domingo, 15 de setembro de 2013

Fumo x Gravidez

Fumo na gravidez – efeitos a longo prazo nos filhos
São bem conhecidos os efeitos nocivos produzidos pelo fumo durante a gravidez. A exposição à nicotina no período pré-natal altera o desenvolvimento cerebral, induz parto prematuro, produz bebês de baixo peso e, muitas vezes, pode levar à perda do feto. Os bebês que foram expostos à nicotina na vida intrauterina apresentam, também, uma maior probabilidade de serem viciados em cigarro quando ficam adultos.
Para tentar esclarecer os mecanismos pelos quais a exposição do feto à nicotina produz alterações de longo prazo, um grupo de pesquisadores de Nova York desenvolveu um estudo em que foram administradas pequenas doses de nicotina a ratas prenhas, o correspondente a uma mulher grávida fumar um cigarro por dia. Os resultados foram publicados na edição de 21 de agosto da revista científica The Journal of Neuroscience.
Os cérebros dos filhotes foram analisados e constatou-se um aumento do número de células nervosas em determinadas regiões do cérebro. Estas células são responsáveis pela produção de substâncias conhecidas como orexigenas (aumentam o apetite). Estes filhotes, quando adolescentes, apresentam uma alteração de comportamento caracterizada por um aumento de consumo de substâncias que produzem a sensação de recompensa.
A avaliação foi feita pela oferta aos adolescentes de soluções de nicotina, de álcool e de alimentos ricos em gordura, além da água pura e da ração normal. Os ratos que foram expostos à nicotina na gravidez da mãe apresentaram um consumo aumentado dos três componentes (nicotina, álcool e gordura), quando comparados aos animais em que a mãe não recebeu nicotina. Curioso que não houve aumento de consumo de água ou ração padrão, indicando que o efeito é especifico sobre substâncias que produzem sensação de recompensa e levam à adição.
Os resultados deste estudo demonstram que a exposição pré-natal a baixas doses de nicotina produz efeitos tardios na prole que levam a comportamentos que podem levar a adição a drogas e obesidade.
Para as futuras mães esta é mais uma forte evidência para não fumar (ou se expor à nicotina com substitutos do cigarro), pois, além de por em risco a sua gravidez, de comprometer o bebê, poderá estar definindo, talvez de forma irreversível, o futuro adulto de seu filho.
Mulheres que mantém o vício de fumar nos primeiros três meses de gravidez correm o risco de sofrer aborto natural, sangramentos, descolamento de placenta e parto prematuro, além de problemas de saúde congênitos para o bebê.
Quando ainda está na barriga, o feto absorve tudo que está no sangue da mãe. A mamãe fumante, além de oxigênio no sangue também tem monóxido de carbono, que é liberado pela fumaça do cigarro. Ou seja, o bebê “fuma” junto com a mãe.  Além disso, a nicotina, outra substância presente no cigarro, estreita os vasos sanguíneos fazendo com que chegue menos nutrientes e oxigênio para o feto, o que pode acarretar graves problemas de desenvolvimento.
“São muitos os danos que o consumo do cigarro pode gerar.Por isso, as mães precisam ser cautelosas com a saúde dos filhos”, afirma a ginecologista Flávia Fairbanks.
Além dos males que o cigarro traz para o feto, a saúde da mamãe também é prejudicada. Por causa do estreitamento dos vasos sanguíneos causado pela nicotina, e da pressão natural que a gravidez causa nas veias abdominais, a circulação de sangue nas pernas fica comprometida, podendo causar trombose, que é a formação de coágulos dentro das veias. Se não for tratada rapidamente, a trombose pode se complicar e acarretar problemas mais sérios como:
Embolia pulmonar: o coágulo pode soltar da veia e ir até o pulmão, causando falta de ar e dor para respirar. A gravidade do problema depende do tamanho do coágulo, variando desde sutil até insuficiência respiratória aguda.
Trombose na placenta: é a formação de coágulos na placenta, que pode evoluir para insuficiência placentária (a placenta não consegue mais levar oxigênio e nutrientes para o feto). A gravidade também é variável, e nos quadros mais graves pode levar até a morte do bebê.
“Não há nenhuma novidade em afirmar que o cigarro pode estimular o desenvolvimento de diversas doenças; ainda assim, muitas pessoas insistem em manter o vício. O que agrava a situação, no caso das gestantes, é que elas não estarão prejudicando apenas o próprio organismo, mas também o de um bebê que, ao nascer, já poderá apresentar diversos problemas por conta do costume nocivo da mãe”, declara a Dra. Flávia.

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