sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Aleitamento Materno


Aleitamento materno: mitos, benefícios, dificuldades e soluções

amamentação é um ato natural, presente em muitos animais (mamíferos), inclusive no homem, e tanto constitui a melhor forma de alimentar suas crias nos seus primeiros tempos de vida, quanto de protegê-las em relação a muitas enfermidades infecciosas. O colostro, como são chamadas as primeiras secreções mamárias, é rico em proteínas e contém importantes anticorpos que não conseguiram atravessar a barreira placentária. Nesse sentido, o leite materno funciona como “a primeira vacina”. Além disso, na espécie humana o ato de amamentar contribui para gerar afetos positivos entre mãe e bebê.
Embora seja um processo natural, vários aspectos da amamentação podem ser aprendidos e aperfeiçoados, para que você possa amamentar com maior sucesso. A amamentação deve ser a única forma de alimentar a criança nos primeiros seis meses de vida e pode continuar sendo associada a outros alimentos até os dois anos de idade.
Somente em raríssimas condições a amamentação está contraindicada como, por exemplo, em mães portadoras do HIV ou que estejam tomando remédios nocivos ao bebê, que se eliminem pelo leite e que não possam ser suspensos. Nesses casos, o médico deve sempre ser consultado a respeito.
Há outros meios de alimentar o bebê, além do aleitamento materno, mas a amamentação é, de longe, o melhor deles. Além disso, geralmente se constitui para a mulher numa experiência tão formidável e gratificante que todo o esforço deve ser feito para viabilizá-la. Justamente por ser uma atividade tão importante, pode ser vivida com grandes ansiedades e apreensões pelas mulheres, principalmente por aquelas que são “marinheiras de primeira viagem”. Esses fatores psicológicos podem acabar contribuindo para que a amamentação seja mais difícil do que poderia ser.
Mitos sobre a amamentação
Comecemos por derrubar alguns mitos comuns, mas que NÃO são verdadeiros:
  1. “A mulher que faz plástica nos seios não consegue amamentar”. Não é verdadeiro. As implantações de silicone em geral são feitas atrás do tecido mamário ou mesmo abaixo dos músculos peitorais e preservam as ligações das glândulas mamárias com os mamilos, permitindo a amamentação. No entanto, as próteses muito volumosas ou as cirurgias de redução das mamas, que implicam numa retirada parcial da glândula, podem dificultar um pouco, mas não impedir a amamentação.
  2. “A amamentação engorda”. Não é verdadeiro. Há mulheres que inclusive emagrecem nessa fase. A mulher que amamenta gasta mais calorias do que normalmente gastaria, contribuindo para “entrar em forma” mais rapidamente depois do parto.
  3. “Há mulheres que têm o leite fraco”. Não é verdadeiro. Não há leite fraco. Mesmo mulheres com algum grau de desnutrição produzem leite adequado.
  4. “Mulheres que têm seios grandes produzem mais leite do que as que têm seios pequenos”. Não é verdadeiro. O tamanho dos seios depende do tecido gorduroso, não das glândulas mamárias, que se apresentam aproximadamente na mesma quantidade em todas as mulheres.
  5. “Não se deve dar o peito se o bebê estiver amarelinho” (com icterícia). Não é verdadeiro. A icterícia neonatal é um fenômeno fisiológico que, na maioria das vezes, nada tem a ver com a amamentação.
  6. “Deve-se parar de oferecer o peito quando começam a aparecer os dentinhos”. Não é verdadeiro. A necessidade do leite materno nada tem a ver com a dentição da criança.
  7. “Se a mãe estiver estressada ou nervosa, dar de mamar prejudica o bebê”. Não é verdadeiro. Pode prejudicar a formação do leite ou a relação mãe-bebê, mas não altera a qualidade do leite produzido.
  8. “O bebê com sobrepeso deve mamar menos”. Não é verdadeiro. A evolução ponderal do bebê se deve a outros fatores (genéticos, endócrinos, biológicos, etc.) que não a amamentação.
  9. “Cerveja preta e canjica aumentam a produção de leite”. Não é verdadeiro. A quantidade de leite produzido é regulada pela hipófise e a mãe que se alimenta adequadamente e ingere líquidos em quantidades suficientes terá uma produção adequada de leite, sem necessidade de qualquer tipo de dieta especial.
Benefícios da amamentação
amamentação traz vários benefícios para a mãe e para o bebê:
Para a mãe:
  1. Estimula a contração uterina e impõe um gasto calórico maior, ajudando na recuperação da forma física existente antes da gravidez.
  2. Previne o câncer de mama e de útero e diminui a incidência de muitas outras condições médicas desagradáveis, como doenças cardíacas, derrame cerebral, elevação do colesteroldiabetesasma, etc.
  3. Diminui a possibilidade de osteoporose.
  4. Contribui para criar importantes laços afetivos entre a mãe e o bebê.
Para o bebê:
  1. Fornece os anticorpos que o protegem de muitas enfermidades, sobretudo infecciosas.
  2. Fornece uma alimentação natural adequada às suas necessidades.
  3. Melhora a formação da boca e o alinhamento dos dentes.
Técnicas corretas para a amamentação
Até seis meses de idade, a alimentação da criança deve ser exclusivamente constituída de leite materno, administrado de preferência por mamadas no peito. A partir daí, até cerca de dois anos da idade, ela pode ser intercalada com papinhas e outros alimentos sólidos. Para dar de mamar, adote os seguintes cuidados:
  1. Lave e seque bem os mamilos, antes de cada mamada.
  2. Alterne os lados da mamada. Comece cada mamada no seio do lado contrário ao que tenha terminado a mamada anterior. O bebê geralmente suga cada seio durante 10 a 15 minutos, mas este tempo varia muito de bebê para bebê. Tenha paciência. Cada bebê tem seu ritmo próprio, mas a mamada nunca é uma coisa rápida.
  3. Se necessário, use medicamentos, como analgésicos, cremes, vitaminas, etc. Mas aconselhe-se com um médico, porque há medicamentos que NÃO devem ser tomados durante o aleitamento.
  4. Os bebês têm ritmos diferentes de sugar. Uns são muito ávidos, outros são muito lentos. No entanto, é conveniente que o bebê sugue bastante, porque isso estimula a produção de leite.
  5. Dê de mamar dentro da primeira hora de vida do bebê. Se possível, ainda dentro da sala de parto. Quanto mais cedo, melhor para o vínculo mãe-bebê e para estimular a produção dos hormônios necessários! Como nos primeiros meses de vida o bebê ainda não formou seu esquema de horários, alimente-o sempre que ele manifestar desejo. Posteriormente, dê de mamar a cada três horas, mas não seja excessivamente rigorosa nisso. Cada bebê tem seu ritmo de fome. Deixe o bebê dormir nos intervalos das mamadas. Aproveite para descansar, você também merece!
  6. Ache uma posição que seja cômoda para a mãe e para o bebê. Em geral a mãe estará sentada numa poltrona, relaxada, com as costas apoiadas e a coluna reta. O bebê deve ser elevado até a altura dos seios ou estar apoiado em uma almofada que o coloque nessa posição. Se a mãe estiver deitada, o bebê também deve estar deitado, paralelo a ela e colocado de modo a alcançar comodamente os mamilos.
  7. Se sentir sede, antes de amamentar, tome água, leite ou sucos. O ideal é que você não chegue a sentir sede, mas que se mantenha hidratada ao longo do dia.
  8. A mãe deve estar descansada, bem alimentada e ter dormido bem; coisas que nem sempre são possíveis nessa fase da vida. Mas ela deve contar com a ajuda dos familiares nesta hora, sempre que possível.
  9. As mãos que segurarão o bebê e tocarão os seios devem ser bem lavadas, antes de cada mamada.
  10. Ponha o bebê na posição vertical, para arrotar. É assim que ele elimina o ar que ingeriu enquanto mamava e que causa muitas cólicas. Não é necessário esperar pelo fim da mamada para que o bebê arrote. Faça intervalos durante as mamadas e procure fazer com que o bebê arrote durante eles. Exercícios de “tapinhas” nas costas podem ajudar. Nunca ponha o bebê no berço antes dele arrotar!
  11. Muitas mulheres produzem leite suficiente para alimentar seu bebê e ainda outros mais. Se a mãe tiver leite em excesso, ele pode ser retirado e conservado em vasilhame de vidro esterilizado. Na geladeira, dura 24 horas; no congelador, até 15 dias! Nesses casos, que tal fazer uma doação para um banco de leite?
Possíveis dificuldades e soluções
Ingurgitamento (ou empedramento) das mamas
Pode ocorrer um ingurgitamento (ou empedramento) das mamas, devido à excessiva produção de leite e à maior vascularização e aumento da circulação sanguínea das mamas. Isso pode dificultar a “pega” do bebê e ser dolorido para a mãe. Nesses casos, a mãe deve manter os seios elevados, com sutiãs firmes, usar compressas frias no intervalo das mamadas e compressas quentes imediatamente antes delas. Os analgésicos podem ser usados, a conselho médico. Se os seios estiverem muito volumosos e endurecidos, pode ser retirado leite antes da mamada, para torná-los mais cômodos para o bebê. Nunca suspender a amamentação!
Insuficiência de leite
Em muitas ocasiões essa queixa está mais relacionada à ansiedade materna. A quantidade satisfatória ou não do leite materno deve ser julgada mais por fatores objetivos, como o ganho ponderal do bebê e o número de suas micções (6 a 8 por dia) que pelas impressões subjetivas das mães ou dos familiares. Se houver uma insuficiência real, a amamentação deve ser complementada e NÃO substituída por alimentação artificial.
Mastite
Inflamação das mamas, geralmente infectada por uma bactéria conhecida como Staphylococcus aureus, a partir de rachaduras nos bicos dos seios. Gera dor, edema, hiperemia, calor local, febre, mal-estar e, eventualmente, abscesso. O tratamento deve ser feito com antibióticos. A mama deve ser delicadamente esvaziada e a amamentação suspensa, quando necessário. Consulte seu médico a respeito

Cuidados com as mamas antes e durante a amamentação

Algumas dicas para você diminuir ou acabar com possíveis dores na hora de amamentar seu bebê.

As mamães, principalmente as de primeira viagem, ficam muito ansiosas em relação à amamentação. São tantas dúvidas que surgem. Elas acham que vai machucar o bico do seio, que não vão conseguir amamentar e que o peito pode empedrar. São histórias que normalmente chegam aos seus ouvidos muitas vezes sem clareza.
Vamos falar sobre eventuais dores na mama. Durante a gestação, a aréola do peito já se modifica para receber a boca do bebê. Ela fica mais escura e a pele dessa região um pouco mais grossa e menos sensível. Para ajudar, a mamãe pode tomar sol na região durante 15 minutos por dia, evitando o sol das 10h da manhã até as 16h.
Pode também durante o banho passar uma bucha macia (nada de bucha áspera, tem que ser macia), sem esfregar, ou depois do banho passar a toalha de banho na região, massageando. Isso vai ajudando a região a ficar menos sensível.
Depois que o bebê nascer, não passe nenhum produto para limpar ou hidratar as mamas, principalmente na região das aréolas, que é onde o bebê deve abocanhar. “O leite materno é o melhor produto para hidratar”, informa a fonoaudióloga Jamile Elias.
Não precisa passar álcool para esterilizar o bico antes de o bebê mamar: o próprio leite já faz essa função. As mamas estão um pouco ressecadas ou começando a rachar, leite materno nelas. Passe o leite, espere secar e depois coloque o sutiã. Na hora do banho a mamãe pode lavar as mamas com sabonete e depois enxaguá-las com bastante água.
O sutiã deve sustentar as mamas, com alças mais largas, de preferência de algodão, que são mais confortáveis.
As mamas estão empedrando? Nada de colocar compressa de água quente. No começo pode aliviar, mas logo depois piora. O recomendado é fazer compressa de água fria para aliviar.
Nunca se esquecendo de que rachaduras e empedramento podem ser consequências de uma má pega do bebê no peito. A boca do bebê deve ficar bem aberta e abocanhado praticamente toda a aréola da mamãe. Se abocanhar só o bico pode machucar e o bebê terá dificuldade de retirar o leite.
Lembre-se que a amamentação pode ser um período maravilhoso na vida da mãe e do filho. Consulte profissionais da saúde, como médicos pediatras, ginecologistas, fonoaudiólogos e enfermeiros.

Não é fácil mas é possível. Principalmente se houver ajuda da família e dos colegas de trabalho e da direção da empresa onde trabalha.

Mamãe moderna é sinônimo de trabalho triplicado. Não bastasse a necessidade de cuidar do novo pequeno da família, a mulher precisa dar prosseguimento à vida de trabalhadora e ainda por cima se manter em dia com a vaidade. Quanta coisa junta!
A tarefa de conciliar a amamentação e as obrigações fora de casa faz com que muitas mães peçam ajuda divina. Calma, mulher. Com organização, planejamento e dedicação é possível dar conta de todos esses afazeres.
Primeiramente, um mês antes de voltar ao trabalho estabeleça rotinas para amamentar, acostumando o bebê a receber o leite em determinados horários.
Elabore cronograma de forma que você consiga dar de mamar antes de sair para o trabalho e logo após retornar à residência. Conseguindo isso, você já avançou uma etapaOutra fase importante é estocar o leite materno para que o uso seja feito no período em que você estiver no trabalho.
Vá acostumando aos poucos o bebê a receber o leite materno na colher, no copo ou xícara. Dessa forma o pequeno não sentirá tanta dificuldade em ter o leite no momento em que a mãe estiver ausente. Evite que a pessoa dê o leite na mamadeira.
Lembrando que o leite materno tem validade de um dia caso armazenado na geladeira. Após esse período, jogue fora. No freezer, o leite materno pode ser guardado por até 15 dias.
O leite materno não pode ser aquecido no microondas ou banho-maria, mas sim em água quente (ou seja, aqueça a água em uma panela, não ferva, retire a panela do fogo e então coloque o recipiente com leite como se fosse um banho maria, a ideia é transferir o calor da água para o leite de forma suave). Após aquecido o leite, verifique a temperatura para não causar queimaduras no bebê.

Os direitos da mulher trabalhadora na amamentação

Além de organização e planejamento na amamentação, a mãe deve conhecer o que diz a legislação.
A lei permite que a mãe se licencie do serviço por até seis meses (depende da empresa em que trabalha), tendo seu salário recebido integralmente. Mas ela também tem outros direitos. Saiba:
- A mãe tem direito a dois descansos de 30 min no serviço para amamentar o bebê. Esse horário pode ser unificado, ou seja, a trabalhadora poderá negociar com a empresa e ao invés de dois descansos de 30 minutos ela pode ou chegar 1 hora mais tarde ou sair 1 hora mais cedo, por exemplo. Esse é um tempo extra, não pode ser confundido com o tempo natural para alimentação (horário de almoço, intervalos para descansos, etc.).
- A lei determina que empresa com mais de 30 mulheres com carteira assinada precisa ter berçário ou creche. Caso não tenha, a mulher tem direito a deixar o serviço para amamentar o bebê. E mais: a empresa fica responsável pelo “reembolso-creche”.
ATENÇÃO!
Se você acha que não está tendo seus direitos cumpridos, procure o departamento de recursos humanos ou a direção de sua empresa. Caso a dúvida persista, procure o seu sindicato, eles possuem departamento jurídico gratuito para esclarecer as dúvidas e lhe ajudar a ter seus direitos garantidos.
Dicas
  • Não deixe o recipiente com o leite materno na porta da geladeira (pois o abre e fecha altera a temperatura). Coloque o recipiente no fundo da geladeira. O leite materno na geladeira tem validade de 1 dia (24 horas). Após isso, jogue fora.
  • Você pode utilizar vidros de café solúvel para armazenar o leite na geladeira. Para utilizá-los, retire o alumínio ou papel que protege a tampa, lave com escova e sabão e ferva por 10 min.
  • Faça a ordenha durante o horário de trabalho. Além de evitar o desconforto de ficar com as mamas cheias, garante a oferta de leite materno para o bebê. Mas garanta que o leite coletado vá para a geladeira ou freezer

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