Alcoolismo. O que é? Quais as causas e consequências? Como é o tratamento?
O que é alcoolismo?É geralmente definido como o consumo consistente e excessivo e/ou preocupação com bebidas alcoólicas ao ponto que este comportamento interfira com a vida pessoal, familiar, social ou profissional da pessoa e pode potencialmente resultar em condições (doenças) psicológicas e fisiológicas, assim como, por fim, na morte. É um dos problemas mundiais de uso de drogas que mais trazem custos. Com exceção do tabagismo, o alcoolismo é mais custoso para os países do que todos os problemas de consumo de droga combinados.
Características
Além
dos prejuízos na vida académica, profissional, social e familiar o
abuso de álcool por tempo prolongado pode causar câncer na cavidade
oral, esôfago, faringe, fígado e/ou vesícula biliar; hepatite,
cirrose, gastrite, úlcera, danos cerebrais, desnutrição, problemas
cardíacos, problemas de pressão arterial, além de transtornos
psicológicos. Durante a gestação, causa má formação fetal.
Apesar
do abuso do álcool ser um pré-requisito para o que é definido como
alcoolismo, o seu mecanismo biológico ainda é incerto. Para a
maioria das pessoas, o consumo de álcool gera pouco ou nenhum risco
de se tornar um vício. Outros fatores geralmente contribuem para que
o uso de álcool se transforme em alcoolismo. Esses fatores podem
incluir o ambiente social e cultura, a saúde psicológica e a
predisposição genética.
Terminologia
Muitos termos são
aplicados para se referir a uma pessoa alcoólica e ao alcoolismo.
Existe muita controvérsia a esse respeito, entretanto é consenso
que:
O alcoolismo pode levar
à morte.
'Alcoolismo' é
uma doença, um transtorno psicológico sério, que precisa de
tratamento multiprofissional.
O alcoólico pode
apresentar prejuízos relacionados com o uso de álcool em todas as
áreas da vida (Prejuízos físicos, mentais, morais,
profissionais,sociais, entre outros).
O alcoólico perde a
capacidade de controlar uma quantidade de bebida que ingere, uma vez
que vence uma ingestão. Abuso, uso pesado, vício e dependência são
todos rótulos comuns usados para descrever os hábitos de consumo,
mas o real significado dessas palavras muito podem variar, dependendo
do contexto em que são usadas. Mesmo dentro da área de saúde
especializada, uma definição pode variar entre as áreas de
especialização. Muitas vezes a política e a religião ainda
confundem o problema e agravam uma ambiguidade.
Uso refere-se
ao simples uso de uma substância. Uma pessoa que bebe qualquer
bebida alcoólica está usando álcool.
Desvio, problemas
com uso e uso pesado
Os termos que
sugerem que o consumo de álcool tem causado problemas psicológicos,
físicos, sociais, ou seja, prejuízos ao bebedor. Os danos sociais e
morais são altamente subjetivos e, portanto, diferem de indivíduo
para indivíduo, o que dificulta a identificação desses usuários.
A
expressão abuso
de substâncias tem
uma variedade de significados possíveis. No campo da saúde mental,
o uso do DSM-IV por
psicólogos e psiquiatras traz uma definição específica, que
envolvem um conjunto de circunstâncias da vida que acontecem por
causa do uso da substância. No direito, o abuso é freqüentemente
usado para se referir ao uso ilegal de qualquer substância. Dentro
do vasto campo da medicina, o abuso, por vezes, refere-se ao uso de
medicamentos prescritos em excesso da dose prescrita ou a utilização
de um medicamento que exige prescrição médica sem receita. Dentro
da religião, o abuso pode se referir a qualquer uso de uma
substância considerada inadequada. O termo algumas vezes é evitado
por profissionais pela variabilidade em sua definição.
A dependência é
simultânea à tolerância, ou seja, necessidade de doses cada vez
maiores para obter o mesmo efeito. A dependência será tanto mais
intensa quanto mais intenso for o grau de tolerância ao álcool. O
diagnóstico de dependência de álcool não necessariamente indica
uma presença de dependência física, ela pode ser apenas
psicológica e estar associada com influência de amigos e família
ou com poucas habilidades sociais. Dependência está associada a
dificuldade em resistir a uma substância.
A
definição precisa de vício é
debatida, mas em geral se refere a qualquer condição que faz uma
pessoa continuar a demonstrar comportamentos nocivos mesmo sofrendo
prejuízos sociais, profissionais e pessoais. Pode ser causado por
dependência física e psicológica.
Remissão é,
segundo a Associação
Psiquiátrica Americana,
uma condição em que os sintomas físicos e mentais do alcoolismo
não estão mais evidentes. A remissão pode ser parcial, quando
breve, ou persistente, quando dura mais de um ano. Outros
(principalmente Alcoólicos
Anônimos)
usam o termo recuperação para
o usam descrever aqueles que cessaram completamente o consumo de
álcool.
Nem todo consumo de álcool configura o alcoolismo. Define-se o alcoolismo como o consumo excessivo, duradouro e compulsivo de bebidas alcoólicas, o qual degrada a vida pessoal, familiar, profissional e social do indivíduo. Diz-se que uma pessoa é dependente do álcool quando ela não tem mais forças para interromper o consumo e, se o interrompe, apresenta sintomas desagradáveis que cedem com o retorno ao álcool. A esse fato chama-se abstinência.
Antes da dependência ocorre a tolerância, que é o fato de uma pessoa precisar de doses cada vez maiores para produzir os mesmos efeitos que antes conseguia com doses menores.
O álcool também pode ser consumido “socialmente” sem que a pessoa se torne alcoólatra. Na verdade, dentro do consumo “social” de álcool deve-se considerar como aspectos separados e clinicamente específicos:
- O abuso do álcool, que é o consumo excessivo, mas episódico.
- A intoxicação aguda ou embriaguez.
Ambas as situações podem gerar eventos desagradáveis e graves como alterações do comportamento, coma, ataque epiléptico, acidentes de vários tipos, desastres automobilísticos, etc.
Quanto ao alcoolismo propriamente dito, temos que considerar a dependência ao álcool e a síndrome de abstinência do álcool, ambas com consequências muito deletérias.
Segundo a revista médica “The Lancet”, dois bilhões de pessoas no mundo consomem álcool, das quais mais de 76 milhões têm problemas com esta substância. No Brasil, diversas estatísticas apontam que o alcoolismo afeta entre 3 e 6% da população, havendo uma prevalência de 5 homens para cada mulher acometida pela doença.
O alcoolismo gera custos muito altos para os serviços de saúde em todo o mundo, além de outros representados pela queda de produtividade, pois os alcoólatras têm os seus rendimentos profissionais seriamente prejudicados ou ficam impedidos de trabalhar.
Diagnóstico
Um
diagnóstico de dependência pelo CID-10 pode ser feito somente se
três ou mais dos seguintes requisitos tenham sido experimentados ou
exibidos em algum momento durante um período
de 12 meses
- Um forte desejo ou senso de compulsão para consumir a substância;
- Dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substância em termos de seu início, término ou níveis de consumo;
- Um estado de abstinência fisiológico quando o uso da substância cessou ou foi reduzido, como evidenciado pela síndrome de abstinência característica para a substância ou o uso da mesma substância (ou de uma intimamente relacionada) com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência;
- Evidência de tolerância, de tal forma que doses crescentes da substância psicoativa são requeridas para alcançar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas;
- Abandono progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor da substância psicoativa, aumento da quantidade de tempo necessário para obter ou tomar a substância ou para se recuperar de seus efeitos;
- Persistência no uso da substância, a despeito de evidência clara de conseqüências manifestamente nocivas, tais como dano ao fígado por consumo excessivo de bebidas alcoólicas, estados de humor depressivos consequentes a períodos de consumo excessivo da substância ou comprometimento do funcionamento cognitivo relacionado à droga; deve-se fazer esforços para determinar se o usuário estava realmente (ou se poderia esperar que estivesse) consciente da natureza e extensão do dano.
Quais as causas do alcoolismo?
Em nosso meio, as bebidas alcoólicas são cada vez mais consumidas e até exaltadas e as pessoas são introduzidas nelas cada vez mais cedo. É verdade que a maioria das pessoas que consome bebidas alcoólicas não se torna alcoólatra, mas essa disponibilidade aumentada estimula em muito o alcoolismo. Outros fatores sociais, psicológicos e sobretudo genéticos, contribuem decisivamente para a instalação do alcoolismo.
Efeitos fisiológicos do alcoolismo
O
consumo excessivo de álcool leva a uma degradação
do etanol em etanal pelo fígado,
fato que consome NAD+ formando NADH. Na segunda reação para a
formação de acetato também há consumo de NAD+ e formação de
NADH, dessa forma o ciclo
de Krebs (dependente
de NAD+) é diminuído pela falta de NAD+, aumentando portanto
o metabolismo anaeróbico
das células,
o que irá produzir mais ácido
lático no
organismo. Esse excesso de ácido lático no organismo compete com a
excreção de urato contribuindo para o aumento de ácido
úrico no sangue,
o qual irá precitar em articulações gerando uma doença conhecida
como gota.
O
conjunto de efeitos fisiológicos sentidos após excessivo consumo de
álcool é conhecido como veisalgia,
popularmente chamada de "ressaca".
Quais as consequências do alcoolismo?
O alcoolismo continuado leva a alterações dos padrões funcionais do fígado, do aparelho digestivo, docoração, do sangue, dos músculos e das glândulas endócrinas. Em sua evolução, o alcoolismo também leva a doenças físicas e psíquicas, algumas das quais irreversíveis e que podem resultar em morte.
As doenças mais comuns associadas ao alcoolismo são a cirrose hepática, as síndromes amnéstica, demencial, alucinatória e delirante, além de ansiedade, distúrbios sexuais, alterações do sono, etc. O alcoolismo também aumenta a predisposição a outras doenças, como às infecções. Por fim, o delirium tremens, o quadro clínico mais grave da abstinência, pode terminar pela morte.
O consumo crônico do álcool por prazo muito longo acaba por levar a mudanças psicológicas profundas, entre as quais aquelas que incluem alterações dos padrões éticos e emocionais da pessoa, deterioração das relações familiares e sociais e descaso com as tarefas laborativas. O alcoólatra (e às vezes o mero usuário não alcoólatra) pode ter um comportamento violento e até mesmo criminal.
Álcool no sangue
Álcool no sangue (gramas/litro)
|
Estados
|
Sintomas
|
---|---|---|
0,1 a 0,3
|
Sobriedade
|
Nenhuma influência aparente
|
0,3 a 0,9
|
Euforia
|
Perda de eficiência, diminuição da atenção, julgamento e
controle
|
0,9 a 1,8
|
Excitação
|
Instabilidade das emoções, descoordenação muscular. Menor
inibição. Perda do julgamento crítico
|
1,8 a 2,7
|
Confusão
|
Vertigens, desequilíbrio, dificuldade na fala e distúrbios da
sensação.
|
2,7 a 4,0
|
Estupor
|
Apatia e inércia geral. Vômitos, incontinência urinária e
fezes.
|
4,0 a 5,0
|
Coma
|
Inconsciência, anestesia. Morte
|
Acima de 5,0
|
Morte
|
Observações:
Em média 45 gramas de etanol (120 ml de aguardente),
com estômago vazio, fazem o sangue ter concentração de 0,6 a 1,0
grama por litro; após refeição a concentração é de 0,3 a 0,5
grama por litro. Um conteúdo igual de etanol, sob a forma de cerveja
(1,2 litros), resulta 0,4 a 0,5 gramas de etanol por litro de sangue,
com estômago vazio e 0,2 a 0,3 gramas por litro, após uma refeição
mista.
Prevalência
No
Brasil os índices variam muito entre as diversas regiões, mas os
estudos indicam que a média nacional está em torno de 3 a 6% da
população, sendo cerca de 5 vezes mais comum em homens. Tanto
em Salvador quanto
em Ribeirão
Preto a
média foi de 6,2%, sendo de 11% entre os homens e de 1,5% entre as
mulheres. A proporção de indivíduos maiores de 13 anos que
consumem álcool no Brasil está em torno de 52%, o que é bastante
inferior ao relatado em diversos países: 90% nos EUA, 87% na
Austrália, 83% no Canadá e 75% no Equador. O índice brasileiro é
semelhante ao índice da Colômbia e México (51%). O nível de
alcoolismo é muito menor que a média americana (10-12%) e europeia
(5 a 20%) A maior proporção de consumidores de álcool e de
alcoolistas é entre homens de 30 e 49 anos.
Associação com cigarro
Entre
alcoolistas, 67% também são fumantes. Os alcoolistas tendem a
iniciar-se no consumo tabágico mais cedo, fumam durante mais tempo,
fumam um maior número de cigarros por mês e apresentam fluxo
expiratório mais baixo do que os abstêmios.
Tratamentos
Os
tratamentos para o alcoolismo são bastante variados porque existem
múltiplas perspectivas para essa condição. Aqueles que possuem um
alcoolismo que se aproxima de uma condição médica ou doença são
recomendados a se tratar de modo diferentes dos que se aproximam
desta condição como uma escolha social. Não se deve confundir o
tratamento do alcoolismo com o tratamento apenas da síndrome de
abstinência. O tratamento do alcoolismo é complexo,
multiprofissional e longo dependendo da persistência do paciente e
sua rede social de apoio para o processo de cura.
A
maioria dos tratamentos busca ajudar as pessoas a diminuir o consumo
de álcool, seguido por um treinamento de vida ou suporte social de
modo que ajude a pessoa a resistir ao retorno do uso de álcool. Como
o alcoolismo envolve múltiplos fatores que incentivam a pessoa a
continuar a beber, todos estes fatores devem ser suprimidos para que
se previnam com sucesso os casos de recaídas. Um exemplo para este
tipo de tratamento é a desintoxicação seguida por uma combinação
de terapia de suporte, atendimento em grupos de auto-ajuda, etc. A
maioria dos tratamentos geralmente preferem uma abstinência de
tolerância zero; entretanto, alguns preferem uma abordagem de
redução de consumo progessiva.
A
efetividade dos tratamentos para o alcoolismo varia amplamente.
Quando considerada a eficácia das opções de tratamento, deve-se
considerar a taxa de sucesso daquelas pessoas que entraram no
programa, não somente aqueles que o completaram. Como o término do
programa é a qualificação para o sucesso, o sucesso entre as
pessoas que completam um programa é geralmente perto de 100%. Também
é importante se considerar não somente a taxa daqueles que
atingiram os objetivos do tratamento, mas também a taxa daqueles que
tiveram recaídas. Os resultados também devem ser comparados com a
taxa aproximada de 5% de pessoas que abandonam os programas por conta
própria.
A desintoxicação
trata os efeitos físicos do uso prolongado do álcool, mas na
verdade não trata o alcoolismo. Após a desintoxicação estiver
completa, as recaídas são propensas de ocorrer se não houver um
tratamento subseqüente. A desintoxicação pode ou não ser
necessária dependendo da idade, estado de saúde e histórico de
ingestão de álcool da pessoa. Por exemplo, um homem jovem que
quando consome álcool o faz em quantidades excessivas em um curto
período de tempo, e busca tratamento uma semana após seu último
uso de álcool, pode não precisar de desintoxicação antes de
iniciar o tratamento para o alcoolismo.
Psicoterapia
Após
a desintoxicação, diversas formas de terapia
em grupo ou psicoterapia podem
ser usadas para lidar com os aspectos psicológicos subconscientes
que são relacionados à doença do alcoolismo, assim como
proporcionar a aquisição de habilidades de prevenção às recaídas
como assertividade e
técnicas de relaxamento mais saudáveis.
O
aconselhamento em grupo através de ajuda mútua é um dos meios mais
comuns de ajudar os alcoólicos a manter a sobriedades. Muitas
organizações já foram formadas para proporcionar esse serviço,
como os Alcoólicos
Anónimos.
A terapia
cognitivo comportamental é
feita individualmente, mas pode convidar familiares e amigos para
participar caso o paciente aceite, e tem como objetivos
- Desenvolver aprendizagem e prática de novos comportamentos substitutos para o comportamento de beber através de treinamento de habilidades intrapessoais (auto-identificação) e interpessoais (sociais);
- Ensinar estratégias de enfrentamento que podem ser usadas para lidar com situações de alto risco (internas e externas) que poderiam
levar ao comportamento
adictivo;
- Estabelecer estratégias gerais de mudanças no estilo de vida que ajudem o paciente a atingir seus objetivos acadêmicos, profissionais, sociais e familiares de forma mais eficiente;
- Desenvolver estratégias que favoreçam a manutenção do processo de mudança nos hábitos produzidos pelo tratamento.
Psicólogos cognitivos
comportamentais também fazem planos emergenciais para uma variedade
de situações de estresse que podem surgir de maneira inesperada e
planejam com o paciente estratégias para resolvê-las.
Durante
a terapia é comum que outros transtornos como fobia
social, depressão
maior, transtorno
bipolar, hiperatividade, transtorno
de personalidade limítrofe, transtorno
de ansiedade generalizada, anorexia
nervosa ou
outro transtorno de humor, ansiedade ou alimentar sejam identificados
como a causa do alcoolismo.
Racionamento e moderação
Os
programas de racionamento e moderação do uso do álcool não forçam
uma abstinência completa. Apesar de a maioria dos alcoólicos serem
incapazes de limitar o seu consumo através destes programas, alguns
passam a beber moderadamente. Muitas pessoas se recuperam do
alcoolismo. Um estudo realizado em 2002 nos Estados Unidos mostrou
que 17,7% das pessoas que tinham sido diagnosticadas como dependentes
do álcool a mais de um ano (anteriormente à pesquisa) retornaram ao
consumo de baixo risco de álcool.
Terapia nutricional
O tratamento preventivo
das complicações do álcool incluem o uso a longo-prazo de
multivitaminas além de vitaminas específicas como B12 e folato.
Apesar
da terapia nutricional não ser um tratamento propriamente para o
alcoolismo, ela trata as dificuldades que podem surgir anos após o
uso intenso de álcool. Muitos dependentes de álcool tem asíndrome
da resistência à insulina,
um distúrbio metabólico no qual a dificuldade do corpo em
processar açúcares causa
um suprimento desequilibrado na corrente sanguínea. Apesar do
distúrbio poder ser diminuído com uma dieta hipoglicêmica,
ele pode afetar o comportamento e as emoções, efeitos colaterais
que freqüentemente são observados entre os álcool-dependentes em
tratamento. Os aspectos metabólicos desta dependência são
freqüentemente negligenciados, gerando resultados ruins para os
tratamentos.
Prognóstico
Sem
acompanhamento profissional aproximadamente 90% dos alcoólatras
voltam a beber nos 4 anos seguintes a interrupção.A principal causa
de recaída apontada pelos usuários são emoções negativas (35%),
pressão social(20%), brigas (16%), incapacidade de resistir ao
desejo (11%) e teste de auto-controle (9%). Esses dados ressaltam a
importância de acompanhamento psicológico prolongado e persistente
em qualquer abuso de substâncias.
O
fato de serem diagnosticados outros transtornos psicológicos
associados ao uso do álcool nesse caso é sinal de bom prognóstico,
pois o tratamento desses transtornos costumam resolver a raiz do
alcoolismo e fatores que manteriam o consumo.
Outro
fator de bom prognóstico é quando amigos e familiares também param
de beber e oferecer bebidas ou já não tinham o hábito de beber.
Quanto maior o apoio de amigos e familiares, melhores as chances de
cura definitiva.
O tratamento do alcoolismo está fadado ao fracasso se o próprio alcoólatra não engajar-se nele, o que não acontece, na maioria das vezes. Depois de instalada, a dependência pelo álcool é de muito difícil tratamento. O tratamento principal consiste em exortar o alcoolista a parar de beber, ao mesmo tempo dando-lhe apoio.
As psicoterapias individuais são pouco efetivas. As de grupo oferecem melhores resultados. Um movimento leigo, denominado alcoólicos anônimos, parece oferecer resultados ainda melhores. Este grupo existe há mais de 76 anos e em vários países ao redor do mundo.
Quanto aos remédios, até muito recentemente não se tinha nenhuma medicação visando diminuir o desejo pelo álcool. Muito recentemente três substâncias – a naltrexona, a ondansetrona e o acamprosato – vêm sendo testadas com esse objetivo, mas são de uso muito recente e ainda não contam com uma experiência inquestionável.
O dissulfiram, de uso mais antigo, gera um acúmulo de acetaldeído, um metabólito do álcool, e produzsintomas muito desagradáveis (náuseas, vômitos, tonturas, etc.). Com isso, espera-se que ele seja aversivo em relação ao ato de beber bebidas alcoólicas. No entanto, muitos alcoólatras não conseguem conter o desejo pelo álcool e acabam por interromper a medicação. Alguns nem mesmo conseguem esperar pela eliminação dela e, ingerindo o álcool, experimentam os sintomas desagradáveis que a associação acarreta.
ABC.MED.BR, 2011. Alcoolismo. O que é? Quais as causas e consequências? Como é o tratamento?. Disponível em: <http://www.abc.med.br/p/psicologia..47.psiquiatria/236300/alcoolismo-o-que-e-quais-as-causas-e-consequencias-como-e-o-tratamento.htm>. Acesso em: 10 dez. 2013
ÁLCOOL X GRAVIDÊZ!!!!!
Todos os anos nascem milhares de crianças com danos cerebrais como consequência do consumo de álcool das suas mães durante o período de gestação. Embora a maioria das mulheres tenham consciência de que o abuso das bebidas alcoólicas é prejudicial para o bebé, o que muitas não sabem é que uma quantidade muito baixa de álcool também pode prejudicar o feto.
Os problemas mais graves relacionados com o abuso de álcool durante a gravidez são o risco de aborto espontâneo e que o bebé nasça com o síndrome alcoólico fetal, doença com consequências dramáticas.
O consumo de álcool durante a gravidez aumenta o risco de padecer abortos espontâneos, de que o bebé nasça morto ou com baixo peso. A grávida que bebe álcool em grandes quantidades é entre 2 a 4 vezes mais propensa de sofrer abortos espontâneos entre o 4º e o 6º mês de gestação.
Por sua vez o síndrome alcoólico fetal, mais conhecido como FAS (pelas suas siglas em inglês) é uma das causas mais conhecidas de atraso mental e a única que se pode prevenir por completo. Quando uma grávida bebe álcool, este atravessa rápido e livremente a placenta, chegando ao feto, que em pleno desenvolvimento dos seus órgãos pode desenvolver sérios problemas relacionados com esta acção. O FAS afecta aproximadamente 50% dos bebés nascidos de mães que beberam em excesso durante a gravidez. Apesar disto, não há dados que determinem um nível seguro do consumo de álcool durante o período de gestação, pelo que se recomenda a sua abstinência.
O período mais perigoso de afectação do feto é o primeiro trimestre da gravidez, já que o cérebro e os principais órgãos do bebé começam a desenvolver-se por volta da terceira semana de gestação.
Se está a tentar engravidar ou se suspeita de que já está grávida o melhor é que se abstenha de consumir álcool. Se optar por continuar a beber, recomendamos-lhe que não o faça diariamente mas apenas em ocasiões muito especiais. Tente evitar ir a festas e lugares onde as pessoas bebem muito álcool, já que será mais difícil restringir o seu consumo. Se lhe custa deixar de beber bebidas alcoólicas, vá ao médico para que este a aconselhe e ajude.
Problemas causados pelo síndrome alcoólico fetal
- Deficiente crescimento do feto e do bebé.
- Deformações faciais, entre as quais se pode encontrar a microcefalia ou a frente estreita, anomalias máximo-bucais como hipoplasias ou desenvolvimento incompleto do lábio superior.
- Deficiência mental.
- Mau-funcionamento do sistema nervoso, como problemas de memória, de concentração e de atenção.
- Anomalias nos sentidos, especialmente na vista e no ouvido. Possível desenvolvimento de surdez e alterações da linguagem.
- Associação com outros tipos de anomalias, sobretudo de carácter cardíaco, esquelético e genital.
Geralmente o FAS aparece nos filhos de mães com antecedentes de alcoolismo prévio ao período de gestação e que continuam a beber durante a gravidez. Para além disso, a nutrição das pessoas que consomem álcool em excesso também se vê afectada pelo défice de nutrientes essenciais. Por exemplo, a falta de alguns minerais como o zinco aumenta os riscos do bebé no desenvolvimento.
Várias investigações coincidem no facto do consumo de álcool ser prejudicial durante a gravidez e que o mesmo provoca um aumento no risco de se apresentar problemas sobre a conduta infantil, incluindo comportamentos inaceitáveis e agressivos.
Um estudo realizado pela Wayne State University de Detriot demonstra que as crianças de mães que consumiram álcool durante a gravidez, inclusivo em quantidades moderadas, têm mais possibilidades de desenvolver condutas agressivas e inaceitáveis, assim como problemas de atenção, concentração e memória. De acordo com este estudo, tomar uma média de uma bebida por semana durante a gravidez, triplica o risco de que as crianças desenvolvam comportamentos delinquentes.
Outras investigações sobre este tema incluem dentro dos problemas de comportamento das crianças de mães que beberam álcool durante a gravidez a hiperactividade, impulsividade excessiva, más atitudes sociais e comunicativas e um índice superior de consumo de drogas e álcool ao chegarem à adolescência.
O consumo de álcool do pai
O abuso de álcool no homem pode produzir uma menor fertilidade, já que o etanol diminui o nível de testosterona, a hormona masculina, o que prejudica tanto a quantidade como a qualidade dos espermatozóides. Mas uma vez que o óvulo é fecundado, o consumo de álcool por parte do pai não tem nenhuma influência sobre o bom desenvolvimento do bebê.
O padrão de consumo entre jovens é influenciado por vários fatores: família, mídia, normas culturais ou religiosas, políticas públicas, etc.
Existem evidências que a família e os pais influênciam mais significativamente no desenvolvimento do padrão de uso de álcool entre destes jovens. Alem disso, beber na adolescência pode estar ligado ao uso de outras substâncias.
Emocionalmente, eles ainda estão em desenvolvimento, o que pode aumentar os riscos de danos físicos, por exemplo:
Jovens são mais propensos que os adultos a se envolverem a danos associados ao consumo de álcool, tais como:
Algumas orientações aos pais:
Uso de álcool entre jovens

Existem evidências que a família e os pais influênciam mais significativamente no desenvolvimento do padrão de uso de álcool entre destes jovens. Alem disso, beber na adolescência pode estar ligado ao uso de outras substâncias.
Emocionalmente, eles ainda estão em desenvolvimento, o que pode aumentar os riscos de danos físicos, por exemplo:
- Jovens podem ser menos sensíveis para alguns efeitos tóxicos do álcool em comparação aos adultos ou pessoas mais velhas, como resultado, podem beber de maneira mais pesada;
- O desenvolvimento das vias neurais dos jovens os deixam mais vulneráveis ao dano podendo levar a problemas cognitivos e outras funções fisiológicas;
Jovens são mais propensos que os adultos a se envolverem a danos associados ao consumo de álcool, tais como:
- Beber pesado (“porre" ou embriaguez);
- Envolvimento em comportamentos agressivos, resultando em acidentes ou ferimentos (especialmente acidentes de trânsito);
- Participação em outras atividades de risco, tais como comportamento sexual de risco.
Algumas orientações aos pais:
- Mantenha um relacionamento aberto com seu filho. Isso aumenta a chance dele lhe contar sobre seus desejos e preocupações;
- Converse com seu filho sobre os riscos do uso de álcool;
- Faça isso de forma mais aberta e positiva e não de maneira ameaçadora;
- Tenha regras claras sobre qual idade você o permitirá consumir álcool (preferencialmente a idade legal permitida - 18 anos ou mais). Converse com ele quando ele ainda for jovem;
- Estabeleça previamente com seu filho o que será feito caso ele não cumpra as regras;
ALCOOLISMO X VOLANTE!!!!COMBINAÇÃO PERIGOSA!!!!!
Direção e álcool: até quando?
As festas de Fim de Ano e o Carnaval estão às portas e mais uma vez nos perguntamos: “quantos jovens vão morrer depois de se alcoolizarem e dirigirem? Talvez não saibamos os números exatos, mas não é surpresa alguma receber notícias de mortes causadas por pessoas alcoolizadas ao volante em época de festas e feriados.
No Brasil, a questão é tão grave que o Ministro da Saúde, José Padilha, afirmou que os acidentes envolvendo motoristas que consumiram álcool ao volante já são epidemia no país.
Antes da Lei Seca, em vigor a 4 anos no Brasil, o número de acidentes e mortes causados pela imprudência crescia de forma avassaladora. Em São Paulo, por exemplo, chegou-se a 50 mil ocorrências de acidentes seguidos de morte em todos os 645 municípios de São Paulo de 2001 a 2010. Com a tolerância zero da Lei Seca e mais fiscalização este número baixou para 16% na capital e 7,2% nos demais municípios segundo pesquisa da USP em Agosto de 2012. Os números mostram uma queda no número de acidentes e mortes no trânsito em decorrência do álcool, mas muito longe ainda do que se espera.
Você pode perguntar: “o que tudo isso tem a ver comigo?”. Tem a ver e muito, pois, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o país desembolsa, a cada ano, 22 bilhões de reais com acidentes nas rodovias, ou seja, o contribuinte está pagando toda essa perda. No entanto, o mais grave não está nos gastos públicos, mas na vida de milhares de jovens que aparecem como as principais vítimas dessas estatísticas.
“O camarada vai a uma festa, bebe além da conta e vai dirigir, aí causa um acidente tendo sérios problemas e destruindo famílias, causando danos a toda sociedade”, diz o psiquiatra Nilton Lyrio.
Por que bebida e direção não combinam?
Alguém que está sob o efeito do álcool perde totalmente, ou em grande parte, a sua capacidade neuromotora. Aquele obstáculo que parece estar a 10 metros para uma pessoa alcoolizada, na verdade, está muito mais próximo do que ela imagina”, explica a psicóloga Elaine Ribeiro.
Embriaguez ao volante virou ocorrência comum no setor policial, toda semana são vários registros que revelam a despreocupação com o risco que a mistura álcool e volante oferece. Nossa cidade já registrou acidentes gravíssimos, nos quais famílias foram afetadas de forma irreparável. A mistura fica ainda mais perigosa quando se combina com juventude, pois entre os jovens é maior o número de acidentes desta natureza. A última pesquisa do Ministério da Saúde, sobre o impacto do uso do álcool e sua relação com o trânsito, mostrou que 21% dos acidentes estão relacionados ao consumo de álcool. Entre os atendimentos por acidentes, a faixa etária mais prevalente foi a de 20 a 39 anos. Os dados revelaram que uma em cada cinco vítimas de acidente de trânsito atendidas nos prontos-socorros do País estava sob efeito de bebida alcoólica, o que tem forte impacto nos atendimentos de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS).
Mesmo com toda a informação que se tem a respeito, homens e também mulheres continuam dirigindo após consumir bebida alcoólica. As novas regras da Lei Seca, sancionadas em dezembro de 2012, consideram ato criminoso quando o motorista é flagrado dirigindo com índice de álcool no sangue superior ao permitido pelo Código Brasileiro de Trânsito – 0,34 miligrama de álcool por litro de ar expelido ou 6 decigramas por litro de sangue. A pena é de detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão temporária da carteira de motorista ou proibição permanente de se obter a habilitação. Apesar do “endurecimento da lei”, os acidentes não diminuíram, nem mudou o comportamento do motorista acostumado a beber antes de dirigir. Os acidentes são na maioria colisão frontal com outro veículo e atropelamento de pedestres, na maioria das vezes nas calçadas e pontos de ônibus. Estes casos não são fatalidades, e sim situações que poderiam ter sido evitadas caso os condutores não desrespeitassem as leis de trânsito e, principalmente a vida. São inocentes pagando pela irresponsabilidade alheia. É bem verdade que o indivíduo embriagado tem o seu poder de decisão comprometido, portanto, a escolha deve ser feita antes de começar a beber, ainda em casa. Um motorista que dirige embriagado torna-se um perigo para todos os demais motoristas, para os pedestres e para si mesmo, pois seus reflexos ficam mais lentos e a imprudência mais aguda. Nestes casos o condutor costuma dirigir em zigue-e-zague e jogar o carro para o acostamento ou até atravessar para a outra pista, momento que ocorre a maioria dos acidentes fatais. O álcool é a droga mais tolerada no Brasil atualmente, é a “droga legal”. Os jovens hoje têm mais acesso ao álcool que há 10 anos atrás. E é aí que mora o perigo. Os jovens estão começando a beber cada vez mais cedo e engrossando os números de acidentes fatais. Todo alerta e cuidado é pouco, se para muitos, o álcool está associado à festa e alegria, para tantos outros está associado diretamente à dor, tristeza e perdas irreparáveis. Nossa liberdade é preciosa e a vida ainda mais, e não só a nossa, mas também a vida de quem encontramos pelas estradas, portanto, nunca faça essa mistura, nunca dirija sob efeito de bebida alcoólica. Tem muita coisa que podemos evitar e este tipo de acidente é uma delas!
NÃO SEJAS ESSA VÍTIMA, ÁLCOOL E VOLANTE NÃO COMBINAM. SEJA CONSCIENTE.SEMPRE ALGUÉM TE ESPERAS!!!!! PENSE NISSO!!!!!!!
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