficava exposto às
ameaças do meio em que vivia, e gastava a energia disponibilizada
pela resposta ao estresse para fazer frente a estas ameaças. Para os
humanos, este cenário se modificou, de forma relativamente rápida,
com a revolução industrial e a modernização pós-industrial. O
homem domina seu meio com alta tecnologia, porém, estímulos
estressores de outras naturezas assumiram o lugar das antigas
ameaças.
Condições
de abrigo desfavoráveis e competição por recursos naturais deram
lugar a uma nova e extensa lista de possíveis estres sores:
insegurança e violência urbana, instabilidade no trabalho, crises
nos relacionamentos devido a novos valores socioculturais, problemas
cotidianos de grandes aglomerados urbanos, como trânsito, poluição
e moradia, pressões para consumo de bens sem condições de serem
adquiridos, menor tempo de sono devido à demandas de atenção por
hábitos tecnológicos, como internet e televisão.
A
resposta do organismo continuou sendo a mesma, disponibilizar energia
para a luta-ou-fuga. As adaptações evolutivas dos hominídios às
pressões do meio, quando aconteceram, demandaram centenas de
milhares de anos. Os organismos biológicos complexos não têm
condições de produzir adaptações tão rápidas quanto o
surgimento das novas pressões. A consequência disso é que, com a
mesma resposta ao estímulo estressor de disponibilização de
energia, e não sendo mais necessária a luta-ou-fuga, esta energia,
sob a forma de glicose e gordura, não é consumida e fica na
circulação sanguínea, contribuindo para o desenvolvimento das
chamadas doenças modernas, como doenças cardiovasculares
(aterosclerose, hipertensão, derrame, infarto), diabete tipo II e
diferentes tipos de cânceres.
Ao
analisarmos a evolução, percebemos que a capacidade do organismo
responder a desafios potencialmente ameaçadores foi fundamental para
a preservação e evolução das espécies, inclusive humanos. Isso
nos remete a outro ponto a ser considerado. A idéia geral de
estresse, hoje, é de algo intrinsicamente ruim. Porém, não é bem
assim. Assim como a dor, a febre, o vômito, a tosse e a inflamação,
a resposta ao estresse agudo também é um importante mecanismo de
defesa do organismo, e, como as outras defesas, frequentemente
identificado como um problema.
Ameaças
agudas produzem respostas do organismo que restabelecem o equilíbrio
e, ao mesmo tempo, ativam processos que em pouco tempo irão encerrar
esta resposta para que ela não se mantenha depois de cessada a
ameaça. Ou seja, a resposta ao estresse agudo é benéfica ao
organismo, auxiliando na sua sobrevivência, e vem sendo burilada
pela seleção natural para aumentar as habilidades dos organismos
lidarem com situações que requerem defesa ou ação.
Novo
problema surge quando o estímulo estressor não cessa, ou é
intermitente. Sob esta ativação contínua, o sistema de resposta
não é desmobilizado e níveis mais altos das substâncias que
compõem o sistema de resposta - adrenalina, noradrenalina e cortisol
– ficam mais tempo no sangue e/ou atuando nos tecidos, causando
efeitos colaterais indesejáveis, como aumento da resistência ao
fluxo sanguíneo (que leva à hipertensão), inibição do sistema
imunológico (que propicia a instalação de infecções por vírus,
fungos ou bactérias e o desenvolvimento de alguns tipos de cânceres)
depressão e outras desordens neuropsiquiátricas, inibição do
crescimento, danos ao DNA causando envelhecimento, interrupção da
gravidez, dentre outros. Se associarmos o aumento da energia sob a
forma de glicose e gordura, mencionados anteriormente, teremos o
quadro do estresse crônico, este sim prejudicial à saúde e típico
das sociedades modernas que vivem em grandes centros urbanos. Os
efeitos colaterais de um sistema continuamente ativado, e com seus
produtos não utilizados, pode levar, como vimos, a diversas doenças
associadas ao estresse.
Cabe
salientar, por outro lado, que estímulos estressores crônicos não
produzem doença, sempre, e em todas as pessoas. Haja vista que,
apesar da alta incidência e prevalência destas doenças associadas
ao estresse crônico, a maior parte da população submetida a este
estresse não apresenta estas doenças (pelo menos por enquanto).
Isto ocorre devido a um processo chamado de adaptação ao estresse
em que o organismo estabelece um novo padrão de equilíbrio, mesmo
com a manutenção do estressor e com a resposta contínua ao
estresse. Dentro da própria espécie existem características que
diferenciam os indivíduos entre si, em relação ao estímulo
estressor - estas diferenças podem ser qualitativas, ou seja, o que
é um estressor para mim pode não ser para outra pessoa; ou
quantitativas, o que significa que um determinado estímulo, para que
seja estressor para determinadas pessoas, deve ser muito intenso.
Para outras pessoas, entretanto, um estímulo de pequena intensidade,
pode deflagrar uma resposta completa ao estresse.
Modernamente,
várias estratégias estão sendo desenvolvidas para evitar o
estresse crônico ou mesmo reduzir os seus efeitos. A pessoa pode
identificar no seu dia-a-dia os principais fatores que lhe causam
desconforto ou irritação e tentar evitá-los. Atividade física,
tempo adequado de sono, alimentação saudável, interação social,
são fatores que contribuem na redução do impacto do estresse
crônico sobre o organismo. Resultados de estudos recentes sugerem
que práticas regulares de yoga e meditação diminuem os efeitos do
estresse.
FONTE:
ABC da Saúde Informações Médicas Ltda
Mas, o que realmente o estresse significa do ponto de vista biológico, e o que representa para a saúde?
Causas
Uma
pessoa pode sentir estresse em alguns momentos importantes de sua
vida, motivada, possivelmente, por ansiedade, apreensão e
preocupação, como por exemplo:
Começar
em um emprego novo ou escola nova
Mudar-se
para uma casa nova
Casar-se
Ter
um filho
Terminar
um relacionamento.
Uma
doença, seja com você ou com um amigo ou ente querido, é uma causa
comum de estresse. Sentimentos de estresse e ansiedade são comuns em
pessoas que se sentem deprimidas e tristes também.
Alguns
medicamentos podem provocar ou piorar os sintomas de estresse. Estes
podem incluir:
Alguns
medicamentos inalados usados para tratar asma.
Medicamentos
para tireoide
Algumas
pílulas dietéticas
Alguns
remédios para resfriado.
Produtos
com cafeína, cocaína, álcool e tabaco também podem provocar ou
piorar os sintomas de estresse e ansiedade.
Quando
essas sensações ocorrem com frequência, a pessoa pode ter um
distúrbio de ansiedade. Outros problemas em que o estresse pode
estar presente .
Transtorno
obsessivo compulsivo (TOC)
Síndrome
do pânico
Transtorno
por estresse pós-traumático (TEPT)
- Prevenção
Todo estresse só é negativo quando se torna excessivo. O problema é que na maior parte das situações do dia-a-dia as pessoas são tomadas por tantas preocupações que o estresse em excesso tem se tornado um problema comum dos tempos de hoje. Mas sabia que esse tipo de nervosismo pode ser prevenido com algumas mudanças simples no seu cotidiano? Pequenos hábitos, como respiração e mudanças no dia-a-dia ajudam a controlar e evitar o problema. Confira essas e outras dicas a seguir:
Alimentar-se de forma balanceada
Alimentação muitas vezes parece ser remédio para todos os problemas, e talvez seja mesmo. No caso do estresse, ter pratos equilibrados ajuda o organismo de muitas formas. Ter um consumo adequado de gorduras, carboidratos, proteínas, vitaminas e minerais é essencial para o bem-estar do organismo. Se o nosso organismo recebe diariamente esses nutrientes, por meio da alimentação, naturalmente ele irá funcionar melhor, aumentando a energia e vitalidade que precisamos para enfrentar os problemas do cotidiano. No entanto, se existe carência ou excesso de algum elemento, o nosso corpo precisa fazer um esforço para compensar isso, o que gera mais desgaste. Por outro lado, também há a perda de nutriente durante o quadro de estresse crônico, que é agravado pelo consumo de itens como cafeína, açúcar e sal.

- Praticar atividades físicas
Exercícios
têm diversas características que se relacionam com o relaxamento de
quem os pratica. Em primeiro lugar há a liberação de hormônios
que otimizam o funcionamento do corpo. A adrenalina age na redução
do estresse, o cortisol atua como anti-inflamatório, o glucagon
aumenta a quantidade de glicose no fígado, o GH (hormônio do
crescimento) transmite bem-estar e a endorfina produz a sensação de
prazer e melhora a qualidade do sono.
Além disso, existe um mecanismo que os especialistas chamam de senso de propósito. Quando fazemos algo com a convicção de que isso está contribuindo para a nossa saúde, damos para a nossa mente comandos do tipo "isso é bom para mim", "estou seguindo na direção certa" e "estou cumprindo um propósito", que vai alimentando a nossa sensação interna de que merecemos algo bom, somos boas pessoas. Desta forma, a prática de uma atividade física ajuda a mudar um pouco o foco, saindo daquele problema que ficou incomodando o dia todo e estava causando estresse.
Mudar a postura
Ter uma postura melhor é benéfico também para a mente. E a palavra "postura" aqui não significa apenas a forma como recebemos as informações, e sim com a maneira que posicionamos nosso corpo no dia a dia. Para provar esse ponto, os especialistas costumam sugerir um exercício: primeiro posicione a cabeça para frente e encolha os ombros, curve as costas para frente, como se estivesse deprimido, e tente pensar em algo alegre. Difícil, não é mesmo? Em seguida, espalhe-se na cadeira como em um dia de verão na praia, e depois tente pensar em uma conta para pagar. Igualmente complicado! A forma com que usamos o nosso corpo tem um reflexo direto no nosso estado interno e na nossa capacidade de lidar com os problemas.
Procure rir mais
Estudos de 1989 foram os primeiros a demonstrar alguma relação entre o riso e a redução do estresse, ao perceber que voluntários que assistiam vídeos humorísticos tinham uma queda maior nos hormônios cortisol e adrenalina, do que os que assistiam a qualquer vídeo. Depois disso, vários outros estudos confirmaram esse achado, que o riso reduz os níveis de hormônios e substâncias ligados ao estresse.
Rir libera endorfinas, que são hormônios que promovem a sensação de bem-estar; também ativa a sua resposta ao estresse, aumentando a sua frequência cardíaca e pressão arterial e criando uma sensação de relaxamento. Por fim, ele também estimula a circulação e ajuda a relaxar os músculos, o que reduz os sintomas físicos do estresse.
Além do mais, a risada tem o dom de mudar a perspectiva de quem está rindo sobre as situações. Como grande parte do estresse é devido a pensamentos, julgamentos e pressões internas por resultados que vamos criando no decorrer do dia, rir pode ser uma boa alternativa para conseguir ver a situação sobre um ponto de vista diferente.
Fazer sexo
Sexo vai além do prazer: os mecanismos hormonais da prática sexual beneficiam o corpo a lidar com estresse. O contato íntimo produz alterações químicas cerebrais, melhorando o humor devido à liberação de testosterona, estrogênio, prolactina, hormônio luteinizante e prostaglandina na corrente sanguínea.
Dormir melhor
O estresse prolongado, antes de tudo, funciona como uma agressão ao nosso organismo. E dormir bem é uma das melhores formas do corpo se recuperar desse tipo de ataque. Quando você está descansado, tem uma maior clareza de pensamento e uma habilidade maior para reagir aos estímulos agressores. Pessoas que ficam longos períodos com privação de sono tendem estar mais desatentas e com os reflexos lentos. Tanto que pessoas que dormem pouco tendem a ser mais irritadas e diversos estudos relacionam transtorno de humor com pessoas que trabalham com turnos trocados.
Respirar direito
A respiração está diretamente relacionada com nossas emoções e tem a capacidade de regulá-las de duas formas: primeiro por um mecanismo fisiológico, já que o estado de ansiedade nos faz inalar o ar com mais rapidez e de forma mais rasa, e mudar isso conscientemente ajuda a acalmar, pois o corpo volta ao equilíbrio. Outro ponto está no fato do indivíduo, ao tornar sua respiração consciente, traz sua atenção ao momento presente. Com isso o estado de ansiedade tende a ser minimizado.
Auto incentivar-se
Dentro da psicologia existe um termo chamado "Positive talk" (em livre tradução, algo como fala positiva). O conceito vem do fato de que todas as pessoas conversam consigo mesmas, mas enquanto algumas sabem fazer isso como uma forma de alento e carinho, outras não sabem se auto incentivar: a maior parte das pessoas cultiva pensamentos de injustiça, sofrimento e pesar, além de fazer julgamentos sobre si mesmo que certamente não faria para os outros. O problema é que ter esse tipo de pensamento gera um círculo vicioso, que faz com que a pessoa se vitimize mais e, com isso, fiquem mais propensas a situações de estresse prolongado.
Deixar o celular de lado
Hoje em dia o celular parece parte de nós, mas saiba que ele ajuda (e muito!) a aumentar o estresse das pessoas. Um estudo publicado no BMC Public Health em 2011 acompanhou 4156 jovens de 20 a 24 anos de idade por um ano, relacionando seu uso de celular com problemas de saúde mental, como depressão, estresse e falta de sono. Foi percebido que aqueles que usam muito seus telefones tinham incidências mais altas de estresse, principalmente naqueles que percebiam esse uso como algo estressante. Diversos fatores podem ajudar nisso. Muitas pessoas acabam continuando conectadas ao trabalho, por exemplo, por meio de seus celulares, não permitindo que elas tenham tempo de descanso. Outra questão é o imediatismo desses aparelhos: o uso excessivo do celular, das redes sociais e aplicativos pode colaborar com o estresse, na medida em que se torna mais uma obrigação, porque aparece para a outra pessoa a que horas que você abriu o aplicativo ou conversou pela última vez. Claro que não há problemas em se usar o celular, desde que seu uso seja equilibrado.
FONTE: MINHA VIDA
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